domingo, 12 de julho de 2015

CONTAS DO GOVERNO FEDERAL PODEM COMPLICAR O PAÍS

O TCU- Tribunal de Contas da União é o órgão responsável pela análise das contas do governo federal e de todas as instituições que operem orçamentos envolvendo recursos fornecidos pelo governo federal. É órgão auxiliar do poder legislativo, não tem autonomia para julgar como o poder judiciário em que decisões dos juízes, obrigam o cumprimento. O TCU é como os tribunais de contas dos estados que elaboram os estudos e respectivos relatórios e encaminham os resultados aos vereadores e ministério público, nos casos de contas municipais, às assembleias legislativas e ao ministério público no caso de governadores e ao procurador geral da república e aos deputados federais no caso do presidente da república. O ministério público pode ou deve ingressar com ações civis públicas se houver irregularidades anotadas pelo tribunal e contas, e os vereadores, deputados estaduais e deputados federais devem submeter o relatório do tribunal e contas à votação em plenário para que as contas sejam aprovadas ou rejeitadas. Isso quer dizer que os tribunais de contas não rejeitam, mas apenas anotam as irregularidades das contas que somente serão aprovadas ou rejeitadas se o poder legislativo (vereadores e deputados) votar aprovando ou rejeitando o relatório do tribunal e contas.
Quanto aos promotores públicos, se houver irregularidade nas contas eles devem ingressar com ação civil pública na justiça e os juízes decidirão se rejeitam ou se aprovam as contas.
Se a justiça as rejeita, o resultado prático será a suspensão dos direitos políticos dos responsáveis pelas irregularidades, a perda de cargo público, devolução dos valores tidos por irregulares, e cassação do mandato com imediato afastamento do cargo. Esse é um julgamento baseado unicamente nas infrações contra leis ou constituições, não é um julgamento político, mas técnico.
Do outro lado, quando os deputados ou vereadores votam o relatório do tribunal em plenário, eles podem apenas rejeitar as contas, ou podem instaurar, em seguida, uma CPI para cassar o mandato. Se apenas rejeitarem as contas os responsáveis pelas irregularidades ficam inelegíveis para próximas eleições, mas isso não implicará diretamente na perda do cargo. Os responsáveis serão atingidos pela lei de ficha limpa e durante oito anos não poderão se candidatar a cargos políticos e nem ocupar cargos de confiança. Se votarem pela cassação em CPI o governante é afastado imediatamente do cargo
O TCU detectou irregularidades nas contas da Dilma, com a utilização de verbas de bancos oficiais para financiamento de programas sociais do governo, o que é proibido por lei, o que está sendo apelidado de “pedaladas fiscais”.
Agora a câmara federal se prepara para votar essas contas e se não houver maioria a favor da presidente, poderá ela ter suas contas rejeitadas e se isso acontecer e os deputados resolverem instalar uma CPI para cassá-la, o que se chamaria de “impeachment” ela poderá ser o primeiro caso de presidente da república cassado por vício ou erro na elaboração das contas públicas.
Caso isso ocorra, haverá novas eleições para presidente da república, tese defendida por muitos, mas que permite especulações jurídicas. Se houver outra eleição, com o desgaste que o PT vem experimentando, poderá ocorrer como no Chile, onde a chamada direita voltou ao poder e em seguida perdeu a eleição para a volta da Bachelet ao cargo de presidente da república Chilena.
Segundo as estatísticas que são ramo da matemática, portanto ciência exata, se a eleição fosse hoje o PSDB venceria com larga margem o pleito de presidente da república.
Se o processo de cassação depender da justiça ele será demorado e a Dilma não sai do poder antes do fim de seu mandato. Se a cassação depender da câmara federal e a maioria resolver cassá-la e afastá-la do cargo, isso pode ser um processo rápido e o risco de deixar o cargo antes do fim do mandato, se torna real.
Se isso é bom ou ruim, só a história poderá dizer futuramente, porque a evolução política de um povo é como uma caixa de segredos que só se explica depois de aberta.
Como exemplo podemos indagar sobre a ocupação do poder brasileiro pelos militares em 1964, se foi bom ou ruim? Se não houvesse a ocupação do poder pelos militares teria se instalado algum regime comunista no Brasil?
São perguntas que a história pode responder, e com muitas dificuldades porque os resultados do trabalho de um governo se mede pelo nível de satisfação do povo por ele governado, e a grande maioria do povo brasileiro não tem nenhuma saudade dos governos militares.
A verdade é que a disputa pelo poder aqui na américa, está sempre situada entre o poder capitalista exercido pelos adeptos da moeda que compõem a chamada burguesia e o poder popular dos que defendem que o trabalho seja mais importante do que o capital. É a chamada esquerda, do socialismo, e a direita do capitalismo. No Chile a Bachelet, atual presidente, pertence à vertente socialista que perdeu as eleições depois de governar oito anos, e depois de quatro anos de governos capitalistas, ela voltou nos braços do povo a governar o país. No Brasil o socialismo foi experimentado com PT no poder, e agora tende a voltar para a direita capitalista do governo que olha mais para a economia do que para as questões sociais.
A Dilma pode ser a responsável pelas suas próprias dificuldades, porque não teve a habilidade necessária para avançar nas pretensões dos grupos socialistas a que lhe deram respaldo para chegar ao poder. Foi de certo modo inábil e o preço a ser pago poderá ser muito alto.

Nós brasileiros não temos que torcer para um ou para outro pelos belos olhos de cada um, mas devemos torcer para que o Brasil construa um bom futuro para o seu povo, e que isso ocorra muito rapidamente.   Um bom futuro é um governo menos custoso, uma educação pública de qualidade, uma saúde pública eficiente e todos os demais serviços públicos com desempenho satisfatório. Um país evoluído olha para as cores da sua bandeira e não para as bandeiras dos políticos, e constrói a cada dia um pouco mais de felicidade para todo o seu povo.

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