quinta-feira, 24 de maio de 2012

ENTRE UMA COISA E OUTRA, A CORRUPÇÃO E O VOTO

A história do poder no mundo civilizado é contada, via de regra, pela imprensa que é o meio mais comum dos registros de fatos e atos que vão somando o amontoado de dados que servirão ao estudioso. Publicações na imprensa desde a época, dos idos de 1930 até hoje, podem mostrar a trajetória da história política do Brasil partindo do Getúlio Vargas que governou de modo que a ditadura se fazia presente para garantir a tal governabilidade ou a autoridade do sistema de governo. Juscelino, por sua vez, teve que mudar a capital da república do Rio de Janeiro para conseguir se livrar das pressões político-partidárias, responsáveis pelo “suicídio” do seu antecessor, o Getúlio, em pleno exercício do poder. Eram forças misteriosas que estavam instaladas nas imediações do Palácio do Catete, sede do governo central do Brasil. Até hoje, passados mais de 60 anos, ainda persistem no Rio de Janeiro resquícios das virtudes e desvirtudes de ser capital federal. Há quem diga que se não tivesse feito a mudança da capital, Juscelino não chegaria ao final do seu mandato. Havia histórias de terrorismo político praticado com uso de armas, tinha até uma famosa metralhadora que se chamava “Lurdinha” e pertencia ao líder político de nome Tenório Cavalcante, que dominava a periferia carioca, na região de Duque de Caxias, e era uma espécie de Lampião Carioca, que circulava com a arma sob uma capa preta enorme. Carlos Lacerda, outro líder político de grande eloqüência e poder de convencimento, foi o causador do enfraquecimento do poder de Getúlio.
Era tudo muito complicado tendo em vista que os poderes constituídos não eram assim tão constituídos, na prática. Depois de muitas confusões o povo brasileiro elegeu Jânio para presidente.

Jânio Quadros
Texto extraído do site da UNIP. (vide a seguir)

Na eleição presidencial de 1960, a vitória coube a Jânio Quadros. Naquela época, as regras eleitorais estabeleciam chapas independentes para a candidatura a vice-presidente, por esse motivo, João Goulart, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) foi reeleito.

A gestão de Jânio Quadros na presidência da República foi breve, durou sete meses e encerrou-se com a renúncia. Neste curto período, Jânio Quadros praticou uma política econômica e uma política externa que desagradou profundamente os políticos que o apoiavam, setores das Forças Armadas e outros segmentos sociais.

A renúncia de Jânio Quadros desencadeou uma crise institucional sem precedentes na história republicana do país, porque a posse do vice-presidente João Goulart não foi aceita pelos ministros militares e pelas classes dominantes
.

Vieram os militares, e segundo contam, bancados por recursos financeiros dos Estados Unidos, que temiam a instalação de alguma república comunista na América do Sul, como de fato ocorreu em Cuba.
A covardia em praça pública
Depois da efervescência de algumas décadas, instalou-se uma pseudo-estabilidade política no país, à força, e com o sacrifício de muitas
Liberdades e até de vidas humanas. Os militares governaram de 1964 até 1985, de forma abrupta através de atos institucionais que suspendiam direitos e garantias individuais ou coletivos, e culminavam na cassação de mandatos políticos, suspensão de direitos políticos, prisões,  tudo em nome da tal governabilidade.
Estudiosos dizem que até a ditadura se justifica se for para estabilizar uma nação, mas deve ser encerrada assim que a instabilidade cesse. Essa teoria foi que deu azo ao poderio militar instalado no Brasil.
Hoje, a avaliação de tudo aquilo pode ser feita de forma menos apaixonada e ainda assim, será difícil concluir se havia ou não a possibilidade de se instalar no país algum regime comunista. Se o regime a ser instalado pelo próprio povo seria melhor ou pior do que acabou se efetivando.
Movimento popular
Outro ponto que deve ser analisado é se o povo deveria ou não ser contido no seu desejo de construir a nação que melhor lhe conviesse, ou se estava certa a ingerência norte-americana para impor o regime político de sua preferência. O povo deve ou não ser livre para escolher o seu regime de governo?
O pior resultado obtido de toda essa celeuma foi a corrupção. O brasileiro comum, de boa índole, que pensava politicamente, ficou intimidado com a possibilidade de discordar dos fundamentos políticos aplicados à época e se calou, nos cantos. Quando abriram de novo o poder para que ele pudesse ser disputado de forma democrática através das eleições diretas, a parte boa do povo estava com medo. O momento foi oportuno para a bandidagem pular na frente e ocupar os cargos que o povo de bem tinha medo de ocupar. Por isso essa bandidagem instalada na política  brasileira, roubando descaradamente, com analfabetos de pai e mãe enriquecendo às custas do erário público. Sujeitos sem família, sem amigos, sem caráter, sem instrução, às vezes de origem e passados duvidosos estão por ai administrando orçamentos vultosos, de milhões de reais. Entram pobres na política e em pouco tempo mostram sinais de riquezas inexplicadas. São “Cachoeiras” de dinheiro desviado do cofre público.
Eles aprenderam rapidamente a se perpetuarem no poder usando o mesmo dinheiro do poder. Roubam e com o produto do roubo custeiam eleições e assim vão permanecendo nas cadeiras onde deveriam sentar pessoas dignas e preocupadas com o bem estar do povo.
Pior é que entre a corrupção e a seriedade, o agente político que pretender chegar ao poder terá que escolher os dois. Sem dinheiro não se ganha eleições e sem voto não há poder. Quem tem que desvendar esse mistério é o povo que deveria usar como metralhadora, o voto, mas que também está contaminado pelo empreguismo descarado e desonesto oferecido aos que aceitam conviver com a bandidagem oficial. Há exceções respeitáveis. A correção de rumo é difícil, mas não é impossível. Melhor é acreditar que a história vai mudar,  para melhor.



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