Temos comentado aqui no Blog que Caraguatatuba, cidade com 100 mil habitantes, situada a 180 quilômetros da capital do estado de São Paulo, em situação geográfica privilegiada à beira mar, tem comparecido na mídia como uma cidade problemática. Tem mortalidade infantil mais alta da região do Vale do Paraíba e Litoral Norte que é formada por 39 cidades, tem o mais alto índice de criminalidade do estado, especialmente em matéria de homicídios, tem agora o título de cidade que mais desempregou pessoas no primeiro semestre de 2011. Todos esses dados têm explicações já que a mortalidade infantil pode ser notada nos relatórios dos comitês oficiais de mortalidade, o desemprego todo mundo sabia que as obras da Petrobrás teriam fim e a criminalidade, segundo a polícia, é bandido matando bandido por causa de drogas.
O Brasil, noutras épocas elaborava os chamados planos econômicos com a finalidade de equilibrar a movimentação dos investimentos sob o controle dos principais ministérios do governo federal.
Aqui em Caraguá o que fazem os governantes? Eles estão sempre preocupados com a quantidade de turistas que descem a serra no final do ano para que o comércio venda bastante e gere alguns empregos, nem sempre de carteira assinada, e nem duram mais que a temporada de visitações. Depois de março a cidade volta ao mesmo marasmo. Falam que houve progresso com a vinda dessas grandes lojas pra cá. Vieram a Bahia, o Baú, Luiza, Marabrás, Americanas, Ponto Frio, Colombo, e várias outras que geraram uma quantidade empregos razoável, mas muito acanhada diante da real necessidade do município. Quem quiser achar que isso é suficiente, pode enganar-se porque nenhuma delas tem estoque de mercadorias em Caraguá. As vendas são feitas na cidade por pessoas daqui que foram empregadas, mas os impostos que são o mais importante filão dos negócios, são pagos na cidade de origem de onde vêm as mercadorias. O município não arrecada nem o ISS- Imposto Sobre Serviços das vendas que são feitas aqui para consumidores daqui. O caminhão encosta lá no depósito é carregado com as mercadorias com as respectivas notas fiscais e aqui encostam na casa do comprador e descarregam as mercadorias sem que Caraguá participe desse enorme bolo tributário. O pior é que essas lojas acabam inibindo a possibilidade de desenvolvimento do comercio local. Ter loja com estoque é caro e a competição torna-se impossível o que pode gerar a indagação: Será que compensa abrir a cidade para esse “forasteirismo” comercial? Será que os empresários locais não absorveriam a mesma mão-de-obra com mais vantagens para a cidade? Claro que não temos dados precisos para enriquecer os nossos argumentos, mas a verdade é nua e crua. Eles não pagam imposto por aqui e o empresariado local está a cada dia menor em quantidade e em qualidade porque sobrevivem das migalhas que sobram de um grande bolo. Os impostos que nos são negados serviriam para se investir no ser humano que vive aqui e precisa de profissionalização, e de geração de novos postos de trabalho. Ai, se reduziriam, a mortalidade infantil, a criminalidade exacerbada e o desemprego, fatores que tornariam a cidade mais humana para quem vive aqui e por certo vai morrer aqui. O turista é muito importante, mas nós os moradores temos que ser mais importantes dos que os nossos ilustres visitantes que são importantes também.
5 comentários:
Quem vende o voto, evidentemente não tem interesse em conhecer antecipadamente o programa ou a proposta de governo do candidato (corruptor) comprador. Assim sendo, o eleitor (corrompido) vendedor de voto, não tem força moral para cobrar nada do candidato que ele elegeu através do voto vendido. Entretanto, é importante ressaltar que alguns seguimentos (empresários, empreiteiras, jornais, rádios, sindicalistas, presidentes de associações, etc.) da sociedade, também vende seus votos em troca de (benesses pessoais e para familiares, licitações fraudulentas, cargos rechonchudos, etc) favores.
Carlito Rodrigues
sr carlito tenho que lhe dizer , todos os candidatos tem sim programa e propostas de governo , programa de governo para enganar o povo , quem promete mais tem mais chance de se dar bem , e a proposta é para quem financia suas campanhas ,te proponho que voce financie minha campanha e se eu ganhar voce receberá quinhentas vezes mais,e depois , depois ? ahhh o o povo esquece das promessas e vota em nos outra vez
Há algum tempo fiz o seguinte comentário aqui no blog e ainda tenho a mesma opinião:
cada municipio tem sua "vocação", de acordo com a localização geográfica, número de habitantes, principal atividade economica, etc.
Caraguatatuba é uma estância balneária e, por sua localização e belezas naturais, tem como "vocação" o turismo. Muito se fala que só se pensa no turismo e o povo fica esquecido. Na verdade, o que fica esquecido, é a relação do povo caiçara com o turista. O turismo não deve ficar restrito à temporada de verão, enquanto no resto do ano tudo fica às moscas. Não adianta só embelezar a avenida da praia ou aumentar o número de quiosques, o turista tem que ter um motivo para visitar a cidade. Em primeiro lugar, ser bem recebido e encontrar serviços de boa qualidade. Nesse momento entra a capacitação da mão de obra para o turismo receptivo. Recepcionistas de hotel, camareiros, bartenders, monitores de entretenimento, cozinheiros, garçons, etc. para garantir uma hospedagem de qualidade e deixar o hóspede com vontade de voltar. Proporcionar atrações durante o ano inteiro, inclusive no inverno, para que os turistas tenham motivo para visitar a cidade, talvez contruir um aquário ou então o tão falado teleférico para levar os praticantes de voo livre ao alto do morro Sto. Antonio. Incentivar o embelezamento do centro e suas praças para valorizar o comércio local e os artesãos.
à população não pode somente depender dos empregos gerados pela Petrobras e empreiteiras, ela deve ser autosuficiente para gerar novos postos de trabalho.
E quanto ao "forasterismo" comercial,isso faz parte da globalização e não dá para ficar de fora.Os grandes magazines e supermercados estão presentes em todas as cidades e acho que isso não vai mudar. O município não pode virar uma ilha isolada do que acontece no mundo, não adianta o saudosismo. Precisamos ter uma associação comercial forte que proteja os interesses do comércio local e do trabalhador desse comércio.
O pequeno comerciante deve se voltar para outras áreas que não são atendidas pelas grandes redes.
O progresso chega e nós temos nos adaptar a ele, exigir melhores escolas para nossos filhos para que eles se preparem para esse novo modo de vida.
Esse imposto sobre as vendas é o ICMS. Quando ao ISSQN(Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza),nossa cidade recebe muito pouco pois não há fiscalização sobre os montantes dos recolhimentos feitos pelos prestadores dos serviços.
Quem dera , caro Carlito , sintetizar tão bem como você o fez!
Sr municipe colocou muito bem tb. Mas será que o forasterismo não seria também consequência da capacitação excessiva de serviçais e não de senhores. Ate quando a geração de empregos em Caraguá ficara limitada em balconistas e atendentes.
É muita loja de departamentos para pouca comissão e caixinhas, não acha?
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