quinta-feira, 3 de outubro de 2013

CACIQUES ESBRAVEJAM CONTRA A PERDA DO PODER DE BARGANHA

Em entrevista à grande imprensa o Senador Álvaro Dias disse que a criação de novos partidos é uma espécie de feira eleitoral que prejudica o estado democrático e confunde o eleitor. Seria verdadeira essa afirmação se os grandes partidos não fossem patrimônio quase particular de meia dúzia de dominadores de plantão. Quem manda no PSDB é FHC, no PTB é o Roberto Jeferson, no PT é o Lula, todos eles contando com mais um meia dúzia de amigos que nos gabinetes definem as posições partidárias. O chamado baixo clero, os deputados que se elegem sem grandes ligações com esse clero dominador, acabam servindo de massa de manobra e instrumento de barganha dos espertalhões que podem dizer ao presidente da república, por exemplo, que a sua bancada vai votar contra se algum interesse não for atendido. A corte determina o comportamento dos demais deputados e vereadores, que se não os obedecerem acabam expulsos da legenda por infidelidade. Eles não querem partidos fortes, mas sim, legendas grandiosas para que seus interesses políticos sejam satisfeitos na volumosas negociações às vezes indecentes.

O PSB tem seus problemas com o diretório paulista, já que a cúpula nacional se dizia na base do governo Dilma e o Márcio França é secretário do governo Geraldo, do PSDB. O PDT acaba de perder o Paulinho da Força que desobedecia o alto clero do seu partido e tinha o seu filho com cargo no governo tucano de São Paulo. Criou um partido e vai levar um monte de deputados do PDT que vai ficar mais fraco.

Com a criação do Partido da Solidariedade do Paulinho, o PDT vai perder força, assim como o PSB que acaba de perder o Ciro Gomes, que não concorda com a candidatura do Eduardo Campos a presidente por entender que melhor para o partido seria apoiar a Dilma. Ciro foi para o PROS Partido Republicano da Ordem Social recém criado e levou consigo um monte de lideranças. O PSB fica mais fraco.

O PMDB tem gente ligada ao governo de São Paulo e tem o vice presidente da república ligado ao PT. Também está bravo porque vai perder deputados e vereadores.

Quando eles falam que a criação e novos partidos prejudica o estado democrático, deveriam completar o raciocínio e dizer que a criação e novos partidos prejudica aos interesse desses grupos dominadores das grandes legendas que não querem perder deputados e verem enfraquecido o seu poder de barganha.

Olhando deste lado, pode-se afirmar que número de partido não é o mais importante, mais sim o jeito como são administradas essas grandes legendas.

O PROS já está organizando diretórios nas cidades do litoral norte e definiu que vai ter candidatos a prefeitos em todas elas, o que pode ser bom para que pessoas que não fazem parte das máfias organizadas nas grandes legendas, possam se candidatar sem as rasteiras que costumam acontecer, e oferecerem aos eleitores alguma alternativa, já que os eleitores reclamam que não têm tido escolhas porque as opções que lhes têm sido oferecidas são poucas e de qualidade duvidosa. O PROS está orientando aos seus dirigentes para que procurem possíveis candidatos que não estejam maculados pela corrupção.

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