Muro é uma imagem simbólica que
já se viu na Alemanha para separar as duas nações germânicas, sendo uma com
tendências aos governos populares com vocações socialistas (comunismo) e outra com
vocação aos governos de tendências econômicas (capitalismo). Assim, o muro de
Berlin de 1961 a 1989, separou o comunismo do capitalismo e impediu durante
cerca de 28 anos a migração de um lado para o outro. Após a derrubada do muro,
observou-se que o lado comunista estava bastante defasado no tempo em relação à
qualidade de vida de seus cidadãos e no implemento do uso da tecnologia.
A história da humanidade mostra
que a luta entre esses dois pensamentos políticos vem de longe porque os dois
modelos contêm erros e acertos, mas não conseguem misturar somente as coisas
boas de cada um e extrair uma essência positiva. O comunismo é excessivamente
coletivista e reduz em muito a individualidade, enquanto que o capitalismo é
excessivamente vocacionado ao individualismo e à ambição pessoal sempre
direcionada à ideia de riqueza.
O meio termo, com a disciplina de
um e a felicidade do outro poderia ser mais inteligente.
Há na América Latina vários
países cujos dirigentes tendem aos regimes comunistas, mas que não
conseguem satisfazer os anseios de seus habitantes, cujas necessidades básicas
não são atendidas.
Olhando particularmente para o
Brasil, vê-se que a ideia de se ter um governo com tendência à esquerda está
esbarrando no muro e pode estar se aproximando do limite. A presidente Dilma
caiu verticalmente nos níveis de satisfação do povo em relação ao seu governo
de tendência popular, e essa desaprovação torna o seu projeto inviável. Com as
medidas econômicas adotadas recentemente imaginava-se que a popularidade
pudesse parar de despencar, mas isso não aconteceu e nós falamos aqui no Blog
há alguns meses que a presidenta corria esse risco e de fato a sua
governabilidade pode estar entrando numa fase crítica, porque sem apoio popular
não pode haver governo popular em ambiente democrático. A liberdade
de manifestação permitida no Brasil, admite que empresas de comunicação façam
campanhas contra ou a favor do governo, embora sejam instituições de propriedade do governo operadas por particulares por permissão, e sabe-se que nem sempre essas empresas de
comunicação estão agindo em nome do interesse do povo. Há distorções, e essa
liberdade que o governo brasileiro já pensou em limitar, tem força e influi
definitivamente na opinião pública. A Venezuela, Argentina e outros países vizinhos
limitaram o uso dos meios de comunicação. Ai a pergunta: Seria isso
conveniente? A resposta ideal é o não.
Estamos diante de um quadro extremamente
delicado que indica a impossibilidade de o governo Dilma manter-se estável.
Se a Dilma cair mais um pouco, ou
seja, se a economia não reagir rapidamente, e o povo continuar aumentando os
índices de rejeição da presidenta, a sua permanência no cargo começará a ser
questionada.
Nós defendemos aqui a
estabilidade política que se realiza com a satisfação do povo em relação ao seu
governo, mas estamos vendo que a senhora presidenta está seguindo rumo ao
ostracismo, a cada dia mais isolada.
Fica claro que o Brasil não tem vocação para governo de
tendência comunista, mas já conheceu, no governo Lula, as vantagens de um
governo popular vocacionado à redução da pobreza, e à melhor distribuição e
rendas e de oportunidades. Se conseguíssemos encontrar um meio termo que
satisfizesse as necessidades da pobreza sem prejuízos à ideia de riqueza que
mora na cabeça de muitas pessoas, talvez o Brasil tivesse encontrado a receita
ideal para seguir rumo ao desenvolvimento sustentável.
Bater no muro agora, não é bom e
o resultado pode ser muito ruim para a nação que necessita da boa escolaridade e da disciplina do comunismo, e da boa qualidade de vida e a liberdade do capitalismo. Será isso o que se
chama de utopia?
Nenhum comentário:
Postar um comentário