A ARENA – Aliança Renovadora
Nacional, era o partido gerado nos gabinetes militares para ocupar o poder
assim que os militares se enjoassem dele. Dominou por alguns anos até que foi
sucedida pelo MDB- Movimento Democrático Brasileiro, em cujas fileiras desfilavam
figuras importantes como Montoro, Ulisses, Dom Paulo Evaristo Arns, Covas,
Almino Afonso, Luiza Erundina, Conceição
Tavares, Brizola, e muitos mais. Todos
tinham ódio da ditadura, e se organizaram numa grande frente que se chamava
MDB. Esse partido foi o grande detentor
da esperança até que conseguiu governar por um tempo e foi dividido em vários,
dando origem ao PSDB e PSB. Os mais radicais foram para o PSB, os menos
radicais como o Montoro foram para o PSDB, tendo permanecido no PMDB, nova
denominação do MDB, figuras como Quercia e Ulisses.
O PSDB foi o que mais cresceu até
ocupar, por cerca de oito anos, o poder central do Brasil, tudo em nome da
social-democracia e da moralidade pública. Exauriu-se no poder depois de compor
com algumas lideranças do nordeste agasalhadas no PFL, Partido da Frente
Liberal, liderado por Marco Maciel e Antônio Carlos Magalhães, um grupo de
muita influência que dominava o centro do poder.
Claro que se desgastou porque o
modelo de governo brasileiro do tal “é dando que se recebe”, desgasta qualquer
força que se disponha a “jogar o jogo”. Esse jogo do mensalão, dos mensalinhos, onde vereadores e deputados recebem favores e
às vezes dinheiro para não fiscalizarem o poder executivo, acaba por
desgastar os detentores do poder que não
conseguem agradar a todos por muito tempo.
Caiu o PSDB do mesmo jeito que
cai uma fruta madura e se desintegra na queda. Falam que o Serra vai pro PPS do
Roberto Freire, partido surrado pela própria indefinição. Era esquerda radical
e agora está aliado ao PSDB que é na atual conjuntura, uma espécie de direita
travestida.
O poder está com o PT que parece
estar firme no propósito de governar por mais alguns anos. São oito do Lula e provavelmente
mais oito da Dilma, uma façanha até muito mais generosa do que a que conseguiu
o PSDB.
Qual será o futuro do PT nessa
era da história política brasileira?
Os petistas acham que poderão governar
por mais algumas décadas, e os mais fanáticos até admiram o Hugo Chaves.
Quem olha bem de perto, com olhar
menos perfunctório, verá que o PT já não tem a mesma têmpera do seu início e pode
estar se aproximando da zona de desgaste quando negocia cargos e postos como se
o poder pelo poder fosse suficiente. Está perdendo a essência e nem a
estrelinha faz mais parte do cenário petista. Aquela estrelinha vermelha que
brilhava na TV naqueles programas maravilhosos ou na lapela dos paletós de
todos os seus membros . Alguns petistas
já estão se desgastando defendendo o Genoíno ou o Dirceu o mesmo o João Paulo,
figuras que a própria conduta, em outros tempos, lógico era suficiente para
estimular respeito e admiração.
Agora, até vereadores do PT já estão
recebendo orientação superior para se aproximarem do PSDB ou de quaisquer outras
agremiações, antes excomungadas, se for
para manter ou conseguir novos espaços no poder. O poder pelo poder, numa
degradação total de tudo o que um dia se chamou de ideal.
Que ideal é esse que troca voto
por cargo, por financiamento ou troca prestígios entre prefeitos e deputados em busca de dominações
estratégicas?
Posso falar porque eu sempre
elogio a competência e utilidade do Lula
para a história do Brasil com o “fora FMI” , “fora FHC” e “fora militares do
poder” e agora bem recentemente com o enfrentamento que a Dilma vem fazendo
contra o poderio dos bancos.
Isso a gente elogia, mas não dá pra
fechar os olhos para as negociatas de gabinetes bem na frente dos olhos da
gente, em toca de postos e cargos, o que nunca passava pela cabeça de qualquer
militante de verdade.
Se não se refizer da “overdose”
de poder, o PT vai desintegrar-se assim como o MDB, PMDB e PSDB. É só questão de
tempo e não de muito tempo.
Claro que ainda existem àqueles
petistas que defendem a ética partidária e esses, talvez sejam aqueles que
formarão as novas forças politicamente corretas que seguirão defendendo os
interesses do povo. Outros poderão até enriquecer seu patrimônio, mas seguirão
inexoravelmente rumo ao ostracismo
político.
Não escrevo com ódio porque eu
gosto e admiro a história do Partido dos Trabalhadores e gostaria que a sigla fosse
preservada para o bem do brasileiro, até porque não há nada de bom, por ora,
para substituir o PT se ele perder a confiança do povo.
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