Ontem, mais três homicídios
audaciosos em que os assassinos sacaram as armas na frente de outras pessoas e
atiraram vários vezes contra alguma vítima, mostraram nesta noite de 1 de maio
de 2013, o perfil violento de Caraguatatuba, cidade que vem há alguns anos figurando
entre as mais violentas do estado de São Paulo. As autoridades policiais sempre
repetem a mesma justificativa e dizem que são “bandidos matando bandidos”. Se considerada válida a explicação da polícia,
a cidade está produzindo mais “bandidos” do que outras cidades do Estado e a
superpopulação de “bandidos” seria a responsável pelos tais conflitos e mortes.
Simples.
Na imprensa internacional, o que
está em evidência é a redução da maioridade penal no Brasil, defendida como
solução para os problemas da criminalidade adolescente. Ligando uma coisa à
outra, a geração de “bandidos” à criminalidade urbana, pode se concluir que lei
e justiça, não são suficientes para impedir a escalada da violência urbana,
porque se a lei já alcança os maiores de idade que praticam crimes, e eles
continuam praticando, pode-se afirmar em raciocínio lógico, que mesmo vindo a
ser alcançados pela justiça criminal, os menores poderão continuar no mundo do
crime. A lógica mostra que se os menores forem considerados maiores para fins
de responsabilidade criminal, o resultado prático será apenas mais lotação nas
cadeias, e prisão não recupera.
O problema precisa ser olhado por
outros ângulos, e o principal deles é a necessidade de investimentos na
profissionalização juvenil e na geração de empregos e postos de trabalho.
Se Caraguatatuba, e outras
cidades do Brasil, deixassem de lado a fixação por investimentos em prédios, asfalto
e pontes como sendo símbolo de eficiência administrativa, e passassem a
construir mais escolas do tipo “SENAI” ou criassem polos industriais,
certamente teríamos menores índices de criminalidade. Nós estamos criando o que
a polícia chama de “bandidos” para depois assistirmos o triste espetáculo da morte
violente que entristece a vida urbana. Os prefeitos são eleitos para administrarem,
acima de tudo, as vidas humanas que devem ser prioridade absoluta. Quem aprende
trabalhar e consegue o seu primeiro
emprego, tem mais chances de não virar “bandido”. Mais trabalho e profissão, menos “bandidos”,
menos violência. Simples.
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