sexta-feira, 25 de novembro de 2016

NO PALACIO NINGUÉM SE ENTENDE EM UM GOVERNO TEMERÁRIO

Acordei meio pensativo, e quando isso acontece eu tenho que escrever. Depois da minha caminhada recomendada pelos médicos que operaram o meu coração, eu sentei diante do meu companheiro de sempre o computador, e indaguei a mim mesmo: Escrever sobre o que?
Então veio a luz, e as figuras começaram a desfilar no agitado filme mental que tem incomodado o brasileiro. Era o Cunha, O Temer, O Renan, o novato do Rodrigo Maia presidente da câmara dos deputados, o Geddel, o ex-ministro Calero, e o filme se desenvolvia em um cenário hilário se não trágico. Os senhores deputados não conseguem dormir, desesperados com as tais medidas contra a corrupção propostas pelo ministério público federal e subscrita por mais de dois milhões e meio de cidadãos brasileiros. As medidas contra a corrupção terão que ser aprovadas por 513 picaretas, segundo avaliação do Lula, quase todos eleitos por processos corrompidos e patrocinados por padrinhos desonestos. Pior é que os padrinhos desonestos, donos de construtoras estão prestes a oficializar delação premiada que vai atingir diretamente a cerca de 130 políticos sendo mais de 30 deputados 13 senadores e um monte de ex-isso, ex-aquilo e alguns atuais detentores de cargos políticos de livre nomeação.
Claro que ia ter problemas na votação dessas medidas que vão colocar vários deles como réus diante de uma justiça que pretende ser melhor e de uma polícia federal que vem sendo séria nos seus trabalhos de investigação.
O Renan presidente do Senado que responde a cerca de doze inquéritos na esfera federal é o maior interessado em aprovar junto com as medidas de combate à corrupção a tal anistia para os políticos que praticaram atos ilegais antes da data da vigência da lei. Ou seja, os ladrões de votos só poderiam ser penalizados por essa lei se o ato criminoso for praticado daqui pra frente. Os velhos ladrões de votos estariam todos livres de quaisquer investigações e até os atos praticados pela “lava jato” operação gigantesca da polícia e justiça federal, seriam invalidados se a regra fosse aprovada na correria da madrugada do dia 24 de novembro de 2016, silenciosamente na calada da noite. O que nos livrou dessa canalhice foi a rede social e alguns deputados como o Miro Teixeira do Rio de Janeiro que merece destaque, e alguns outros, que se manifestaram e impediram que a votação ocorresse lá pelas quatro da manhã e livrasse a todos os corruptos de plantão de possíveis punições futuras.
Registrei o fato porque a elite achou que derrubar a presidente era suficiente para que o Brasil melhorasse, mas as seguidas quedas de ministros, as manobras de bastidores, mostram um governo fraco e angustiado pelas dificuldades de satisfazer a tantos salafrários. O último vexame ficou por conta do ministro Geddel da Bahia que forçou o jogo contra o ex-ministro da cultura querendo autorizar uma construção de prédio fora dos limites de altura em área tombada em Salvador. Nesse prédio Geddel teria comprado um apartamento ou quem sabe teria ganho um apartamento para conseguir aprovar a obra. Parece que o fato vai gerar muito desgaste para um governo que nasceu de um “impeachment” e deveria ser mais sério.

Tiraram a Dilma, puseram o Temer e o governo parece estar mais temerário do que antes. João Lúcio Teixeira- Jornalista

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