Acordei meio pensativo, e quando isso acontece eu tenho que
escrever. Depois da minha caminhada recomendada pelos médicos que operaram o
meu coração, eu sentei diante do meu companheiro de sempre o computador, e
indaguei a mim mesmo: Escrever sobre o que?
Então veio a luz, e as figuras começaram a desfilar no
agitado filme mental que tem incomodado o brasileiro. Era o Cunha, O Temer, O
Renan, o novato do Rodrigo Maia presidente da câmara dos deputados, o Geddel, o
ex-ministro Calero, e o filme se desenvolvia em um cenário hilário se não trágico.
Os senhores deputados não conseguem dormir, desesperados com as tais medidas
contra a corrupção propostas pelo ministério público federal e subscrita por
mais de dois milhões e meio de cidadãos brasileiros. As medidas contra a
corrupção terão que ser aprovadas por 513 picaretas, segundo avaliação do Lula,
quase todos eleitos por processos corrompidos e patrocinados por padrinhos
desonestos. Pior é que os padrinhos desonestos, donos de construtoras estão
prestes a oficializar delação premiada que vai atingir diretamente a cerca de
130 políticos sendo mais de 30 deputados 13 senadores e um monte de ex-isso, ex-aquilo
e alguns atuais detentores de cargos políticos de livre nomeação.
Claro que ia ter problemas na votação dessas medidas que vão
colocar vários deles como réus diante de uma justiça que pretende ser melhor e
de uma polícia federal que vem sendo séria nos seus trabalhos de investigação.
O Renan presidente do Senado que responde a cerca de doze inquéritos
na esfera federal é o maior interessado em aprovar junto com as medidas de
combate à corrupção a tal anistia para os políticos que praticaram atos ilegais
antes da data da vigência da lei. Ou seja, os ladrões de votos só poderiam ser
penalizados por essa lei se o ato criminoso for praticado daqui pra frente. Os
velhos ladrões de votos estariam todos livres de quaisquer investigações e até
os atos praticados pela “lava jato” operação gigantesca da polícia e justiça
federal, seriam invalidados se a regra fosse aprovada na correria da madrugada
do dia 24 de novembro de 2016, silenciosamente na calada da noite. O que nos
livrou dessa canalhice foi a rede social e alguns deputados como o Miro
Teixeira do Rio de Janeiro que merece destaque, e alguns outros, que se
manifestaram e impediram que a votação ocorresse lá pelas quatro da manhã e
livrasse a todos os corruptos de plantão de possíveis punições futuras.
Registrei o fato porque a elite achou que derrubar a
presidente era suficiente para que o Brasil melhorasse, mas as seguidas quedas
de ministros, as manobras de bastidores, mostram um governo fraco e angustiado
pelas dificuldades de satisfazer a tantos salafrários. O último vexame ficou
por conta do ministro Geddel da Bahia que forçou o jogo contra o ex-ministro da
cultura querendo autorizar uma construção de prédio fora dos limites de altura em
área tombada em Salvador. Nesse prédio Geddel teria comprado um apartamento ou
quem sabe teria ganho um apartamento para conseguir aprovar a obra. Parece que
o fato vai gerar muito desgaste para um governo que nasceu de um “impeachment”
e deveria ser mais sério.
Tiraram a Dilma, puseram o Temer e o governo parece estar
mais temerário do que antes. João Lúcio Teixeira- Jornalista
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