O Chile dá mostras de que a
tendência dos países da América do Sul é eleger governos de partidos com
tendência à esquerda. Já dissemos que a ideia de esquerda e direita tem sofrido
adaptações nos últimos anos deixando como linha divisória o risco que deixa de
um lado o trabalho e outro o capital. Os donos da terra, da fábrica, da
construtora, do banco, da rede de lojas, das fazendas, são posicionados de um
lado e os trabalhadores que dependem dos salários para manter as suas famílias
são posicionados do outro lado da linha. Assim é que os pensadores modernos
menos alienados vêm considerando a noção de direita e esquerda.
A Bachelet já foi presidente da
república Chilena de 2006 a 2010, governou com os olhos voltados para os
trabalhadores, e para a população menos favorecida. Perdeu as eleições em 2010
e o país passou a ser governado por Sebastián Piñera dos partidos de direita.
Hoje, Bachelet volta a vencer as eleições e aos 62 anos é a primeira pessoa a
ser eleita por duas vezes para governar o Chile desde o fim da ditadura de
Pinochet nos anos 80. Derrotou a candidata apoiada pelo presidente Piñera com
70% dos votos no segundo turno.
O Chile é considerado um país
desenvolvido em relação aos seus vizinhos, e experimentou do mesmo veneno que o
Brasil, quando em 1963 sofreu um duro golpe financiado pelo capital norte-americano,
que desalojou do governo o esquerdista Salvador Allende e estabeleceu a
ditadura, do mesmo jeito que ocorreu por aqui.
Esta pequena passagem pela
história do Chile, mostra que os países da América do Sul estão preferindo
eleger governos voltados para os ideais de esquerda ou seja, governos que
protegem os trabalhadores e não os capitalistas.

Atualmente o ideal de esquerda
presa a liberdade individual, permite o lucro, mas estabelece a
responsabilidade social do capital, seja ele público ou privado.
Bachelet, na sua volta ao governo
Chileno mostra que a tendência das eleições futuras na América do Sul é pela eleição
e candidatos voltados à defesa dos menos favorecidos e a responsabilidade dos
governantes na aplicação dos recursos públicos arrecadados por pesadíssima
carga tributária. Não seria triste pagar impostos se os serviços públicos
prestassem. Os políticos que administram sacos de cimento ao invés de vidas
humanas podem estar com seus dias contados. Os legisladores que se vendem ao
invés de contribuírem com o desenvolvimento humano podem desaparecer em breve.
Quem viver verá.
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