terça-feira, 14 de julho de 2009

ENCONTRO CULTURAL

Na esteira das manifestações de interesses de diversas pessoas sobre atividades culturais, decidimos realizar um encontro em uma noite dessas lá no café com letras para discutirmos o formato do movimento que começa a dar sinais de vida. São muitos os interessados e o melhor é começar logo a nos reunir para traçarmos as linhas do movimento.
Quem quiser participar pode sugerir dia e hora. Mande o E-mail ou outra forma de contato para que se viabilize o convite.
Blog é Cultura.
No encontro vai ser sorteado um livro do Chico Buarque, "Leite Derramado".
O horário já foi estabelecido. Vai ser na sexta feira dia 17 às 20:00 hs no Café co Letras, na rua Major Ayres, 93, e você pode confirmar sua presença pelo fone 3883-4777.

7 comentários:

Anônimo disse...

Gosto desse blog.
Ele é bem real não é nada inventado para poder ter bastante comentário.
pode ser por isso que o blog não tem tanto comentários como antes,
vai ver que o internautas não goste tanto da realidade.

Lucia Vitorino disse...

Versos Íntimos

Augusto dos Anjos


Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!


Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no Engenho Pau d'Arco, Paraíba, no dia 20 de abril de 1884. Aprendeu com seu pai, bacharel, as primeiras letras. Fez o curso secundário no Liceu Paraibano, já sendo dado como doentio e nervoso por testemunhos da época. De uma família de proprietários de engenhos, assiste, nos primeiros anos do século XX, à decadência da antiga estrutura latifundiária, substituída pelas grandes usinas. Em 1903, matricula-se na Faculdade de Direito do Recife, formando-se em 1907. Ali teve contato com o trabalho "A Poesia Científica", do professor Martins Junior. Formado em direito, não advogou; vivia de ensinar português. Casou-se, em 04 de julho de 1910, com Ester Fialho. Nesse ano, em conseqüência de desentendimento com o governador, é afastado do cargo de professor do Liceu Paraibano. Muda-se para o Rio de Janeiro e dedica-se ao magistério. Lecionou geografia na Escola Normal, depois Instituto de Educação, e no Ginásio Nacional, depois Colégio Pedro II, sem conseguir ser efetivado como professor. Em 1911, morre prematuramente seu primeiro filho. Em fins de 1913 mudou-se para Leopoldina MG, onde assumiu a direção do grupo escolar e continuou a dar aulas particulares. Seu único livro, "Eu", foi publicado em 1912. Surgido em momento de transição, pouco antes da virada modernista de 1922, é bem representativo do espírito sincrético que prevalecia na época, parnasianismo por alguns aspectos e simbolista por outros. Praticamente ignorado a princípio, quer pelo público, quer pela crítica, esse livro que canta a degenerescência da carne e os limites do humano só alcançou novas edições graças ao empenho de Órris Soares (1884-1964), amigo e biógrafo do autor.
Cético em relação às possibilidades do amor ("Não sou capaz de amar mulher alguma, / Nem há mulher talvez capaz de amar-me"), Augusto dos Anjos fez da obsessão com o próprio "eu" o centro do seu pensamento. Não raro, o amor se converte em ódio, as coisas despertam nojo e tudo é egoísmo e angústia em seu livro patético ("Ai! Um urubu pousou na minha sorte"). A vida e suas facetas, para o poeta que aspira à morte e à anulação de sua pessoa, reduzem-se a combinações de elementos químicos, forças obscuras, fatalidades de leis físicas e biológicas, decomposições de moléculas. Tal materialismo, longe de aplacar sua angústia, sedimentou-lhe o amargo pessimismo ("Tome, doutor, essa tesoura e corte / Minha singularíssima pessoa"). Ao asco de volúpia e à inapetência para o prazer contrapõe-se porém um veemente desejo de conhecer outros mundos, outras plagas, onde a força dos instintos não cerceie os vôos da alma ("Quero, arrancado das prisões carnais, / Viver na luz dos astros imortais").
A métrica rígida, a cadência musical, as aliterações e rimas preciosas dos versos fundiram-se ao esdrúxulo vocabulário extraído da área científica para fazer do "Eu" — desde 1919 constantemente reeditado como "Eu e outras poesias" — um livro que sobrevive, antes de tudo, pelo rigor da forma. Com o tempo, Augusto dos Anjos tornou-se um dos poetas mais lidos do país, sobrevivendo às mutações da cultura e a seus diversos modismos como um fenômeno incomum de aceitação popular. Vitimado pela pneumonia aos trinta anos de idade, morreu em Leopoldina em 12 de novembro de 1914.

O poema acima foi incluído no livro "Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século", organizado por Ítalo Moriconi para a Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2001, pág. 61.

Lucia Vitorino disse...

AOS COMERCIANTES E COMERCIÁRIOS


Eu sou o homem que vai a um restaurante, senta-se à mesa e ...


PACIENTEMENTE ESPERA, ENQUANTO O GARÇOM FAZ TUDO, MENOS O MEU PEDIDO.

EU SOU O HOMEM QUE VAI A UMA LOJA E ESPERA CALADO, ENQUANTO OS
VENDEDORES TERMINAM SUAS CONVERSAS PARTICULARES.

EU SOU O HOMEM QUE ENTRA NUM POSTO DE GASOLINA E NUNCA TOCA A BUZINA,
MAS ESPERA PACIENTEMENTE QUE O EMPREGADO TERMINE A LEITURA DO SEU
JORNAL.

EU SOU O HOMEM QUE, QUANDO ENTRA NUM ESTABELECIMENTO COMERCIAL, PARECE
ESTAR PEDINDO UM FAVOR, ANSIANDO POR UM SORRISO OU ESPERANDO APENAS
SER NOTADO.

EU SOU O HOMEM QUE ENTRA NUM BANCO E AGUARDA TRANQÜILAMENTE QUE AS
RECEPCIONISTAS E OS CAIXAS TERMINEM DE CONVERSAR COM SEUS AMIGOS, E
ESPERA.

EU SOU O HOMEM QUE EXPLICA SUA DESESPERADA E IMEDIATA NECESSIDADE DE
UMA PEÇA, MAS NÃO RECLAMA PACIENTEMENTE ENQUANTO OS FUNCIONÁRIOS
TROCAM IDÉIAS ENTRE SI OU, SIMPLESMENTE ABAIXAM A CABEÇA E FINGEM NÃO
ME VER.

VOCÊ DEVE ESTAR PENSANDO QUE SOU UMA PESSOA QUIETA, PACIENTE, DO TIPO
QUE NUNCA CRIA PROBLEMAS.

ENGANA-SE.

SABE QUEM EU SOU ???

EU SOU O CLIENTE QUE NUNCA MAIS VOLTA !!!

DIVIRTO-ME VENDO MILHÕES SENDO GASTOS TODOS OS ANOS EM ANÚNCIOS DE
TODA ORDEM, PARA LEVAR-ME DE NOVO À SUA FIRMA.

QUANDO FUI LÁ, PELA PRIMEIRA VEZ, TUDO O QUE DEVIAM TER FEITO ERA
APENAS A PEQUENA GENTILEZA, TÃO BARATA, DE ME ENVIAR UM POUCO MAIS DE
CORTESIA".

"CLIENTES PODEM DEMITIR TODOS DE UMA EMPRESA,

DO ALTO EXECUTIVO PARA BAIXO, SIMPLESMENTE GASTANDO SEU DINHEIRO EM ALGUM OUTRO LUGAR. "
Discurso de Sam Walton

Anônimo disse...

Ah, deixem este encontro pro final da próxima semana (tipo quinta ou sexta-feira) fica menos em cima da hora...

Anônimo disse...

É isso ai o blog agora está muito legal, sem ofender ninguém.
Já era hora.

Anônimo disse...

LÁ NO CAFÉ DO LELAU É O MELHOR LUGAR PRA SE IR EM CARAGUÁ, NÃO CORREMOS O RISCO DE ENCONTRAR OS ACS DA VIDA, POIS CULTURA NÃO É COM ELES, PREFEREM OS BOTECOS DA VIDA.

Anônimo disse...

Sam Walton escreveu o texto acima depois de visitar Caraguá.