sexta-feira, 11 de novembro de 2011

UM EXECUTIVO DE ALTO ESCALÃO NÃO PODE ERRAR TANTO

Quem acompanhou na última semana os debates sobre corrupção no primeiro escalão do governo federal, viu e ouviu os discursos dislexos de Sua Excelência o Ministro Lupi titular do Ministério do Trabalho. Após denúncias de corrupção na sua pasta veio a público em discurso inflamado dizer em primeiro momento que não sairia do Ministério a menos que fosse retirado à bala. Ou seja, prometeu resistir qualquer forma de tentativa de deposição, ainda que fosse com luta armada. 
Dia seguinte, provavelmente após orientação de alguma assessoria resolveu refazer o discurso e a emenda ficou ainda pior. Disse que não quis desafiar a presidente Dilma, pediu desculpas públicas ao povo brasileiro e ao final cometeu mais uma fanfarrice, demonstrando que não é preparado para ocupar cargo de tamanha envergadura. Não pelo seu valor moral que não vem ao caso, mas pela evidente juvenilidade de sua fala desconexa e sem a necessária cautela comum aos que ocupam cargos maiores. Disse que a Dilma não vai demití-lo porque ele a conhece há  mais de 30 anos e finalizou: "eu te amo Dilma". 
Amor e ódio não são ingredientes adequados no mundo profissional e toda vez que se mistura amor ou ódio com decisão profissional o resultado é catastrófico, já que nem sempre o mais amado pode ser o melhor em resultados. A Dilma está experimentando a decepção das conveniências políticas temerárias na escolha  de pessoas que exercem cargos que deveriam ser preenchidos por técnicos. A empresa privada não entrega um cargo de direção ou gerência sem que a pessoa tenha frequentado no mínimo MBA curso que sucede aos ensinamentos acadêmicos superiores e qualifica o profissional para exercer as funções de nível alto onde os segredos da instituição e as grandes decisões passam por debates de alto nível. O poder público não tem tido o mesmo cuidado ao selecionar seus ministros e secretários de estado ou municípios deixando as indicações por conta de partidos políticos ou de familiares de cabos eleitorais. O resultado é um desastre cuja conta acaba paga pelo povo. O Ministro Lupi fez questão de dizer que é um ex-jornaleiro e está sofrendo perseguição por isso, como se ter sido jornaleiro pudesse credenciá-lo a exercer cargos de tanto prestígio. O Lula foi torneiro mas o seu cargo era eletivo e isso não se pode criticar porque o povo queria um presidente menos burguês e o escolheu pelo voto. Depois de eleito o presidente tem o dever de entregar os cargos mais importantes do seu governo a quem esteja preparado tecnicamente e não politicamente. A Dilma já trocou alguns ministros, em Caraguá já foram trocados muitos secretários e a dança das cadeiras vai continuar até que se apliquem critérios adequados na escolha do primeiro escalão de qualquer governo. Um político de pouca instrução eleito para cargo de grande importância precisa saber que os seus limites intelectuais o povo relevou, mas a responsabilidade de se fazer assessorar por gente capaz, séria e preparada para movimentar a máquina pública  acaba bem maior do que se possa imaginar. Isso é o que se chama de responsabilidade fiscal ou resposabilidade  social que as severas leis brasileiras tentam combater. 

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