terça-feira, 22 de outubro de 2013

ENTRE O SONHO E A REALIDADE

Um debate interessante é o que versa sobre a relação entre o homem e o animal doméstico. Nesta semana um capítulo importante se deu quando ativistas dos movimentos de defesa dos animais invadiram um laboratório no município paulista de São Roque, e retiraram mais de cem cães da raça “beagles” que eram utilizados como cobaias em experiências laboratoriais, na busca de medicamentos que possam ser utilizados no tratamento da saúde humana.
A questão reside no campo da ética. Pode ou não pode o homem utilizar animais em experiências biofarmacêuticas?
A Lei 11.794, sancionada em outubro de 2003 pelo então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, regulamentou o Artigo 225 da Constituição Federal e estabeleceu as normas válidas até hoje para o uso de animais em pesquisas científicas, substituindo a Lei 6.638, de 1979, que até então determinava as regras para a "prática didático científica da vivissecção de animais". Alvo de discussão após a invasão do Instituto Royal, em São Roque (SP), na última sexta-feira, o uso de animais em pesquisas científicas é regulamentado no País pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal  (Concea), criado na sanção da lei, em 2003.
O debate promete evoluções e os movimentos de defesa dos animais terão que enfrentar a legalidade estabelecida na lei, ou então terão que promover alteração do texto legal.
A atividade de defesa de animais é nobre, mas no confronto com a realidade da necessidade da atividade pesquisadora, terá que haver transigência de ambos os lados. Nem tanto ao mar nem tanto à terra.
Os ativistas poderão ser processados por invadirem um recinto autorizado por lei, mas a sua atividade tem que ser respeitada pela própria nobreza que reveste o fato.

Estamos, neste caso, entre o sonho e a realidade.

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