UM DEFUNTO SEM TETO

Um dos compromissos mais antigos da ética humana é o direito a um enterro digno. Imaginem se os seres humanos que morrem ficassem se decompondo jogados ao solo como acontece com alguns animais nas ruas? Seria o fim da espécie humana e a maior falta de respeito. Ser enterrado condignamente é direito de todos. O vereador Celso contou ao Blog que morreu alguém pobre no Massaguaçu e ele foi tentar ajudar a viabilizar o sepultamento que é o que vereador gosta de fazer, todos eles pra conseguir depois cobrar o voto da família. Se é comum, vamos admitir. Primeiro disseram que não podia ser velado no Cemitério do Jetuba, que só permite o velório com pagamento de 400 granas. Se for enterrar lá, é 900. Oh!... loccco. Não tem um convênio prefeitura cemitério para enterrar certo número de mortos de graça? O velório não se faz mais em casa e assim a alternativa era velar no cemitério municipal que não pode mais receber enterros de pessoas pobres, mas só velórios porque está lotado de defuntos pobres e agora só tem vaga pra rico, a distância de um local para o outro é grande, mais de cinco quilômetros e os pobres não possuem carros para acompanhar o cortejo que vai parecer um movimento sem terra aquele monte de gente a pé estrada afora. O Celso ficou p.... da vida, ligou para o prefeito e a resposta foi pela confirmação de tudo e o morto do Celso tremeu no caixão saber que era sem teto até depois de morto. O tema virou debate na câmara municipal na sessão da última terça, mas ficou tudo do jeito que o prefeito decidiu. Quem for pobre não deve morrer antes da troca de prefeito se não vai passar frio e raiva rolando por ai sem ter onde descansar em paz. Ora, já passou do tempo de se fazer um cemitério público nesta cidade com velório descente e vaga para quem não tem como pagar, e isso não dá voto? É muita falta de respeito com o ser humano.

Quanto custa um cemitério?

Se for feito com as máquinas da prefeitura em um terreno barato vai custar quase nada em relação a tantos desperdícios que se vê por ai. Só o dinheiro dos reparos da praça de eventos toda esburacada pelos shows cancelados, já paga metade do cemitério. Quem não respeita os mortos vai para o inferno, é só esperar e desta vez não dá pra falar "quem viver verá" porque só vai ver a carniça desses irresponsáveis ardendo no inferno aqueles que morrerem. Então inventamos um novo ditado, "quem morrer verá" a cara de prefeitos e vereadores ardendo nas chamas do satanás. Ainda há tempo. Se fizerem um cemitério rapidinho a gente conversa e pode até reconsiderar o decreto de condenação satânico. Quem morrer verá !...