sábado, 21 de fevereiro de 2015

ECONOMIA PODE SE COMPLICAR

Enorme é o número de empresários que estão reclamando da situação econômica na mais antiga profissão que se conhece, a prática do comércio. Cidades de grande potencial estão com lojas fechadas, e com as tradicionais placas de “aluga-se”, e muitos outros estão tendo dificuldades para pagar aluguéis.
O fechamento de uma ou outra loja pode significar má gestão, mas quando o número de fechamentos aumenta, a crise não é de gestão somente, mas de mercado.
Lembro-me de uma entrevista de um professor de economia da Universidade de Minas Gerais que, na televisão, dizia há cerca de uns seis anos, que o Brasil não podia ser comparado à Rússia, China e Índia, porque aqui há uma série de direitos trabalhistas que por lá ainda não há, e isso encarece a nossa mão-de-obra de forma a diferenciar o Brasil desses outros emergentes.
Ele previu a hipótese de que a concorrência internacional iria causar dificuldades ao Brasil e o resultado ai está. As nossas exportações em algumas áreas como calçados e roupas, foram reduzidas pela entrada desses concorrentes no mercado internacional, com preços menores em razão do custo de produção com mão-de-obra quase escrava.
O governo Lula, encontrou uma solução que foi a desoneração de alguns produtos como automóveis e eletrodomésticos, o que acabou por criar uma bolha de consumo, com crédito facilitado que agora mostra um povo endividado e sem condições de novas compras.
A Dilma não parece ter para onde correr, se o povo está absolutamente sem condições de novas compras e as exportações estão limitadas pela concorrência mais barata dos países emergentes.
Existem duas alternativas, que nos poderiam salvar nessa luta pela manutenção do mercado. Podemos aumentar o poder de compra do brasileiro ou aumentar as exportações para que o mercado externo consuma o nosso excedente. As duas são complicadas, porque o aumento do poder consumo do brasileiro passaria por um aumento na renda, que basicamente é o salário, por ora inviável, ou um aumento nas exportações o que está limitado pela concorrência estrangeira. Outra hipótese, levando-se em conta que o mercado reduziu-se, seria a redução da produção o que implicaria em desemprego, situação inadmissível.
Todas as variáveis são de difícil equação e o governo Dilma pode ter que amargar uma recessão, por conta da conjuntura internacional. Mágica em economia não há porque, os números não mentem e a criatividade tem limites.

Não foi só o ano de 2014 com carnaval, copa do mundo e eleições que prejudicou a economia, mas a realidade do mundo que está levando nações como Espanha, Portugal, Grécia e França, estados com histórias e cultura milenares, a se verem à margem de recessões, ou já em situação de encolhimento econômico, o caso da Grécia, do mesmo jeito que o Brasil. O problema não está só no Brasil, mas no mundo. Qualquer demagogia política pode ser mera especulação oportunista e todas as forças precisam se juntar para proteger o nosso país de uma possível crise econômica que, se ocorrer de fato, vai prejudicar a todos e tudo. Disputa pelo poder é importante na democracia, mas tem hora em que todas as forças devem olhar o mesmo objetivo para que umas forças políticas não seja nociva à conjuntura somente pela disputa do poder. Ou nos salvamos todos, o que não está nada fácil, ou morreremos abraçados se a única boia for furada.

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