domingo, 18 de dezembro de 2011

A FONTE É CONFIÁVEL

O município de Caraguatatuba conta com apenas um hospital, ainda que tenha mais de cem mil habitantes, e o hospital é particular administrado por uma congregação religiosa. O hospital Stela Maris atende a toda a demanda hospitalar no município e até algumas de fora da cidade, é instituição filantrópica  de propriedade particular. Muitas são as reclamações envolvendo o atendimento no local e a história conta que sempre houve insatisfação dos usuários principalmente na parte do pronto socorro cujas filas chegam a exigir horas de espera. De três anos pra cá, o hospital sofreu alteração na sua direção tendo sido substituídas as irmãs que há tempos cuidavam do nosocômio. A Irmã que atualmente chefia a unidade veio de Santa Catarina onde permaneceu por 11 anos administrando um hospital que estava abandonado e foi transformado em referência em matéria de atendimento. Há provas de que se trata de pessoa competente e os resultados já foram constatados em alguns pontos. Aumentou em três anos o número de leitos de 80 para 140 eliminando as macas nos corredores, terminou a obra inacabada da maternidade que estava em lenta evolução há tempos. Construiu e equipou a unidade  terapia intensiva infantil ou UTI neonatal já em funcionamento atendendo inclusive outros municípios. O hospital foi avaliado pelos auditores do Ministério da Saúde e recebeu pontuação baixa, 58 pontos em universo de 500 pontos, o que ocorreu há cerca de um ano, mas ao invés de desanimar a direção do hospital resolveu pedir ao Ministério da Saúde que orientasse a estratégia de melhoramento da instituição, que em um ano subiu de 58 para 250 pontos está agora inserido na categoria “prata” caminhando para se colocar na categoria ouro.
O grande problema que está acontecendo é que a direção da irmandade não consegue se relacionar bem com o prefeito Antônio Carlos do PSDB, que tem sido duro em relação aos repasses de verbas.
O município repassa cerca de 700 mil reais por mês, o Estado de São Paulo cerca de 130 mil reais e a União repassa cerca de 800 mil reais mensais. Esses valores já vêm sendo mantidos há tempos, sem alteração e a população da cidade cresceu o que aumenta o volume de atendimentos.
Como não conseguiu sequer falar com o prefeito sobre aumento dos repasses, a Irmandade  resolveu encaminhar os relatórios ao Promotor da Cidadania que realizou uma reunião com o prefeito e a instituição hospitalar, mas o prefeito não cedeu, socou a mesa e até destratou a freira que saiu desanimada. Segundo se soube através a arara azul, a irmã saiu temerária com a brutalidade do debate.
O Promotor resolveu ingressar com ação e pedir ao juiz que determine liminarmente o aumento dos repasses e que comece a pagar pelas internações na UTI neo-natal o que está sendo dificultado.
Pior é que prefeito pretende esvaziar o pronto socorro do hospital assim que inaugurar o prédio em frente à delegacia de polícia do centro da cidade. 
Depois que soubemos que o presidente da Associação Comercial, o simpático Coutinho que deixou o cargo na semana passada, nunca conseguiu ser recebido pelo prefeito, não é de duvidar que a Santa Casa também tenha as mesmas dificuldades. 
Na realidade, o exercício de cargo público não deve ser pautado de forma pessoal por gostar ou não gostar de alguma pessoa. A atividade pública exige impessoalidade, mas não é o que entende o Senhor Prefeito de Caraguá que age de forma segregária quando não simpatiza com alguém e a relação que deveria ser institucional vai para campo da pessoalidade.
A vida humana poderá pagar essa conta, a menos que o Juiz conceda a liminar e determine que os repasses sejam justos, nem mais e nem menos do que justos, para remunerar na tabela SUS os serviços realmente prestados.
Houvesse uma comissão de saúde permanente na Câmara Municipal e os vereadores poderiam fiscalizar o que significa essa briguinha em relação aos interesses da população. A situação é grave e merece atenção.
Para que hospital seja suficientemente equipado ele necessita de construir uma cisterna para armazenar 200 mil litros de água para se prevenir em caso de falta desse produto no sistema público. Se o sistema entrar em colapso o hospital terá estoque de água para apenas um dia. A obrada cisterna estaria orçada em 360 mil reais. A cozinha tem capacidade para fazer 1000 refeições por dia e precisa ser reformada para 5 mil refeições e assim se preparar para o futuro. O setor de atendimento médico precisa de reforma para se adequar à demanda numa obra que poderá custar cerca de 600 mil reais.
Tudo isso é pra se pensar, porque na hora que alguma pessoa importante precisar o sistema poderá ser insuficiente e por isso o diálogo seria importante para que o único hospital da cidade tivesse condições de oferecer melhor atendimento.
Falá-se em construir um hospital regional, mas todo mundo sabe que isso é coisa para bem mais tarde porque a duplicação da Tamoios já vem sendo falada há 15 anos e não sai dói papel. O que é real é que o Stela Maris existe há mais de 50 anos e algum investimento que nem seria de grande monta poderia dar a ele uma nova configuração para solução imediata da deficiência que é grave, mas pode ser amenizada. Afinal, vida é vida.

No caso da Santa Casa, pode-se afirmar que se houvesse um diálogo entre o poder e a Irmandade, certamente a saúde poderia estar melhor. Se não dá pra repassar as verbas necessárias ao hospital e exigir dele uma prestação correta de contas, como é que se explicam tantas obras de pavimentação de ruas?

4 comentários:

atacc disse...

e sr joão lúcio estamos na era dos coronéis, ainda bem que falta pouco. só um ano e se o povo votar outra vez merece tudo o que esta acontecendo.

munícipe preocupado disse...

Todo mundo critica a Sta. Casa, eu mesmo já o fiz por várias vezes. Há muito a ser feito por lá, começando com a modernização da gestão. Reformas e construções sozinhas não resolvem o problema.
Mas o maior problema por aqui é que a prefeitura não cumpre o mínimo, ou seja, atendimento básico.
Temos que exigir que os atendimentos nas UBS desempenhem seu papel, que é evitar que o paciente chegue ao hospital. Todos devem ter acesso às consultas de rotina, medicina preventiva e deve existir pronto atendimento para os casos mais simples.
Apenas com essas ações, mais de 80% dos problemas da saúde estariam resolvidos.
Parece simples, né? E é mesmo. O que falta é exigir que os médicos cumpram seus horários, ter pediatras e clínicos de plantão 24 horas e apostar em "não ficar doente". Pequenos problemas todos têm vez ou outra, um resfriado, dor de barriga ou uma febre, intercorrências consideradas normais no dia a dia.
Mas a saúde tem que ser pensada assim, prevenção e promoção da saúde e não como é tratada hoje, curativa, com excesso de remédios e tratamentos e hospitalização.
Doença, remédios e hospital é EXCESSÃO, não é regra. Prevenção é mais barato e melhor para todos ou então não haverá hospital, medicamentos e tratamentos que bastem.

cris disse...

Saúde não se vê a olho nu a pessoa sente , o ser humano infelizmente da valor ao que vê e o asfalta todo mudo vê até o turista pra fazer propaganda,mas quem sofre seja la uma dor de barria ou uma doença séria não faz diferença,infelizmente assim é amente dos governantes e do povo que aceita migalhas na época das eleições,por isso concordo com o atacc acho que o povo merece,pena dos que pensam diferente.

jose carlos disse...

O mes passado eu fui a uma consulta no posto aqui do centro me informaram, que a medica chegaria as nove horas e minha consulta estava marcada exatante para as nove eu ainda falei para uma pessoa eu duvido que ela va chegar as nove e atender a todos, bem de fato ela so chegou as nove e trinta o curioso e que eles não tem chefes não tem quem controla os horarios deles eles os medicos não teria que bater ponto assinar presença ou coisa parecida e depois cumprir o horario acordado no momento da contratação, fica a pergunta porque ninguem cobra desse pessoal afinal pensão o que que eles são Deus e podem fazer o que quer ,
A medica que estou citando acima naquele dia atendeu 10 pessoas isto mesmo dez porque eu fui o ultimo e loga em seguida ela foi embora ou seja trabalhou menos de uma hora e meia e cade o controle .