quinta-feira, 12 de abril de 2012

SEGUE O DEBATE SOBRE O ABORTO

Lendo um velho livro sobre filosofia, deparei com um capítulo interessante que versava sobre as escolas filosóficas e, ao descrever a filosofia contemporânea o autor faz a diferença principal desta em relação às outras eras filosóficas. Antes, o homem valorizava a inteligência individual dos pensadores que, de forma empírica, tentavam justificar a existência de vida na terra das mais diversas maneiras, atribuindo ao ar, à água, a outros elementos da natureza a responsabilidade de produzir vida. A origem do homem sempre foi a maior preocupação desses pensadores. Na atualidade, depois que a ciência evoluiu e explicou cientificamente vários tabus antigos, a filosofia teve que valorizar menos as idéias isoladas e dar mais crédito às experiências científicas que esclarecem, com provas, várias alegações antigas sem comprovação. No início, a terra era plana, a terra era o centro do universo, trovões e relâmpagos eram manifestações de Deus, até que a ciência desvendou os mistérios. 
Segundo estudiosos de filosofia contemporânea, a ciência tem evoluído mais que a consciência média das populações, que para justificar a sua ignorância prefere atribuir ao desconhecido a sabedoria que o homem não domina, e a grande prioridade deveria ser o investimento na evolução das inteligências, em grandes proporções, para que o homem possa acompanhar as descobertas científicas livre dos dogmas e das crenças cegas e fanáticas.
O cientista do direito, no caso os ministros do Supremo Tribunal Federal, afirma que, se a medicina diz que a morte científica de um indivíduo se comprova com a morte do cérebro, e se o ser humano que esteja sendo formado numa gravidez anencéfala não possui cérebro, conclui-se que, não há vida naquele feto. Ou seja, se não há cérebro, não há vida.  É a ciência brigando de novo com a religião e, enquanto a religião afirma que o feto é um ser vivo, a ciência, mesmo que do direito e não da saúde, defende a tese de que não há ser vivo em um feto sem cérebro.
Já falaram e nós já repercutimos que ciência e religião deveriam fazer as pazes, em nome da evolução do ser humano e evoluir significa conhecer mais sobre as coisas importantes da vida.
A religião não iria perder seus valores ao aceitar a parceria da ciência, até porque, os mistérios são tantos que, a idéia de Deus dificilmente ficaria sem utilidade. As explicações sobre fenômenos naturais seguirão acontecendo, mas, ainda que a ciência seja muito rápida, poderá levar milênios para explicar uma pequena fração dos mistérios do universo. Esse conjunto de mistérios na sua amplitude, só Deus conseguirá explicar, pelo menos na medida em que a ciência vá descortinando os mistérios. 

Um comentário:

munícipe preocupado disse...

O Estado é laico, portanto leis e religião não se misturam. A CNBB está dando opiniões onde não deve. Somente quem está gerando um feto anencéfalo sabe o sofrimento que isso significa. Portanto, quem aceitar as recomendações de sua igreja, não faça o aborto. Quem pensar de modo diferente deve ter o direito de escolha. É simplesmente uma questão de convicção e consciência. O que não pode é proibir para quem não compartilha de opinião diferente da igreja, seja ela qual for.