Em São José dos Campos, a prefeitura vem promovendo algumas
mudanças no sistema viário, que agradam a alguns e desagradam a outros, o que é
lógico, já que nem todas as pessoas que vivem em uma cidade têm a mesma visão
do que seja melhor ou pior, quando se fala em mudanças que afetam os hábitos
diários, como o uso do transporte coletivo, o trânsito de veículos, e alguns
outros componentes do dia a dia de cada cidadão.
Em São José existem ruas e avenidas que no passado foram símbolos
de modernidade, mas que atualmente estão sendo modificadas para darem lugar a
ciclovias, corredores de ônibus, passeios públicos mais amplos, vegetações e
outras formas arquitetônicas de modernização. Os habitantes mais conservadores,
que têm as suas histórias de vida ligadas a esses logradouros, não conseguem
aceitar as mudanças que de certo modo agridem o seu conceito de tradicionalismo.
Alguns dizem que estão destruindo a história da cidade, estreitando os espaços
destinados ao tráfego e estacionamento de veículos, considerando que o veículo de quatro rodas, seja muito importante como fora em outras épocas, quando se dava
prioridade ao automóvel em detrimento de outras opções de deslocamento urbano.
Era chique ter carro e era muito chique o conforto de estacioná-lo o quanto mais
próximo do destino.
O conceito moderno de urbanismo está sofrendo profundas
releituras e as opões de transporte coletivo estão merecendo mais cuidados do
que a tradicional e elegante locomoção em automóvel, justamente porque os espaços urbanos,
ainda que grandiosos estão se tornando a cada dia menos suficientes ao crescimento da demanda.
Em São José dos Campos uma das obras mais criticadas é a que
reduziu a largura da pista de rolamento das avenidas Nove de Julho e São José, que estão recebendo ciclovias e áreas de passeios públicos mais amplas, como se a
prefeitura pretendesse incentivar o uso das bicicletas e de caminhadas a pé
como alternativas ao uso individual de automóveis.
Essa tendência é, na realidade, de abrangência mundial, tendo
como justificativa a preservação da saúde física do ser humano, e a
racionalização dos espaços públicos a cada dia mais caros e menos suficientes.
É o progresso atropelando a tradição e o futuro abreviando a
realidade que se avista na aglomeração desordenada que certamente irá
desprezar o interesse individual e valorizar o senso coletivo, no âmbito da locomoção urbana.
Bicicleta elétrica |
Muitos carros irão para o museu, e outros serão utilizados
somente em caso de emergência ou para lazer nos finais de semana. Há quem diga
que nem postos de gasolina haverá mais em futuro próximo, quando os veículos
serão elétricos, sem poluição nem ruídos. Não se pode perder de vista a
possível massificação do uso de motocicletas, menos volumosas que os
automóveis, e das bicicletas, grandes estrelas dessas modernas ideias de
urbanismo.
Quem viver verá.
João Lúcio Teixeira
Jornalista
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