RELIGIÃO NA POLÍTICA É PROBLEMA
A discussão sobre a religiosidade
teve o seu começo por volta do ano 800 antes de Cristo, com as civilizações
Grega, Chinesa e Indiana, ocasião em que os pensadores Gregos passaram a questionar
a irracionalidade da dependência religiosa, e passaram a buscar explicações
racionais para os fatos da vida. Os homens começaram a questionar a submissão a
Deus para solucionar problemas cotidianos, e passaram a pesquisar a formação do
universo e suas influências na vida das pessoas. Eram os primeiros passos do
pensamento filosófico que brotava na mente humana e fazia com que a razão
passasse a substituir a alma como único elemento etéreo da pessoa viva. O que
era chamado de espirito ou alma, passava a ser conhecido como mente, tema que
bem mais tarde foi pesquisado por Freud, o pai da psicanálise, que qualificou a
mente como o elemento fundamental da elaboração dos pensamentos e memórias.
Chegou-se à conclusão de que o homem material nasce sem qualquer registro de
memória e vai aos poucos colecionando conteúdo nas suas vivências, para compor
o que se chama de caráter ou conjunto de caracteres que lhe dão a identidade
social. Segundo Freud o homem nasce como uma folha de papel em branco e vai
adquirindo conhecimentos ao longo da vida. Por isso existe a afirmação de que o
homem é produto do meio em que vive. A criança que recebe uma educação equilibrada
de pais equilibrados e de comportamento social bem aceito, têm maior
probabilidade de serem adultos bem resolvidos e bem recebidos em quaisquer
meios sociais.
A religiosidade teria nesse
contexto a finalidade de servir como ferramenta ou instrumento de aplicação
prática do respeito e da moral social, sem, contudo ser elemento fundamental na
construção do caráter que dependerá de muitos outros fatores.
O cristianismo teve enorme
participação na construção das sociedades primitivas e serviu de instrumento de
controle social quando tudo era muito rudimentar em matéria de sociedade civil,
e as pessoas acabavam pautando o seu comportamento no material religioso. Que
Jesus existiu e foi historicamente um dos mais importantes homens do mundo, não
há dúvida, e os ensinamentos religiosos seguem sendo muito importantes para as
estruturações comportamentais.
Esse ponto também passa agora a
ser criticado, na questão política onde inúmeros religiosos estão sendo pilhados
pela justiça por envolvimento em atos de corrupção, a mostrar que a
religiosidade não está isenta de críticas. Deputados e outros ocupantes de
cargos eletivos podem ter usado a crença de seus fiéis para atingir o poder e
dele se beneficiarem.
O que era mais sagrado está sendo
questionado, e o povo vai acabar se afastando das religiões do mesmo jeito que
já está se distanciando da política, se religiosos desonestos continuarem a
usar a fé para galgarem poder político e agirem de má fé como tem ocorrido.
Há quem diga que os religiosos
corruptos não irão prejudicar a fé do povo, mas há quem diga que se não dá para
separar o joio do trigo, terá que prevalecer a ideia de que o bom religioso deve
permanecer no templo e não nos palácios.
João Lúcio Teixeira
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