sexta-feira, 12 de junho de 2015

PT DISCUTE O SEU FUTURO

O congresso do PT que está acontecendo em Salvador pode ser uma grande bomba com chances de resultar a criação de nova legenda, já que algumas correntes de grande peso interno querem mais independência em relação ao governo Dilma, e a volta do partido aos ideais de origem com as bandeiras do tipo: redução da jornada de trabalho sem prejuízo dos salários, o fim do fator previdenciário que reduz as aposentadorias, a taxação de grandes heranças e grandes fortunas e, finalmente, o controle dos meios de comunicação. Se as tendências que defendem essa vocação se juntarem e buscarem mais alguns votos de outras tendências internas, poderão conseguir maioria qualificada e impor novos rumos, não para o governo Dilma, mas para a legenda do PT. O documento a ser apresentado foi denominado de "Carta de Salvador".  A Dilma não vai comparecer à cerimônia de abertura, mas vai se fazer presente durante o evento. O que parece claro é que as relações com partidos como o PMDB não agradam aos defensores da corrente intitulada Novo Rumo, que conta com figuras importantes do quadro geral o que inclui ministros de estado e dirigentes nacionais, que desejam deixar a aliança tida por politicamente importante, mas ideologicamente inconveniente, e se aliarem aos movimentos sociais, sindicatos, e outros setores ligados às lutas populares, como Movimento dos Sem Terra, Movimento dos Sem Teto, sindicatos e centrais sindicais, que buscam a defesa de interesses dos setores menos favorecidos.
O PT pode estar se afastando da política do é dando que se recebe, o que não pode ser considerado grande novidade porque o Lula à época em que governou o país teve que se aproximar de forças consideradas conservadoras para conseguir avançar nos ideias esquerdistas e se manter no poder, mas todos sabiam que um dia isso iria acabar desfigurando os ideais de setores orientados pelas raízes do PT que se funda nas mudanças sociais de grande profundidade, cujo alvo seria a igualdade social. O setor ora rebelado prefere o PCdoB, Psol, PSTU, MST, e outros, do que permanecer ao lado do PMDB e do PSD do Kassab.
Não se pode imaginar com isso que o PT esteja se desmontando, mas pode-se afirmar que se prevalecer a vontade do reagentes ideológicos, o partido poderá voltar às origens e começar uma nova luta por uma nova ordem política para o Brasil. Não dá pra achar que as políticas defendidas por esses grupos sejam melhores ou piores para a nação brasileira como um todo, porque vai desagradar aos setores que estão sendo beneficiados com a atual forma de se fazer política no Brasil,  como a classe média que é o setor que mais tem perdido vantagens nesses tempos de governos petistas. É esse o setor que comanda os "panelaços" e o "fora Dilma", que veem da Av. Paulista e do Leblon ou Ipanema, e não das periferias pobres. Uma coisa é certa: O PT não tem a menor chance de deixar de ser um partido grande. Ele pode até perder a presidência da república porque o desgaste no atual sistema de governo é inevitável e desgasta a qualquer governante, ainda assim, se o PT perder a presidência continuará elegendo governadores, deputados, senadores, prefeitos e vereadores com chance de crescer novamente e voltar ao governo central, como aconteceu com o Chile da Bachelet que perdeu o poder e depois de um governo burguês, voltou a ser eleita.

A atual situação do PT poder ser uma espécie de freio de arrumação, para melhor posicionar os ocupantes desse grande coletivo que é o partido. A sua militância é fato, ainda que grande parte dela esteja desapontada com alguns fatos. Os petistas que querem uma nova ordem interna desejam que seja livre do tal "toma lá dê cá”.

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