Fonte: Revista Fórum — publicado 26/05/2015 17h48, última
modificação 26/05/2015 17h59
“Querem
enfraquecer o governo para que, em 2018, o PT chegue desgastado nas eleições”,
afirma, em entrevista, um dos ícones da música brasileira
Ling Wang Marina/Flickr Creative Commons
Em entrevista ao El
País Brasil, o músico e escritor Chico Buarque de Hollanda falou sobre a
atual crise política que acomete o Brasil. Para ele, a mira da oposição não
está apontada para a presidenta Dilma Rousseff,
mas para seu antecessor. “O alvo não é a Dilma, mas o Lula; têm medo que
Lula volte a se candidatar”, afirmou.
Chico
pensa que não há “nenhuma maneira de saber o que vai acontecer nos próximos
anos”, já que considera forte também a crise econômica que ocorre no país.
Sobre as manifestações pró-impeachment de março e abril, diz que não têm
“objetivo concreto ou claro”.
“Entre
aqueles que saem às ruas há de tudo, incluindo loucos pedindo um golpe militar”,
destaca. “Outros querem acabar com o Partido dos Trabalhadores, querem
enfraquecer o governo para que, em 2018, o PT chegue desgastado nas eleições.”
Ele não
esconde suas preferências políticas. “Sempre apoiei o PT, agora a Dilma
Rousseff e antes o Lula. Apesar de não ser membro do partido, de ter minhas
desavenças e de votar em outros candidatos e outros partidos em eleições
locais”, destaca.
"Sempre
soube que o problema deste país é a miséria, a desigualdade. O PT não resolveu
tudo, mas conseguiu atenuar. Isso é inegável. O PT tem melhorado as condições
de vida da população mais pobre.”
O músico
conversou, ainda, sobre seu último romance lançado – O Irmão Alemão,
sua relação com Vinicius de Moraes e Tom Jobim e seu processo de criação
musical. “Componho menos do que aos 20. É normal. A música popular é mais uma
arte da juventude, com o tempo você vai perdendo, não sei, não o interesse, mas
ela já não flui com a abundância daqueles primeiros anos. Tenho que me esforçar
mais, procurar mais, é mais difícil”, confidencia.
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