sexta-feira, 22 de março de 2013

UMA REFLEXÃO SOBRE O ENSINO PÚBLICO


                               EM MATÉRIA DE EDUCAÇÃO A PRIORIDADE É O APRENDIZADO
Vimos na televisão Vanguarda, no jornal da hora do almoço, uma matéria sobre a inclusão social que nos fez raciocinar.  Mães de excepcionais, portadores de síndrome de “down” que se encontram mensalmente para debaterem o problema de seus filhos, foram unânimes em dizer que o maior problema que encontram na convivência com outras pessoas, as que não têm o mesmo problema, é o preconceito. Diziam que há pessoas que chegam a prometer que vão orar para que seu filho sare.  Manifestaram a preocupação com a inclusão social de seus filhos através das salas de aulas do ensino público, que é lei nacional e estabelece o direito.

Falaram que faltam nas salas de aula, profissionais qualificados para lidarem com os deficientes, já que os professores, os tidos como normais, não são preparados para a função.
Importante que as mães defendam e protejam seus filhos, mas existe nesse cenário, um perigo de se nivelar por baixo, em matéria de intelecto, a instituição “ensino público” que vem, nas últimas décadas, perdendo qualidade e deixando analfabetos os nossos meninos e meninas considerados “normais” segundo os padrões convencionais.
Inclusão social na escola pública, dos portadores de deficiências físicas (cadeirantes, surdos, mudos, etc.) sem limitações de natureza mental, deveria ser tratada de modo diferente do tratamento que deve merecer o deficiente intelectual, como os acometidos da síndrome de “donw”  que são amáveis, pacíficos e merecem o melhor lugar do mundo, respeitadas as suas limitações, e também os autistas que não são assim tão dóceis, em algumas ocasiões. São pessoas que merecem atenção do estado, respeitados os direitos dos demais.
A escola é estabelecimento que consome uma enormidade de recursos e não tem conseguido ensinar às pessoas tidas por normais, a ler, escrever, fazer contas, e a constatação é das estatísticas oficias. O Estado de São Paulo, o que mais necessita de pessoas qualificadas para trabalho na indústria e comércio, ficou entre os últimos colocados e foi considerado um dos piores ensinos públicos no Brasil.
Isso quer mostrar que a escola pública precisa dar prioridade ao aproveitamento escolar, ou seja, o ensino eficiente que transforme os meninos e meninas em letrados básicos que consigam ler escrever e fazer as continhas sem calculadora. Não estamos conseguindo melhorar esse quesito que é o mais importante na política de ensino público, porque nossos professores ganham pouco, não são reciclados, não possuem condições razoáveis de trabalho, as escolas não recebem os benefícios da tecnologia, que facilita a vida de tantos profissionais, enquanto a escola segue com uma lousa preta e um giz branco, no antigo “preto e branco” que frustra a expectativa dos alunos que, em casa, ainda que pobres, recebem informações coloridas. Deixar os professores jogados às traças com um tablado, uma lousa e um giz, para dar conta de ensinar aos ditos “normais” já é um absurdo.
É “nobre” falar-se em inclusão social dos deficientes em sala de aula, é “chic” defender a formação de professores especializados em deficientes, mas quem é que vai defender o direito do aluno tido por normal que precisa aprender e não consegue?
Se as mães destes alunos, os chamados normais, resolverem se reunir e “brigar” pelo ensino de qualidade para que seus filhos aprendam de fato, pode ser que seja disparada a revolução cultural tão almejada e quem sabe a escola irá cumprir seu verdadeiro papel.
É romântico defender minorias, mas o pragmatismo se faz necessário quando se fala em “res” pública. Os recursos públicos precisam ser tratados de forma realista e cada setor público precisa cumprir primeiro os objetivos para os quais tenha sido concebido. A saúde pública tem que dar saúde e a escola tem que ensinar.
A escola pública foi concebida para ensinar as pessoas e prepará-las para a vida profissional. A inclusão social tem que ser considerada muito importante, mas depois de atingidos os limites mínimos aceitáveis de aproveitamento escolar das crianças tidas por normais e os professores  voltarem a ser tratados como figuras importantes no universo social.
A prioridade, em matéria de educação, tem que ser o aprimoramento do aprendizado, a valorização do professor, além da reestruturação das associações de pais e mestres, rumo a um IDEB que satisfaça e responda às expectativas gerais, e justifiquem tanto dinheiro gasto em ensino público. A palavra chave tem que ser “resultado”, com todo respeito aos que pensam diferente.
João Lúcio Teixeira

Nenhum comentário: