sexta-feira, 2 de novembro de 2012

COMO USAR O INOCENTE E DESCARTAR DEPOIS


O meio mais conhecido de um espertalhão usar e abusar de um inocente em uma eleição municipal, é oferecer a ele uma série de falsas expectativas de ser eleito e depois descartá-lo de forma vil.
Os líderes, geralmente candidatos a prefeito, visitam o inocente e oferecem a oportunidade de ele ser eleito vereador. Prometem ajuda e até dinheiro para que ele aceite se candidatar. Com a aceitação o inocente não percebe que o jogo não é pra ele que raramente conseguirá ser eleito.
Tendo o nome incluído na lista de pré-candidatos, o inocente sai pelo bairro anunciando a grande novidade, fazendo promessas de empregos, de limpeza das ruas, promete arrumar o campo de futebol e ai vai. Na época da eleição ele vê que as cartas já estavam marcadas e os vencedores seriam aqueles de sempre que entram pra fazer o papel de "puxa-saco" do prefeito que foi quem pagou as campanhas eleitorais. Se recebera as benesses, não poderão dizer não, fazendo do seu mandato uma agência de favores pessoais sem nenhum compromisso com o coletivo. Depois de eleitos, fogem das ruas por não terem como justificar o seu comportamento, e só voltará ao campo de futebol, dai a quatro anos quando vai buscar votos novamente.
O inocente, em alguns casos, o idiota, sai da eleição cheio de dívidas, às vezes sem o carro que já estava pago, reclama do chefe e jura que não vai mais ser candidato. Na eleição seguinte, lá estará de novo o idiota, os mesmos ou outros, ajudando a máquina do mal se manter nos gabinetes. Às vezes sobra algum empreguinho de terceira categoria pra ele, nada tão importante.
Sabe-se que nesta última eleição pessoas boas com passado decente, família bem constituída, ficaram em situação deprimente, em depressão, por terem acompanhado um grupo (candidatos ou não) que se deu bem e vai continuar depredando os cofres públicos à custa dos 200 ou 500 votos que os idiotas conseguiram de seus amigos e parentes para eleger os mais espertos. Para eleger um vereador, em Caraguá, por exemplo, cada coligação precisaria de 3.600 votos, número aproximado, e nenhum dos eleitos teve essa quantidade de votos. Elegeu-se com a ajuda dos votos dos idiotas que sabendo que serviriam de escadas aceitara a cooptação.
Correto seria deixar que todos os vereadores ficassem juntos em uma chapa e os idiotas ficassem juntos numa outra chapa. Ai o jogo seria equilibrado. Fora disso, os idiotas seguirão compondo as chapas dos espertos e ajudando a elegê-los sempre.
Não vai aqui nenhuma conotação sobre qualquer pessoa, mas uma reflexão sobre a realidade do nosso quadro político eleitoral brasileiro.
Tinha idiota achando que poderia ser prefeito, e não somente vereador, ou até deputado e tem até quem anda fazendo campanha pra deputado, mesmo tendo tido menos de 200 votos pra vereador. Depois não querem ser chamados de idiotas. Na verdade tem gente que perdeu quase tudo que possuía, por ter gasto na campanha as economias da família, sem saber que os espertos não gastam nenhum centavo do seu próprio bolso. São financiados com o dinheiro retirado do poder pelos ralos da improbidade, ou quem sabe pelo dinheiro das empresas que depois retiram de volta, em forma de negociata, tudo que investiram e muito mais. Só os bobos colocam seu patrimônio nesse jogo sujo da políticagem eleitoral.
Meu pai dizia, “toda vez que se encontrarem um bobo e um esperto, vai dar bom negócio”.
Ta na cara que quem vai se dar bem é o esperto..

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