segunda-feira, 27 de julho de 2009

VEIO DO JOÃO ROCHA

joao.roc@terra.com.br
Para:
drjoaolucio@bol.com.br
Data:
19/07/2009 18:38
Assunto:
Texto
Ponto a Ponderar.


A IMPRENSA ALTERNATIVA E A CRÍTICA PRONTA

É comum, vermos em tablóides, panfletos, boletins, veículos de comunicação de partidos políticos, notadamente de esquerda, sindicatos e outros, textos críticos, dirigidos à trabalhadores, estudantes ou moradores da periferia, abordando um determinado tema. Analisando, em sua maioria, são textos que levam a crítica pronta. Às vezes no título da matéria já se encontra a conclusão do texto. Escrevem o que querem que as pessoas leiam e não o que elas querem ler.

Acredito que a crítica pronta é um equívoco, erro de estratégia, quando queremos agregar adeptos ao nosso ponto de vista, à nossa causa. A crítica pronta, às vezes, não vai ao encontro do que as pessoas estão sentindo, ou quando vão ouvem, até concordam, porém, não tem entusiasmo em levar adiante.

Isso ocorre, também no corpo a corpo. Quando vamos a uma comunidade, por mais bem intencionados que somos, baseados nos mais justos ideais, não deixamos de ser meros estranhos. Despejamos críticas e mais críticas e fica uma conotação de que estamos agindo dessa forma apenas por interesse próprio.

Se formos ver como se deu a nossa formação política, o nosso posicionamento, a nossa reivindicação por justiça social, o ideal socialista, foi alicerçado em valores que nos foram passados, que formaram o nosso caráter somado às informações que recebemos e despertou o nosso senso crítico em relação às injustiças e realidade que vivemos.

Portanto, acredito que devemos levar a informação e a comparação: como está e como deveria ser; dados comparativos.. Motivar as pessoas a falarem, fazendo questionamentos sobre o que estão sentindo. Com esses subsídios formulará as suas críticas, seus sentimentos, o que deveremos reforçar e mostrar as nossas propostas para amenizar ou solucionar os problemas.

Em todos os agrupamentos humanos existem os expoentes, no qual as pessoas depositam confiança. Carismáticos, formadores de opinião, que sabem externar seus sentimentos. Com informações, dados comparativos saberão formular as suas críticas as quais irão irradiar no grupo ou comunidade, onde sentem e convivem com os problemas.

Não quero dizer que não devemos criticar, denunciar falcatruas, incompetências, inoperãncias, etc. Devemos criticar sim. Na hora certa, no lugar certo, baseado em informações e com provas. Porém, devemos acreditar na capacidade dos indivíduos de falarem por eles mesmos dos problemas que os afligem. Dar oportunidade para isso e para que desperte a consciência, cresçam e se transformem em militantes, aumentando a base de sustentação de um projeto ou de um governo de mudanças: municipal, estadual ou federal.

"A informação leva ao entendimento da realidade, que desperta a consciência o senso crítico e faz sentir a necessidade de se organizar para o enfrentamento. No embate aumenta o aprendizado, pois vemos quem é quem no processo" (Lenin)

Autoria: João Rocha
Caraguatatuba- S. P. - 11/02/04

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