Passaram-se quatro anos desde o lançamento do meu primeiro livro escrito com absoluto desprendimento e sem a preocupação da agradar. O título escolhi de propósito para chamar a atenção de quem se deparasse com o livro em alguma prateleira e assumi a responsabilidade "Não há Deus nem Diabo" é o título que afronta a convicção de mais de 90% das pessoas já que somente 7% das pessoas no Brasil acreditam na existência de Deus e do Diabo. Na verdade os personagens fazem uma experiência interessante de vida sem nenhum dogma e conseguem encontrar razão para a vida equiparando-se aos bichos que são considerados seres sem alma. Qualquer escritor ainda que acredite piamente em alguma tese poderá escrever o contrário se desejar e isso faz parte do teatro da própria vida que exige de cada pessoa um papel na composição miscigenada da peça chamada de vida real. Há Madonna e Maicon Jackson e há também a rainha Elizabeth, cada um no seu papel e caracterizado a contendo. O livro começou muito discreto na comercialização e aos poucos está surpreendendo o que está provocando o planejamento de uma segunda edição ampliada e retocada. Os dois personagens investigam a fé e chegam a conclusão que é quase tudo um enorme interesse econômico e de poder que satisfaz a necessidade de muita gente que não conseguiria viver sem se amparar em algum tabu. Há que pergunte se eu sou ateu, como se eu o autor estivesse escrevendo a minha vida. Primeiro, eu não acredito em escritor que escreve a si mesmo ou a seus familiares, porque seria muita falta de criatividade escrever a própria história como primeira obra. O escritor até pode fazer a autobiografia, mas depois de comprovada fama com obras do cotidiano alheio. Segundo é porque a vida de uma pessoa comum como eu me considero não poder ser tão importante assim para os outros. Ceta vez uma senhora tradicional de Caraguá, agora falecida, me disse que gostaria de escrever um livro sobre a vida de seus três filhos, e eu perguntei o que havia de especial na vida de seus filhos e ela respondeu que eles erma apenas seus filhos. Quem iria ler a obra se não ela mesma? Faleceu e não escreveu, o que foi bom.
O livro Não há Deus nem Diabo" foi inspirado em uma viagem de carro em que eu liguei o rádio e a sintonia automática só encontrava rádios que transmitiam programas religiosos e todos pediam dízimo, cada um de um jeito e todos na maior "cara-de-pau" justificando o dízimo como se fosse a aquisição de um lote ao lado de Jesus, lá no céu que também não passa de um monte de nuvens.
Essa foi a conclusão que os personagens me levaram a escrever e eu o fiz com a certeza de que escrevia exatamente o que os personagens ditavam.
Sobre a fé, a melhor frase que ouvi foi da Raquel de Queirós que quando perguntada se era atéia ela respondeu: " Eu não tenho fé, porque Deus não me deu".
O livro está a venda no Litoral na Sales Jornais e Revistas, na Banca DRY Jornais e revistas em frente ao Chibata, no Ponto das Letras em Ilhabela, Livraria Nobel em Ubatuba e na Livraria da Avenida da Praia em São Sebastião.
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