O
Uruguai, é um
país vizinho do Brasil aqui na América do Sul, considerado nação
evoluída, com baixa criminalidade, nível de desenvolvimento humano aceitável e isso já é historicamente
conhecido. Agora, o Uruguai surpreende o mundo ao se tornar o primeiro país a
regulamentar a venda, produção e uso da maconha que depois de aprovada a lei
que autoriza a droga, o que ocorreu nos últimos dias, a maconha passa a ser
produzida com limitações pelos próprios usuários, ou pelo estado, e pode ser utilizada
livremente pelas pessoas identificadas como usuárias, dependentes químicas ou
por recomendação médica.
O
Uruguai tem pouco mais de 3 milhões de habitantes, sua população total,
enquanto o Brasil tem 200 milhões, o Uruguai tem mortalidade infantil de cerca
de 9,5 mortes por mil crianças nascidas vivas que morrem antes de completarem
um ano de idade, e o Brasil tem cerca de 16 mortes infantis. Os dados são
somente parâmetros para justificar a argumentação sobre a escolha entre a
maconha e a cachaça, e mostrar que o Uruguai não se trata de um país qualquer
de terceiro mundo.
No
Brasil, os dados oficias mostram que a evolução dos números
tiveram resultados
que nos dão o título de campeões mundiais no combate à mortalidade infantil. O
Brasil saiu de 62 mortes infantis em 1990, para 14 ou 16 (há controvérsias) mortes no ano passado, o que
nos coloca entre países de primeira grandeza neste quesito. Ainda assim, depois
de termos progredido tanto, estamos atrás do Uruguai. Esses dados mostram que o
país vizinho tem indicadores de primeiro mundo.
Só
para completar os dados sobre o Uruguai, ele é o país que tem um Presidente da
república José Mojica, conhecido por Pepe de 77 anos, que rejeitou a moradia
oficial do governo, um palácio com 42 empregados, vive numa casa comum onde
sempre viveu, anda de fusca e não tem seguranças.
Depois
de sabermos alguns dados sobre o Uruguai podemos imaginar que a regulamentação da
maconha lá, pode ser um acerto e não um erro se observar-se que o problema do
usuário, que no Brasil já está descriminalizado, não tão grave quanto o do
traficante que está inserido no chamado crime organizado, mata para proteger a
sua clientela, mata por acerto de contas e ocupa regiões urbanas transformando-as
em guetos de altíssima periculosidade. Ao perceber que o uso da maconha se
popularizava no Uruguai, as autoridades trataram de dificultar a existência do
traficante com a oficialização controlada do mercado oficial.
Se
olharmos para o Brasil, vamos ver que a cachaça, e outras bebidas destiladas de
baixo custo e preço acessível causam danos semelhantes se não mais graves do
que a maconha, considerando somente o usuário e não o traficante.
As
doenças causadas pelas bebidas são altamente custosas à previdência social, a
violência doméstica e urbana têm suas causas em grande parte na bebida
alcoólica, e a degradação humana do alcoólatra nem se compara com as condições
dos usuários de maconha. Não se pode falar em outras drogas de maior poder
destrutivos como a cocaína e o crack.
Se
considerarmos o poder de destruição da bebida alcoólica e o problema social
causado pelos traficantes no Brasil, seria interessante debater a possibilidade
da troca da liberação das bebidas alcoólicas pela liberação do uso de maconha.
Não
é apologia ao uso de droga por que todas elas são maléficas, mas é uma questão
de abertura das discussões e dos debates que podem mostrar a luz do fim do
túnel.
O
que é pior? Uso de maconha adquirida por
meios oficias e controlados, consumida por pessoas identificadas, ou o uso de
bebidas alcoólicas sem controle algum?
Infelizmente
estamos diante de um dilema da escolha entre o ruim e o pior, A MACONHA OU A
CACHAÇA. O melhor seria se escolha
pudesse recair na opção “nenhuma das alternativas”.
João
Lúcio Teixeira – Advogado- Economista
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