O congresso do PT que está acontecendo
em Salvador pode ser uma grande bomba com chances de resultar a criação de nova
legenda, já que algumas correntes de grande peso interno querem mais
independência em relação ao governo Dilma, e a volta do partido aos ideais de
origem com as bandeiras do tipo: redução da jornada de trabalho sem prejuízo
dos salários, o fim do fator previdenciário que reduz as aposentadorias, a
taxação de grandes heranças e grandes fortunas e, finalmente, o controle dos
meios de comunicação. Se as tendências que defendem essa vocação se juntarem e
buscarem mais alguns votos de outras tendências internas, poderão conseguir
maioria qualificada e impor novos rumos, não para o governo Dilma, mas para a
legenda do PT. O documento a ser apresentado foi denominado de "Carta de
Salvador". A Dilma não vai
comparecer à cerimônia de abertura, mas vai se fazer presente durante o evento.
O que parece claro é que as relações com partidos como o PMDB não agradam aos
defensores da corrente intitulada Novo Rumo, que conta com figuras importantes
do quadro geral o que inclui ministros de estado e dirigentes nacionais, que
desejam deixar a aliança tida por politicamente importante, mas ideologicamente
inconveniente, e se aliarem aos movimentos sociais, sindicatos, e outros
setores ligados às lutas populares, como Movimento dos Sem Terra, Movimento dos
Sem Teto, sindicatos e centrais sindicais, que buscam a defesa de interesses
dos setores menos favorecidos.
O PT pode estar se afastando da
política do é dando que se recebe, o que não pode ser considerado grande
novidade porque o Lula à época em que governou o país teve que se aproximar de
forças consideradas conservadoras para conseguir avançar nos ideias esquerdistas
e se manter no poder, mas todos sabiam que um dia isso iria acabar desfigurando
os ideais de setores orientados pelas raízes do PT que se funda nas mudanças
sociais de grande profundidade, cujo alvo seria a igualdade social. O setor ora
rebelado prefere o PCdoB, Psol, PSTU, MST, e outros, do que permanecer ao lado
do PMDB e do PSD do Kassab.
Não se pode imaginar com isso que
o PT esteja se desmontando, mas pode-se afirmar que se prevalecer a vontade do
reagentes ideológicos, o partido poderá voltar às origens e começar uma nova
luta por uma nova ordem política para o Brasil. Não dá pra achar que as
políticas defendidas por esses grupos sejam melhores ou piores para a nação
brasileira como um todo, porque vai desagradar aos setores que estão sendo beneficiados
com a atual forma de se fazer política no Brasil, como a classe média que é o setor que mais
tem perdido vantagens nesses tempos de governos petistas. É esse o setor que
comanda os "panelaços" e o "fora Dilma", que veem da Av.
Paulista e do Leblon ou Ipanema, e não das periferias pobres. Uma coisa é
certa: O PT não tem a menor chance de deixar de ser um partido grande. Ele pode
até perder a presidência da república porque o desgaste no atual sistema de
governo é inevitável e desgasta a qualquer governante, ainda assim, se o PT
perder a presidência continuará elegendo governadores, deputados, senadores,
prefeitos e vereadores com chance de crescer novamente e voltar ao governo
central, como aconteceu com o Chile da Bachelet que perdeu o poder e depois de
um governo burguês, voltou a ser eleita.
A atual situação do PT poder ser
uma espécie de freio de arrumação, para melhor posicionar os ocupantes desse
grande coletivo que é o partido. A sua militância é fato, ainda que grande
parte dela esteja desapontada com alguns fatos. Os petistas que querem uma nova
ordem interna desejam que seja livre do tal "toma lá dê cá”.
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