domingo, 25 de setembro de 2011

PLANO ECONÔMICO MUNICIPAL

Temos comentado aqui no Blog que Caraguatatuba, cidade com 100 mil habitantes, situada a 180 quilômetros da capital do estado de São Paulo, em situação geográfica privilegiada à beira mar, tem comparecido na mídia como uma cidade problemática. Tem mortalidade infantil mais alta da região do Vale do Paraíba e Litoral Norte que é formada por 39 cidades, tem o mais alto índice de criminalidade do estado, especialmente em matéria de homicídios, tem agora o título de cidade que mais desempregou pessoas no primeiro semestre de 2011. Todos esses dados têm explicações já que a mortalidade infantil pode ser notada nos relatórios dos comitês oficiais de mortalidade, o desemprego todo mundo sabia que as obras da Petrobrás teriam fim e a criminalidade, segundo a polícia, é bandido matando bandido por causa de drogas. 
O Brasil, noutras épocas elaborava os chamados planos econômicos com a finalidade de equilibrar a movimentação dos investimentos sob o controle dos principais ministérios do governo federal. 
Aqui em Caraguá o que fazem os governantes?  Eles estão sempre preocupados com a quantidade de turistas que descem a serra no final do ano para que o comércio venda bastante e gere alguns empregos, nem sempre de carteira assinada, e nem duram mais que a temporada de visitações. Depois de março a cidade volta ao mesmo marasmo. Falam que houve progresso com a vinda dessas grandes lojas pra cá. Vieram a Bahia, o Baú, Luiza, Marabrás, Americanas, Ponto Frio, Colombo, e várias outras que geraram uma quantidade empregos razoável, mas muito acanhada diante da real necessidade do município. Quem quiser achar que isso é suficiente, pode enganar-se porque nenhuma delas tem estoque de mercadorias em Caraguá. As vendas são feitas na cidade por pessoas daqui que foram empregadas, mas os impostos que são o mais importante filão dos negócios, são pagos na cidade de origem de onde vêm as mercadorias. O município não arrecada nem o ISS- Imposto Sobre Serviços das vendas que são feitas aqui para consumidores daqui. O caminhão encosta lá no depósito é carregado com as mercadorias com as respectivas notas fiscais e aqui encostam na casa do comprador e descarregam as mercadorias sem que Caraguá participe desse enorme bolo tributário. O pior é que essas lojas acabam inibindo a possibilidade de desenvolvimento do comercio local. Ter loja com estoque é caro e a competição torna-se impossível o que pode gerar a indagação: Será que compensa abrir a cidade para esse “forasteirismo” comercial? Será que os empresários locais não absorveriam a mesma mão-de-obra com mais vantagens para a cidade? Claro que não temos dados precisos para enriquecer os nossos argumentos, mas a verdade é nua e crua. Eles não pagam imposto por aqui e o empresariado local está a cada dia menor em quantidade e em qualidade porque sobrevivem das migalhas que sobram de um grande bolo. Os impostos que nos são negados serviriam para se investir no ser humano que vive aqui e precisa de profissionalização, e de geração de novos postos de trabalho. Ai, se reduziriam, a mortalidade infantil, a criminalidade exacerbada e o desemprego, fatores que tornariam a cidade mais humana para quem vive aqui e por certo vai morrer aqui. O turista é muito importante, mas nós os moradores temos que ser mais importantes dos que os nossos ilustres visitantes que são importantes também. 

5 comentários:

Carlito Rodrigues disse...

Quem vende o voto, evidentemente não tem interesse em conhecer antecipadamente o programa ou a proposta de governo do candidato (corruptor) comprador. Assim sendo, o eleitor (corrompido) vendedor de voto, não tem força moral para cobrar nada do candidato que ele elegeu através do voto vendido. Entretanto, é importante ressaltar que alguns seguimentos (empresários, empreiteiras, jornais, rádios, sindicalistas, presidentes de associações, etc.) da sociedade, também vende seus votos em troca de (benesses pessoais e para familiares, licitações fraudulentas, cargos rechonchudos, etc) favores.

Carlito Rodrigues

marcondes disse...

sr carlito tenho que lhe dizer , todos os candidatos tem sim programa e propostas de governo , programa de governo para enganar o povo , quem promete mais tem mais chance de se dar bem , e a proposta é para quem financia suas campanhas ,te proponho que voce financie minha campanha e se eu ganhar voce receberá quinhentas vezes mais,e depois , depois ? ahhh o o povo esquece das promessas e vota em nos outra vez

munícipe preocupado disse...

Há algum tempo fiz o seguinte comentário aqui no blog e ainda tenho a mesma opinião:
cada municipio tem sua "vocação", de acordo com a localização geográfica, número de habitantes, principal atividade economica, etc.
Caraguatatuba é uma estância balneária e, por sua localização e belezas naturais, tem como "vocação" o turismo. Muito se fala que só se pensa no turismo e o povo fica esquecido. Na verdade, o que fica esquecido, é a relação do povo caiçara com o turista. O turismo não deve ficar restrito à temporada de verão, enquanto no resto do ano tudo fica às moscas. Não adianta só embelezar a avenida da praia ou aumentar o número de quiosques, o turista tem que ter um motivo para visitar a cidade. Em primeiro lugar, ser bem recebido e encontrar serviços de boa qualidade. Nesse momento entra a capacitação da mão de obra para o turismo receptivo. Recepcionistas de hotel, camareiros, bartenders, monitores de entretenimento, cozinheiros, garçons, etc. para garantir uma hospedagem de qualidade e deixar o hóspede com vontade de voltar. Proporcionar atrações durante o ano inteiro, inclusive no inverno, para que os turistas tenham motivo para visitar a cidade, talvez contruir um aquário ou então o tão falado teleférico para levar os praticantes de voo livre ao alto do morro Sto. Antonio. Incentivar o embelezamento do centro e suas praças para valorizar o comércio local e os artesãos.
à população não pode somente depender dos empregos gerados pela Petrobras e empreiteiras, ela deve ser autosuficiente para gerar novos postos de trabalho.
E quanto ao "forasterismo" comercial,isso faz parte da globalização e não dá para ficar de fora.Os grandes magazines e supermercados estão presentes em todas as cidades e acho que isso não vai mudar. O município não pode virar uma ilha isolada do que acontece no mundo, não adianta o saudosismo. Precisamos ter uma associação comercial forte que proteja os interesses do comércio local e do trabalhador desse comércio.
O pequeno comerciante deve se voltar para outras áreas que não são atendidas pelas grandes redes.
O progresso chega e nós temos nos adaptar a ele, exigir melhores escolas para nossos filhos para que eles se preparem para esse novo modo de vida.

Joaquim Duarte disse...

Esse imposto sobre as vendas é o ICMS. Quando ao ISSQN(Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza),nossa cidade recebe muito pouco pois não há fiscalização sobre os montantes dos recolhimentos feitos pelos prestadores dos serviços.

Joe "UNABOMBER" Barbara disse...

Quem dera , caro Carlito , sintetizar tão bem como você o fez!
Sr municipe colocou muito bem tb. Mas será que o forasterismo não seria também consequência da capacitação excessiva de serviçais e não de senhores. Ate quando a geração de empregos em Caraguá ficara limitada em balconistas e atendentes.
É muita loja de departamentos para pouca comissão e caixinhas, não acha?