quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

ENTRE A MACONHA E A CAHAÇA

O Uruguai, é um
país vizinho do Brasil aqui na América do Sul, considerado nação evoluída, com baixa criminalidade, nível de desenvolvimento humano aceitável e isso já é historicamente conhecido. Agora, o Uruguai surpreende o mundo ao se tornar o primeiro país a regulamentar a venda, produção e uso da maconha que depois de aprovada a lei que autoriza a droga, o que ocorreu nos últimos dias, a maconha passa a ser produzida com limitações pelos próprios usuários, ou pelo estado, e pode ser utilizada livremente pelas pessoas identificadas como usuárias, dependentes químicas ou por recomendação médica.
O Uruguai tem pouco mais de 3 milhões de habitantes, sua população total, enquanto o Brasil tem 200 milhões, o Uruguai tem mortalidade infantil de cerca de 9,5 mortes por mil crianças nascidas vivas que morrem antes de completarem um ano de idade, e o Brasil tem cerca de 16 mortes infantis. Os dados são somente parâmetros para justificar a argumentação sobre a escolha entre a maconha e a cachaça, e mostrar que o Uruguai não se trata de um país qualquer de terceiro mundo.
No Brasil, os dados oficias mostram que a evolução dos números
tiveram resultados que nos dão o título de campeões mundiais no combate à mortalidade infantil. O Brasil saiu de 62 mortes infantis em 1990, para 14 ou 16 (há controvérsias) mortes no ano passado, o que nos coloca entre países de primeira grandeza neste quesito. Ainda assim, depois de termos progredido tanto, estamos atrás do Uruguai. Esses dados mostram que o país vizinho tem indicadores de primeiro mundo.
Só para completar os dados sobre o Uruguai, ele é o país que tem um Presidente da república José Mojica, conhecido por Pepe de 77 anos, que rejeitou a moradia oficial do governo, um palácio com 42 empregados, vive numa casa comum onde sempre viveu, anda de fusca e não tem seguranças.
Depois de sabermos alguns dados sobre o Uruguai podemos imaginar que a regulamentação da maconha lá, pode ser um acerto e não um erro se observar-se que o problema do usuário, que no Brasil já está descriminalizado, não tão grave quanto o do traficante que está inserido no chamado crime organizado, mata para proteger a sua clientela, mata por acerto de contas e ocupa regiões urbanas transformando-as em guetos de altíssima periculosidade. Ao perceber que o uso da maconha se popularizava no Uruguai, as autoridades trataram de dificultar a existência do traficante com a oficialização controlada do mercado oficial.
Se olharmos para o Brasil, vamos ver que a cachaça, e outras bebidas destiladas de baixo custo e preço acessível causam danos semelhantes se não mais graves do que a maconha, considerando somente o usuário e não o traficante.
As doenças causadas pelas bebidas são altamente custosas à previdência social, a violência doméstica e urbana têm suas causas em grande parte na bebida alcoólica, e a degradação humana do alcoólatra nem se compara com as condições dos usuários de maconha. Não se pode falar em outras drogas de maior poder destrutivos como a cocaína e o crack.
Se considerarmos o poder de destruição da bebida alcoólica e o problema social causado pelos traficantes no Brasil, seria interessante debater a possibilidade da troca da liberação das bebidas alcoólicas pela liberação do uso de maconha.
Não é apologia ao uso de droga por que todas elas são maléficas, mas é uma questão de abertura das discussões e dos debates que podem mostrar a luz do fim do túnel.
O que é pior?  Uso de maconha adquirida por meios oficias e controlados, consumida por pessoas identificadas, ou o uso de bebidas alcoólicas sem controle algum?
Infelizmente estamos diante de um dilema da escolha entre o ruim e o pior, A MACONHA OU A CACHAÇA.  O melhor seria se escolha pudesse recair na opção “nenhuma das alternativas”.

João Lúcio Teixeira – Advogado- Economista

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