A criminalidade no estado de São Paulo vem crescendo nos últimos
anos, especialmente no quesito crime organizado. A facção denominada de PCC,
Primeiro Comando da Capital, existe há mais de dez anos e mostra que tem sido
muito mais eficiente na organização de suas ações do que o governo no combate ao
crime organizado. O tráfico de entorpecentes é um dos mais importantes
ramos de atividade do grupo, que tem também seus tentáculos no crime de roubo a
carro forte, caixa eletrônico, carga, e outras modalidades.
As autoridades paulistas não conseguem
neutralizar as atividades do PCC que se organiza, inclusive, dentro dos
presídios, e o fato é visível nas matérias que a imprensa tem exibido.
Há, inclusive, uma oração que os membros
do grupo fazem, dentro das cadeias, movimentando-se em círculos, espetáculo
assistido pacificamente pelos agentes penitenciários que não dispõem de
proteção suficiente para impedir o adestramento de presos que se sentem mais
protegidos pelo crime do que pelo estado. Há frequentes denúncias de participação
de agentes policiais em atividades criminosas, o que inclui agentes
penitenciários que se deixam corromper ou por medo de represália ou por falta
de caráter, o que transforma as instituições prisionais em verdadeiros guetos
fechados, com leis e regras próprias que funcionam como se os presídios fossem
outros estados dentro do Brasil.
Os últimos assaltos a carro forte
mostraram quadrilhas compostas de mais de dez pessoas todas portando armas
pesadas capazes de transformar o carro-forte em carrinho de brinquedo diante do
arsenal bélico utilizado pelos criminosos.
Nos últimos dias a mídia divulgou as
ameaças de morte que o crime organizado fez ao governador Alckmin do PSDB. O
político diz não ter medo, mas já dobrou o seu esquema de segurança pessoal e
tem se movimentado com mais cuidado.
Conversando com um policial militar da
reserva, ele afirmou que há cerca de doze anos que a inteligência da polícia
militar paulista vem recomendando ao governo do estado que adote providências
severas em relação ao crime organizado, mas isso não ocorreu e agora, talvez
seja tarde.
Está difícil e talvez o estado não consiga
mais vencer o desafio sem inúmeras perdas, o que seria mais fácil quando o
esquema ainda era menor.
No Rio de Janeiro ocorreu o mesmo
fenômeno, com policiais corruptos facilitando a vida do crime.
Retomar favelas, foi quase como guerra civil, que produziu muitas
perdas de vidas humanas e desasossego nos morros cariocas.
Há quem fale em pena de morte para
bandidos, mas matar criminosos não é permitido pela lei do Brasil que não
permite sequer agressões ou espancamentos.
As polícias, civil e militar, foram
contaminadas pela corrupção e pelo medo de enfrentar a criminalidade e virar
herói morto. De nada adiante cobrir o caixão do policial morto com a bandeira e
cantar o hino ou tocar trombetas. A vida do policial é mais importante, para os
seus familiares e para a sociedade como um todo.
Sobre a segurança pública, todo o
investimento tem sido insuficiente por que o crime consegue pagar melhor do que
o governo e isso atrai o interesse de muitos servidores de escrúpulo duvidoso.
A melhor solução seria parar com quaisquer
investimentos nas duas polícias atuais e criar uma nova instituição, sem
vícios, de tamanho menor e com inteligência e equipamento de primeiro
mundo.
Polícia não precisa de “caveirões”, mas
sim de contingente inteligente e bem armado, que possa surpreender o criminoso
do mesmo jeito que o criminoso surpreende a sociedade.
Polícia truculenta já está provado que não
resolve. Por enquanto o crime está vencendo e a sociedade espera que o governo
consiga virar esse jogo.
João Lúcio Teixeira
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