quarta-feira, 20 de setembro de 2017

HOMOSSEXUALISMO NÃO É DOENÇA

HOMOSSEXUALISMO NÃO É DOENÇA
O Brasil está debatendo uma questão que vem tomando grande vulto nos últimos tempos, com a homossexualidade no centro das discussões. A mídia tem explorado o tema de maneira ampla, mas não há como pacificar entendimento sobre o que seja a origem cientifica do homossexualismo em suas várias formas ou gêneros.
Freud, o inventor da psicanálise afirmava no início do século passado que todas as ações ou pulsões de vida do ser humano têm origem na libido desde os primeiros momentos de vida, e isso gerou, nas primeiras décadas do século XX, certa indignação da classe médica e da sociedade como um todo que entendia ser absurdo falar-se em sexualidade na infância. Como se vê, é antiga a discussão sobre sexo e mesmo depois de tantos anos, continua a incerteza sobre as causas dos desvios sexuais que passam por inúmeras variações e a cada tempo surge uma nova denominação de um novo gênero. Nascem apenas duas espécies em se tratando do corpo físico, quais sejam, o masculino e o feminino, mas no decorrer da vida alguns indivíduos assumem comportamento diferente do que seria considerado como normal. Um homem deseja ser mulher e uma mulher deseja ser homem, alguns querem ser os dois e assim a sexualidade vai se diversificando.
A ciência médica tratava essas variações como doenças até pouco tempo atrás, e decidiu retirar da lista de doenças classificadas pela Organização Mundial de Saúde, o homossexualismo e isso é fato recente. As religiões, tratavam como pecado a sexualidade praticada fora do âmbito do relacionamento entre sexos opostos.
O fato é que as questões ligadas a sexualidade são, no modo de ver de Freud, questões de profunda importância no mundo pessoal de cada um, e mexem com o psiquismo, mesmo que se trate de sexo tradicional. Uma “brochada” pode render a necessidade de tratamento médico ou psicológico, dependendo da pessoa e da forma que ela ocorra, assim como a ejaculação precoce, a disfunção erétil, a frigidez que podem ser de natureza física ou podem ser somatizações psicológicas que refletem no corpo. Há neste mundo maravilhoso, mas complexo do sexo, inúmeras situações que provocam distúrbios mentais e causam sofrimento psíquico porque o fracasso ou a ideia de fracasso sexual desconforta e desestabiliza o aparelho mental.
O Conselho Nacional de Psicologia, expediu recentemente uma resolução que proíbe os psicólogos de tratarem os homossexuais que desejam tratamento por se sentirem desconfortáveis na sua sexualidade “gay”, o que acontece também com qualquer pessoa não “gay”. Estava certo, a partir de então, que os psicólogos não poderiam atender essas pessoas sob pena de perderem a credencial, mesmo que elas o procurassem pedindo ajuda profissional por se sentirem desconfortáveis com a sua vida sexual.  O psicólogo assim como o psicanalista, não tratam de doenças físicas, não receitam remédios e nem praticam quaisquer atos ligados a corpo físico, portanto, não operam medicina. Eles tratam apenas da mente confusa, doentia ou fragilizada de forma a contribuírem para que as pessoas consigam viver pacificamente com os seus problemas, sejam eles de qualquer natureza. Em muitas ocasiões pessoas procuram  atendimento psicológico ou psicanalítico para resolverem dificuldades mentais de convivência com fracassos sexuais no casamento tradicional e esses profissionais conseguem ajudar os sujeitos a aprender conviver com as dificuldades de forma tranquila e sem o sofrimento que muitas vezes é somatizado e sai da mente para se transformar em paralisia de membros, gagueiras, dores de cabeça, tonturas, ou seja, a mente confusa pode causar problemas como a falta de ereção,  dificuldades para se chegar ao orgasmo, que podem ser sintomas de problemas mentais e não essencialmente físicos.
Partindo desse raciocínio pode se admitir que um homossexual possa estar com problemas de natureza mental por conta de dificuldades na atividade sexual e necessite de ajuda para entender melhor a sua queixa e da mesma forma que um dia resolveu ser “gay” pode estar em dúvida se quer ou não seguir em frente, ou modificar o seu comportamento sexual, ou quem sabe, aceitar sem sofrer a sua homossexualidade e viver feliz com ela. Se todas as pessoas com problemas sexuais podem se socorrer do apoio psicológico porque o homossexual não pode tratar-se com a mesma liberdade das outras pessoas?
Há uma impropriedade no trato dessa questão quando se diz que homossexualismo não é doença, mas o que a psicologia e psicanálise tratam não é a questão física do homossexual que pode usar o seu corpo do jeito que bem entender, e pode até suicidar se desejar, mas o que essas profissões tratam é dos males que a sexualidade mal resolvida pode causar na mente humana e o desconforto natural que afeta alguém que esteja com dificuldades de conseguir uma atuação prazerosa na sua vida sexual seja ele heterossexual ou homossexual.
Um Juiz de Brasília acaba de conceder uma liminar autorizando os psicólogos a desobedecerem a resolução do conselho que proíbe o atendimento dos “gays” e o tema está na justiça para ser dirimido de vez. A liminar não resolve definitivamente o caso, mas permite que enquanto dure o processo na justiça os psicólogos possam atender os que buscarem ajuda em seus consultórios. Ao final a justiça decidirá se a resolução do conselho é legal ou não e se for julgada ilegal perderá a efetividade.
O que deve ser levado em conta nesse caso não é a questão do homossexualismo ser doença ou não ser doença, mas sim a questão ligada às perturbações mentais que uma vida sexual mal resolvida possa provocar na mente humana.

João Lúcio Teixeira – Adepto da psicanálise 

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