segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Após prisões, vereadores de Limeira (SP) aprovam afastamento de prefeito

A Câmara Municipal de Limeira (151 km de São Paulo) aprovou, por unanimidade, na noite desta segunda-feira (28), o afastamento temporário do prefeito Sílvio Félix (PDT). Os vereadores aprovaram também a criação de uma CP (Comissão Processante) para investigá-lo.

A CP pode resultar na cassação do mandato do prefeito após 90 dias de prazo para concluir o relatório final. O prefeito deverá ficar fora do cargo até a conclusão das investigações. Ele pode recorrer na Justiça para barrar o afastamento.
Na última quinta-feira (24), a primeira-dama de Limeira, Contância Félix, dois filhos dela e do prefeito --Maurício e Murilo Félix--, além de outras nove pessoas foram presos em uma operação realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), do Ministério Público, com apoio de policiais militares da Rota.

O grupo é acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e furto qualificado. Na ocasião, também foram detidas duas irmãs da primeira-dama.

Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, os 13 vereadores presentes votaram favoravelmente aos pedidos de afastamento e de abertura da Comissão Processante.
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou ontem o pedido para libertação da primeira-dama e dos dois filhos do casal. Os demais acusados também continuam detidos.
Na última sexta-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo já havia negado recurso apresentado pela defesa dos acusados. Todos negam envolvimento nos supostos crimes, por meio de seus advogados.
Caso a Justiça não prorrogue as prisões temporárias dos 12 detidos, eles podem ser liberados nesta terça-feira (29).
O Ministério Público tentou hoje ouvir o depoimento da primeira-dama e dos dois filhos, mas eles ficaram em silêncio diante dos promotores.

Durante as investigações, o Ministério Público embargou 50 imóveis que pertencem a integrantes do grupo. Destes, 25 são flats localizados no Estado de São Paulo. O valor dos bens, chega a pelo menos R$ 22 milhões. Na operação, forma apreendidos computadores, documentos, CDs e DVDs.
O prefeito Silvio Félix disse, após a prisão da família na última quinta-feira, que não tem dúvidas que os fatos ocorridos com sua família serão esclarecidos. "Não era necessária a prisão destas pessoas. São pessoas que têm residência fixa, trabalho e estão prontas para dar os esclarecimentos que a Justiça quiser", declarou "Não vou culpar a imprensa, o Ministério Público, a política. Neste momento me coloco à disposição para esclarecer qualquer informação necessária ao MP, à Câmara. A cidade é maior e eu não posso deixar que problemas particulares abalem o nosso trabalho", disse Félix.

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