EM
MATÉRIA DE EDUCAÇÃO A PRIORIDADE É O APRENDIZADO
Vimos na televisão Vanguarda, no
jornal da hora do almoço, uma matéria sobre a inclusão social que nos fez
raciocinar. Mães de excepcionais,
portadores de síndrome de “down” que se encontram mensalmente para debaterem o
problema de seus filhos, foram unânimes em dizer que o maior problema que
encontram na convivência com outras pessoas, as que não têm o mesmo problema, é
o preconceito. Diziam que há pessoas que chegam a prometer que vão orar para
que seu filho sare. Manifestaram a
preocupação com a inclusão social de seus filhos através das salas de aulas do
ensino público, que é lei nacional e estabelece o direito.
Falaram que faltam nas salas de
aula, profissionais qualificados para lidarem com os deficientes, já que os
professores, os tidos como normais, não são preparados para a função.
Importante que as mães defendam e
protejam seus filhos, mas existe nesse cenário, um perigo de se nivelar por
baixo, em matéria de intelecto, a instituição “ensino público” que vem, nas
últimas décadas, perdendo qualidade e deixando analfabetos os nossos meninos e
meninas considerados “normais” segundo os padrões convencionais.
Inclusão social na escola pública,
dos portadores de deficiências físicas
(cadeirantes, surdos, mudos, etc.) sem limitações de natureza mental,
deveria ser tratada de modo diferente do tratamento que deve merecer o
deficiente intelectual, como os acometidos da síndrome de “donw” que são amáveis, pacíficos e merecem o melhor lugar
do mundo, respeitadas as suas limitações, e também os autistas que não são
assim tão dóceis, em algumas ocasiões. São pessoas que merecem atenção do
estado, respeitados os direitos dos demais.
A escola é estabelecimento que
consome uma enormidade de recursos e não tem conseguido ensinar às pessoas
tidas por normais, a ler, escrever, fazer contas, e a constatação é das
estatísticas oficias. O Estado de São Paulo, o que mais necessita de pessoas
qualificadas para trabalho na indústria e comércio, ficou entre os últimos
colocados e foi considerado um dos piores ensinos públicos no Brasil.
Isso quer mostrar que a escola
pública precisa dar prioridade ao aproveitamento escolar, ou seja, o ensino
eficiente que transforme os meninos e meninas em letrados básicos que consigam
ler escrever e fazer as continhas sem calculadora. Não estamos conseguindo
melhorar esse quesito que é o mais importante na política de ensino público,
porque nossos professores ganham pouco, não são reciclados, não possuem
condições razoáveis de trabalho, as escolas não recebem os benefícios da
tecnologia, que facilita a vida de tantos profissionais, enquanto a escola
segue com uma lousa preta e um giz branco, no antigo “preto e branco” que
frustra a expectativa dos alunos que, em casa, ainda que pobres, recebem
informações coloridas. Deixar os professores jogados às traças com um tablado,
uma lousa e um giz, para dar conta de ensinar aos ditos “normais” já é um
absurdo.
É “nobre” falar-se em inclusão
social dos deficientes em sala de aula, é “chic” defender a formação de
professores especializados em deficientes, mas quem é que vai defender o
direito do aluno tido por normal que precisa aprender e não consegue?
Se as mães destes alunos, os
chamados normais, resolverem se reunir e “brigar” pelo ensino de qualidade para
que seus filhos aprendam de fato, pode ser que seja disparada a revolução
cultural tão almejada e quem sabe a escola irá cumprir seu verdadeiro papel.
É romântico defender minorias,
mas o pragmatismo se faz necessário quando se fala em “res” pública. Os
recursos públicos precisam ser tratados de forma realista e cada setor público
precisa cumprir primeiro os objetivos para os quais tenha sido concebido. A saúde
pública tem que dar saúde e a escola tem que ensinar.
A escola pública foi concebida
para ensinar as pessoas e prepará-las para a vida profissional. A inclusão
social tem que ser considerada muito importante, mas depois de atingidos os
limites mínimos aceitáveis de aproveitamento escolar das crianças tidas por normais
e os professores voltarem a ser tratados
como figuras importantes no universo social.
A prioridade, em matéria de
educação, tem que ser o aprimoramento do aprendizado, a valorização do
professor, além da reestruturação das associações de pais e mestres, rumo a um
IDEB que satisfaça e responda às expectativas gerais, e justifiquem tanto
dinheiro gasto em ensino público. A palavra chave tem que ser “resultado”, com
todo respeito aos que pensam diferente.
João Lúcio Teixeira
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