Um velho amigo meu, Dr. Altino Bondesan, advogado conhecido em São José dos Campos, pelas suas frases de efeito em petições judiciais, escreveu certa vez em uma de suas verbalizações extravagantes, comparando o comportamento de um cidadão que tentava se esquivar da justiça, a seguinte frase: "O rato tanto se escondeu entre os sacos do armazém, que acabou deixando de fora o rabo".
Os políticos brasileiros confiavam tanto na impunidade que se descuidaram do rabo de palha que ficou visível aos investigadores nessa operação "lava jato" da polícia federal, que vem a cada dia descobrindo mais "rabos de palha" entre os sacos, e mais ratos são levados à ratoeira da justiça.
O atual presidente da república é um exemplo típico de alguém que escolheu como homem de sua confiança para receber propinas o deputado do Rodrigo Rocha Loures do PMDB do Paraná, que foi flagrado correndo na rua com uma mala cheia de dinheiro, quinhentos mil, se acha preso como corrupto, e que por conta de sua mulher que vai dar a luz nesses dias, e de uma família que vem pressionando para que ele faça a delação premiada, virou o maior problema da mafia que está no comando do poder político no Brasil atualmente.
Se esse cidadão resolve denunciar, muita gente importante poderá acabar presa e o presidente Temer que foi quem o escolheu para homem de confiança poderá ficar exposto a um enorme desconforto de ter que sair do Palácio e, depois de velho, ainda ir morar em apartamento de três por seis, e ainda ter que dividi-lo com mais corruptos. Seria o pagamento a que faz jus depois de ter contribuído para a queda dos que nele confiaram e cederam-lhe o cargo de vice presidente achando que seria ele tão confiável como foi o falecido José Alencar que foi vice do Lula e nunca traiu a confiança que lhe fora depositada.
Temer bancou o canalha com os que nele confiaram e agora poderá receber o pagamento com a mesma moeda, e ser traído exatamente como se sentiu a Dilma naquela momento em que o Temer na condição de vice, ávido de poder fazia, conluio com o Cunha e a derrubavam, através de artifício deplorável, aquela que um dia nele confiou.
A Dilma quando nomeou Lula para ministro sofreu um ataque insano de todas as partes para que revisse a nomeação que visava proteger o Lula das investigações, e o judiciário fez questão de anular a nomeação classificada por indigna, e o Temer já fez pior com vários de seus apaniguados, incluindo o fato ocorrido na semana passada em que o Moreira Franco teve a proteção mais descarada do que a do Lula quando o presidente em ato deslavado atribuiu por decreto status de ministro ao cargo de secretário ocupado por Moreira franco, com a intenção explicita de protegê-lo da "lava jato". Não é o único caso. Cadê o Gilmar Mendes para anular agora?
Agora o presidente está com o sono prejudicado porque o tal do Loures está chorando na cadeia arrependido do que fez, e prestes a fazer denunciação premiada. Já pensaram nisso?
Pois é, se o ambiente é formado por traidores, ninguém estará livre de ser a próxima vitima. Bom para o povo brasileiro que não se livra da bandidagem política de um jeito talvez consiga se livrar com as traições de uns e outros.
João Lúcio Teixeira
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