sexta-feira, 25 de novembro de 2011

VEIO DO JOÃO ROCHA

SALÁRIOS  DOS TRABALHADORES
Foi muito bem abordada a situação dos professores pelo professor Ribas, em matéria postada neste blog, há alguns dias, intitulada  PROFESSORES  VÃO PARA O SPC.
No nosso país que se diz democrático, civilizado e na sua maioria cristãos é cheio de contradições e situações pouco democráticas, justas e humanas.
No Brasil, mais de 50 milhões de pessoas recebem, depois de um mês de trabalho, o salário mínimo para custear a sua sobrevivência, que fica comprometida, pois, se come não mora, se mora não come e acaba fazendo as duas coisas de maneira precária.
Não sou nutrionista, mas, tenho noção que um trabalhador, diariamente, precisa consumir proteínas, sais minerais, carboidratos, vitaminas, etc. para  repor as energias gastas, com pelo menos três refeições: café da manhã, almoço e jantar. Porém, isso não é possível para quem recebe um mísero salário mínimo e, o trabalhador torna-se um subnutrido.
O Salário Mínimo, quando foi  instituído previa ser o suficiente para suprir a necessidades básicas de dois adultos e duas crianças.
Vejamos o que diz a constituição.
Salário mínimo necessário, de acordo com o preceito constitucional:
"salário mínimo fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, reajustado periodicamente, de modo a preservar o poder aquisitivo, vedada sua vinculação para qualquer fim" (Constituição da República Federativa do Brasil, capítulo II, Dos Direitos Sociais, artigo 7º, inciso IV). Foi considerado em cada mês o maior valor da ração essencial das localidades pesquisadas. A família considerada é de dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto. Ponderando-se o gasto familiar, chegamos ao salário mínimo necessário.
Os Concursos Públicos, nos seus editais, propoem um salário abaixo do que prevê a constituição.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudo Socioeconômicos – DIEESE, em agosto desse ano, o salário mínimo deveria ser de  R$ 2.278,77. (dois mil duzentos e setenta e oito reais e setenta e sete centavos).

Portanto, o debate que os políticos travam por mais ou menos alguns reais, na época de reajuste do salário mínimo éhipócrita.
Segundo argumentos dos economistas,  hoje, se o salário mínimo for estabelecido acima do proposto, por exemplo, em R$ 759, 60 (setecentos e cinqüenta e nove reais e sessenta centavos), seria a maior quebradeira de prefeituras, micro e pequenas empresas, Previdência e outras instituições, enfim do país quebraria.

O que acontece com o sistema? Se o trabalhador receber um terço do salário necessário, para adquirir  o básico para sua sobrevivência é problema ? Onde está o gargalo? Qual é a saída para os trablhadores ?
João Rocha
Foi dirigente sindical
cassado em 1.964.

Um comentário:

augusto tannenbaum disse...

Bom dia. Realmente este país é uma piada, de mau gosto, claro. Este salário mínimo ideal citado, seria ideal nas condições econômicas e preços praticados neste momento, certo? Porém se hoje o salário mínimo passasse de 500 reais para 2000 reais, amanhã um pacote de 5 kg de arroz que hoje custa em torno de 8 a 9 reais, estará custando 30 ou 40 reais, 1 kg de carne sem vergonha que hoje custa em torno de 13 ou 14 reais, amanhã custará 60 ou 70 reais, passagem de onibus que beira os 3 reais, amanhã = 15 reais, e por aí vai. Infelizmente essa é a política do nosso país. Sou jovem, tenho 30 anos, mas estou profundamente desiludido com essa nação, a começar por nós mesmos, cidadãos tão corruptíveis e ingratos. E tomo como exemplo o ex-presidente Lula para justificar nossa corrupção: Não acredito que Lula seja desonesto, porém corrompeu-se e muito para conseguir governar. É realmente estranho separar corrupção de honestidade, mas no Brasil isso é fato. Nesses casos parece ser uma escolha entre viver e morrer, literalmente. Quantos de nós ao se deparar com uma carteira caida no chão iríamos tentar encontrar o dono ao invés de ficar com o dinheiro que possivelmente poderia estar dentro? Acredito que a grande maioria faria isso, porém dessa grande maioria, quantos não tentariam obter alguma vantagem seja para sua rua, seu bairro ou para si próprio ou algum familiar, diretamente com alguém que tenha certa influência para o fazer, ao invés de trilhar pelos caminhos burocráticos espinhosos e demorados que seriam os corretos? Que cada um fale por si nesse caso. Dessa forma faço uma separação entre honestidade e corrupção, sendo muitissímo tênue a linha que as divide. Como já disse por aqui mesmo, sou a favor de presidentes, deputados, senadores, governadores, prefeitos, vereadores, sem salário. Estas pessoas que almejam tanto estes cargos, deveriam ser ótimos administradores e que tivessem renda e patrimonio capaz de suprir todas as suas necessidades sem depender de salários. Quem sabe com esse dinheiro economizado, não sobrariam recursos para educação, saúde, etc, etc??? Mas não creio que chegaremos a isso algum dia. Não com esse modelo político-econômico do qual fazemos parte. Vejam os lucros que os bancos comemoram a cada ano. Não sou nenhum tolo em dizer que seria melhor se não houvessem bancos, embora as vezes realmente tenho dúvidas, mas o fato é a proporção entre o valor a ser pago por quem ganha muito e quem ganha pouco, os benefícios oferecidos para quem ganha muito e quem ganha pouco. Vejam, se voce é um micro empresário, esta realmente encrencado se precisar de dinheiro em virtude de alguma dificuldade, porém se voce é um mega empresário, o próprio governo moverá céus e terras para ajuda-lo. Por fim acho que o que nos resta é pedir a Deus que nos guie nessa selva em que vivemos.