SILÊNCIO TEMERÁRIO

Há mais de um mês que o Ministro da Saúde do Brasil, o Temporão, vem aparecendo sempre na televisão para dar satisfações sobre a situação da gripe suína no Brasil. Fala sobre a evolução da doença e das providências que estão sendo adotadas para minimizar os efeitos. Em Caraguá, as autoridades oficiais estão evitando falar sobre o assunto, bem como os gestores da Santa Casa, único hospital local. Noticiou-se um caso de falecimento de uma menina de 12 anos com suspeita de ter sido acometida pela doença, mas nem assim as autoridades oficiais ocuparam a imprensa para esclarecer e isso tem causado enorme insegurança na população. O silêncio é ineficaz nesses casos e o melhor seria que as autoridades, prefeito e secretária de saúde buscassem a imprensa para esclarecer os fatos e assim mostrar preocupação e zelo para com a possibilidade de pandemia na cidade. A impressão que se tem é que o silêncio possa amenizar a preocupação da população, mas, ao contrário disso, a população necessita é de se preocupar mesmo e se prevenir enquanto não há casos concretos, mas evidências.
A opinião pública necessita de saber o que está acontecendo porque é nela que os resultados se refletem quando não existe um programa público de prevenção e defesa dos interesses oficiais. O ocupante do cargo público não é o dono do problema mas apenas o administrador do conjunto de fatores que podem ser empregados em favor da proteção da sociedade como um todo. Guardar silêncio sobre fato de tamanha significação pode significar ineficiência no gerenciamento. O complexo da saúde em casos de pandemias, deve ser gerido com absoluta prioridade e os investimentos necessários na compra de exames, contratação de equipes de sanitaristas, prevenção hospitalar, orientação ao público, e demais medidas devem ser prioridades e tudo muito explícito aos olhos do povo. Não cabe o silêncio diante dos fatos e o melhor seria a mais límpida “transparência” perante o povo que é o financiador e ao mesmo tempo a possível vítima do próprio sistema.
João Lúcio