Os meios de comunicação estão dando espaço excepcional ao tal do Cachoeira acusado de liderar um dos maiores escândalos sobre corrupção no Brasil. O que chama a atenção hoje é o destaque que se está dando ao trabalho dos advogados de defesa, que no afã de conseguirem resultados positivos que irão valorizar suas carreiras, mentem em nome do réu, e mentem como se todos os ouvintes de seus discursos fossem idiotas.
Ao tentarem desmoralizar as acusações, usam termos como "acusações fantasiosas", "falácias", "delírio do promotor", e assim afirmam que seus clientes são inocentes e nunca praticaram nada do que lhes está sendo atribuído.
Uma pergunta que não pode calar é: "Seria ético ao advogado, mentir em nome do cliente?", ou seria ético ao advogado buscar formas de elaborar defesas técnicas de qualidade científica?
Os advogados, olha que eu sou um deles, deveriam separar bem o criminoso do profissional, e não assumir publicamente a postura de mentiroso ao dizer que seu cliente é um santo, quando sabe e tem certeza que seu cliente é um demônio travestido de anjo.
Estão tão descarados os advogados, e ficam pior quando há televisão transmitindo, que já nem dizem por exemplo;"O meu cliente diz que é inocente". Eles vão direto ao assunto e dizem: "Meu cliente é inocente", assumindo o risco de veem seus discursos contrariados pelas provas do processo.
Advogados, são profissionais necessários à aplicação da justiça, e esse encargo, que lhes garante a obtenção de clientela, deveria ser exercido de forma a buscar para os réus, quando culpados de fato, penas menos graves, mas nunca garantir publicamente que um réu claramente culpado seja inocente.
A lei permite ao réu confesso que se declare culpado, o direito a reduções da pena e até de absolvição, ou ainda de conversão das penas de prisão em prestação de serviços sociais.
A lógica induz ao pensamento de que um réu que aceita a responsabilidade de seu erro, seja apenado com menor rigor. Claro que o advogado é contratado para defender alguém que esteja sendo acusado de algum crime, mas a defesa precisa ser estribada em técnicas, em laudos, em respaldo legal, em pedido de clemência, mas nunca em mentiras deslavadas, que se puderem existir, serão permitidas somente ao réu que pode mentir para se defender, mas a mentira não pode passar da pessoa do réu. Advocacia é uma profissão nobre, bonita, elegante que precisa estar acima dessa banalidade da mentira tosca.
Os advogados dos réus do mensalão estão dando um show de teatro, mas do teatro de pior qualidade.
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