Enorme é o número de empresários
que estão reclamando da situação econômica na mais antiga profissão que se
conhece, a prática do comércio. Cidades de grande potencial estão com lojas
fechadas, e com as tradicionais placas de “aluga-se”, e muitos outros estão
tendo dificuldades para pagar aluguéis.
O fechamento de uma ou outra loja
pode significar má gestão, mas quando o número de fechamentos aumenta, a crise
não é de gestão somente, mas de mercado.
Lembro-me de uma entrevista de um
professor de economia da Universidade de Minas Gerais que, na televisão, dizia
há cerca de uns seis anos, que o Brasil não podia ser comparado à Rússia, China
e Índia, porque aqui há uma série de direitos trabalhistas que por lá ainda não
há, e isso encarece a nossa mão-de-obra de forma a diferenciar o Brasil desses
outros emergentes.
Ele previu a hipótese de que a concorrência
internacional iria causar dificuldades ao Brasil e o resultado ai está. As
nossas exportações em algumas áreas como calçados e roupas, foram reduzidas
pela entrada desses concorrentes no mercado internacional, com preços menores
em razão do custo de produção com mão-de-obra quase escrava.
O governo Lula, encontrou uma
solução que foi a desoneração de alguns produtos como automóveis e
eletrodomésticos, o que acabou por criar uma bolha de consumo, com crédito
facilitado que agora mostra um povo endividado e sem condições de novas
compras.
A Dilma não parece ter para onde
correr, se o povo está absolutamente sem condições de novas compras e as
exportações estão limitadas pela concorrência mais barata dos países emergentes.
Existem duas alternativas, que
nos poderiam salvar nessa luta pela manutenção do mercado. Podemos aumentar o
poder de compra do brasileiro ou aumentar as exportações para que o mercado
externo consuma o nosso excedente. As duas são complicadas, porque o aumento do
poder consumo do brasileiro passaria por um aumento na renda, que basicamente é
o salário, por ora inviável, ou um aumento nas exportações o que está limitado
pela concorrência estrangeira. Outra hipótese, levando-se em conta que o
mercado reduziu-se, seria a redução da produção o que implicaria em desemprego,
situação inadmissível.
Todas as variáveis são de difícil
equação e o governo Dilma pode ter que amargar uma recessão, por conta da
conjuntura internacional. Mágica em economia não há porque, os números não
mentem e a criatividade tem limites.
Não foi só o ano de 2014 com
carnaval, copa do mundo e eleições que prejudicou a economia, mas a realidade
do mundo que está levando nações como Espanha, Portugal, Grécia e França, estados
com histórias e cultura milenares, a se verem à margem de recessões, ou já em
situação de encolhimento econômico, o caso da Grécia, do mesmo jeito que o
Brasil. O problema não está só no Brasil, mas no mundo. Qualquer demagogia
política pode ser mera especulação oportunista e todas as forças precisam se
juntar para proteger o nosso país de uma possível crise econômica que, se
ocorrer de fato, vai prejudicar a todos e tudo. Disputa pelo poder é importante
na democracia, mas tem hora em que todas as forças devem olhar o mesmo objetivo
para que umas forças políticas não seja nociva à conjuntura somente pela
disputa do poder. Ou nos salvamos todos, o que não está nada fácil, ou
morreremos abraçados se a única boia for furada.
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