quinta-feira, 31 de maio de 2012

O DILEMA DO CORONEL

- Vai ou não vai ser candidato?
- Peguntou um fiel correligionário do coronel que sempre dominou parte da política da região.
- Não sei, tô meio em dúvida.
- O senhor sempre se disse candidato. Na hora "h" amarelou?
- Muito dinheiro, muito dinheiro!..
- Depois o senhor pega de volta.
- Sei não, menino, sei não. A coisa anda complicada. Meu cumpadre foi preso, junto com a mulher e um filho que era secretário. O amigo nosso lá de Monte Alto também dançou na mão da polícia federal. Foi investigado mais de um ano. Sei não.
- Sinhô é o melhor candidato que nós temos e nem precisa de dinheiro pra se eleger
- E os vereadores que querem dinheiro pra serem candidatos junto comigo e se eu não der grana eles vão pro outro lado. Esse é o maior custo da campanha, os candidatos a vereadores pedem um monte de cabos eleitorais na boca de urna. Cinquetão cada um.
- E se o sinhô mandá todo mundo pro inferno e sair na rua puxando uma enorme votação. Será que não muda esse jogo sujo, coronel?
- Sei não, sei não.
Conclusão: O país está começando a amedrontar os que fazem política do lado torto e pode ser que as eleições voltem a ser disputadas no plano do real prestigio político. Como diziam os antigos, se é do couro que sai a correia, então o dinheiro do imposto é que acaba pagando essa conta.
Um grande filósofo político contemporâneo disse que "é dando que se recebe". Parece que alguns estão ficando com medo de dar e, com isso, o voto vai voltar a ser de graça.
Sonhar não custa nada.

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