quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A DILMA TEM UMA BOMBA, AGORA NO SEU COLO

A presidente Dilma está com uma bomba relógio no colo, depois da sua reeleição de 2014 para mais quatro anos na presidência da república. A imprensa vem publicando com insistência matérias sobre corrupção e agora foi um alto funcionário da área do petróleo que pediu exoneração depois de ser citado na CPI da corrupção da Petrobrás, ele foi indicado ao cargo pelo Renan Calheiros e pelo Sarney. Tudo isso mostra que o poder está muito corrompido e que precisa ser revisto em muitos dos seus setores. A relação do poder executivo com presidentes de partidos e deputados está eivada de vícios republicanos tradicionais, mas agora muito expostos aos olhos do povo e da mídia. O PT insiste em falar no controle da mídia o que é ruim, e a Dilma fala em reforma política, urgente conforme prometeu na campanha. A pergunta que não pode calar remete à ideia de que não é a legislação eleitoral que está errada, mas a corrupção que a ela dá sustentação. O grande problema do Brasil se resolveria se os corruptos não mais conseguissem se eleger, e se os negócios públicos como contratos e licitações fossem absolutamente transparentes aos olhos de todo o povo. Mudar a legislação eleitoral e controlar a mídia é o mesmo que correr riscos de piorarmos a situação. O controle da mídia vai fazer com que os partidos do poder consigam esconder sob o tapete as suas mazelas, e a reforma política pode tornar a coisa ainda pior do que tem sido porque será feita pelos mesmos que estão se beneficiando do atual sistema. O tumulto que está instalado no sistema político nacional não dá a nenhum dos grupos do poder o direito de mudar regras, porque eles são em grande parte frutos da corrupção que os levaram lá.
Noutros tempos, seria constituída uma comissão de notáveis mestres em matéria de direito, economia, história, geografia, sociólogos e outros para fazerem uma reforma a ser submetida ao plebiscito popular sem qualquer interferência dos políticos que se elegeram por contas de grandes gastos em campanhas.
Os sábios ou filósofos das teorias do estado iriam buscar na história soluções que pudessem moralizar as candidaturas, tal como pretende a lei de ficha limpa que ainda é insuficiente, e eles poderiam criar dispositivos que expulsassem prefeitos, governadores e presidentes de comportamento inadequado, e quem sabe criariam a figura da deseleição. Quando o povo verificasse um político eleito em situação de safadeza, poderia deselegê-lo rapidamente desde que conseguisse um número de assinaturas em praça pública que representasse o mesmo número de votos que o elegera. Por exemplo: um vereador que fora eleito através de um quociente eleitoral de cinco mil votos, seria afastado se cinco mil eleitores assinassem a sua deseleição baseada em fato concreto. O prefeito, a mesma coisa, e assim por diante. Se o povo não é obrigado a justificar o seu voto a favor de certo candidato, não deveria ser obrigado a  justificar a opção pela deseleição.
Deixar a reforma política nas mãos de um partido ou de uma facção que por meios corruptos mantêm maioria nas casas legislativas, é grande risco.
Deixar a cassação de políticos corruptos somente nas mãos dos próprios políticos ou dos juízes não tem sido suficiente.
Os sábios formadores do colégio responsável pela reforma da constituição, teriam a liberdade de realizar uma constituição  descomprometida com a atualidade vergonhosa do toma la dá cá.
A Dilma disse ontem que está dando liberdade ao PMDB, mas que na hora que precisar vai exigir fidelidade dos seus deputados. Sabem o que isso quer dizer? Pois é. É muito grave o presidente exigir comportamento fiel de deputados de certo partido. Isso só pode significar "rabo preso".
A bomba do colo da Dilma tem como ingrediente, a necessidade de conter a quantidade imensa de denúncias de corrupção publicadas pela imprensa, que faz mal aos ouvidos do brasileiro, mas do outro lado a realização da reforma política não poderá ser feita pelos mesmos membros do sistema corrupto instalado no poder. Imaginem se os deputados e senadores vão querer aprovar algo que impeça, por exemplo a reeleição indefinida deles, ou que impeçam que os partidos políticos indiquem ocupantes de cargos importantes no governo. Se a reforma for feita por eles, não vai mudar nada e a confusão poderá ainda piorar o que já não está bom. Se a bomba do colo explodir vai expor um monte de gente que nunca deveria estar no poder. Talvez por isso o desejo de conter a mídia, a mesma mídia que nos anos 50 expunha o governo do Getúlio Vargas e o levou ao suicídio, que incomodou o Juscelino, expôs o João Goulart, e só não criticou a ditadura porque estava sob controle da chamada censura oficial que mantinha censores dentro das redações riscando e apagando o que achavam ruim para o governo, Era duro, ver jornais com espaços vazios escrito "censurado". Se a intenção for conter a publicidade dos problemas do governo, depois da mídia oficial virá o controle da internet e assim por diante. 
Se vier um plebiscito feito pelos atuais políticos do poder as perguntas poderão ser do tipo: "Você não gostaria que não fosse candidato quem não tenha sido condenado em recurso nos tribunais internacionais?" Essa seria uma nova versão da lei da ficha limpa e
vão querer que o povo responda sim ou não. Sacou?
Pode se dizer que há uma bomba no colo da Dilma porque, se houver reforma o bicho pega e não houver o bicho come. Se tentar conter a imprensa vai ter "Pasquim" na internet. 
Oh! viiiiiiiiiida difícil esta da Presidenta  que foi perseguida pela revolução de 64 e agora se vê às turras com a ideia de fazer uma outra revolução com ingredientes parecidos.
João Lúcio

Um comentário:

Anônimo disse...

Mas, acredito que o brasileiro esteja aceitando a corrupção elegeu a Dilma com tantas denuncias graves: Mensalão, Petrobras.

Meu pai já dizia que quem é conivente com sujeira e tão sujo quanto, não importa se colocou a mão na massa ou não.
Patricia - Indaia