segunda-feira, 9 de abril de 2012

VITÓRIO, O CANDIDATO RENUNCIANTE

Jovem e cheio de “gás” Vitório da Silva avisou para toda a vizinhança que seria candidato a vereador pelo seu bairro, e já foi logo fazendo um discurso de muito trabalho a favor da comunidade. Sua mãe ficou feliz porque o filho agora era um pré-candidato a vereador e iria honrar a família com a importante atividade.
Na primeira semana foi visitando os conhecidos da região, pedindo o voto, e recebeu inúmeras promessas de apoio.
Na semana seguinte, acomodada a euforia, Vitório já dava como certa a sua vitória e até prometia cargos de assessores aos mais destacados colaboradores.
Durou pouco a euforia do Vitório. Um amigo de infância o procurou em casa à noite para pedir ajuda para comprar de um botijão de gás; Outro amigo queria camisetas para o time de futebol; A menina precisava de uma passagem para ver o namorado preso na cadeia de outra cidade; A mãe do rapaz da loja precisava de um advogado para defender seu filho; Um amigão de infância estava com o aluguel atrasado.
Vitório começou a conhecer a realidade da política brasileira, e ontem ele ouviu, na TV, uma deputada do Maranhão, estado pobre, mas que paga mais de 1 milhão e duzentos por ano a cada um dos seus deputados, além dos salários de 20 mil reais que cada recebe, e são 18 salários por ano, dizer que dos seus rendimentos, quase 150 mil por mês, faz uso de uma parte para ajudar a população. Cara-de-pau suficiente para fazer com que Vitório desistisse da possível candidatura. Depois da missa do domingo se pôs na praça pública defronte à igreja e declarou a todos os seus possíveis eleitores que não será mais candidato a nada. Exclamou ele: "Se é para o bem de todos, diga ao povo que estou abandonando a vida pública"!
Para o Vitório, a vitória não se justifica, porque não terá mais sossego na vida e certamente será  tachado de corrupto, mesmo que não o seja. 

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