De: cesarjumana@uol.com.br
Enviada: Segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2014 12:39
Para: drjoaolucio@bol.com.br
Assunto: AMBEV
Enviada: Segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2014 12:39
Para: drjoaolucio@bol.com.br
Assunto: AMBEV
Joao, agradeço a
força de divulgar
Cesar
AMBEV - Ex-distribuidores da Antártica,
Brahma e Skol vão ao STF e a corte Interamericana
A Federação Nacional de Distribuidores de Cerveja acaba de protocolar
uma ação no Supremo Tribunal Federal que escancara aquele que talvez seja o
maior problema do Poder Judiciário: a demora extrema.
A ação, patrocinada pela advogada
internacionalista Maristela Basso, é uma
arguição de descumprimento de preceito fundamental. No cerne do problema, um caso que envolve os
interesses de 277 mil pessoas, de 2500 empresas e que já percorre os labirintos
intrincados da burocracia judiciária há mais de uma década.
A história começa no dia 1 de julho de 1999,
quando as empresas Brahma e Antártica decidiram se fundir em um só conglomerado
e passaram a ser controladas pela AMBEV. O negócio foi aprovado pelo CADE em março do ano seguinte e uma das condições
impostas para a aprovação era a de que funcionários, representantes e outros
agentes não fossem prejudicados.
Naquele mesmo mês os
antigos distribuidores dos produtos Antártica já iniciavam sua longa jornada de
denúncias judiciais e administrativas contra práticas comerciais abusivas da
AMBEV. Rapidamente, suas cotas foram
redirecionadas para outros distribuidores. Foram literalmente “expulsos” do
mercado. Tiveram que fechar suas empresas e demitir funcionários. Como o ocorrido com a distribuidora Antártica de
Caraguatatuba.
Muitos enfrentaram
privações terríveis. Há vários registros de depressão, anorexia nervosa e
surtos de pânico. Houve pelo menos um caso de suicídio em meio a um intrincado
processo de falência.
Sob pressão da opinião
pública e criticada por vários parlamentares, a AMBEV decidiu propor
unilateralmente um acordo por meio do qual se obrigava a indenizar seus antigos
distribuidores com base em um programa de simulação do valor das perdas. O
acordo foi assinado em agosto de 2002. Mas jamais foi cumprido. Três anos mais
tarde, em 2005, já esgotados financeiramente, os ex-distribuidores ingressaram
com uma ação civil pública contra a AMBEV. Foi o começo da via sacra judicial
que até hoje não terminou.
O processo foi protocolado na Justiça Federal
no dia 9 de setembro de 2005. Mas a primeira sentença demorou três anos — só
ocorreu em 10 de outubro de 2008. Foi desfavorável à AMBEV, que decidiu
recorrer. O TRF da Terceira Região, pasmem, demorou quatro longos anos para
julgar a admissibilidade do recurso — e decidiu não conhecê-lo. E assim, de
recurso em recurso, até hoje os ex-distribuidores não conseguiram receber um
centavo sequer das indenizações oferecidas pela AMBEV.
A advogada Maristela
Basso, que os representa, fica indignada com o tempo que o Judiciário demanda
para, a rigor, engabelar seus clientes. Para ela, não basta a esse Poder
oferecer portas de entrada para que o cidadão possa tentar fazer valer seus
direitos. O problema é que não há “portas de saída, situação anômala que
compromete a efetividade do processo”.
Em outra ação, os
ex-distribuidores denunciam as Autoridades Judiciárias e Administrativas
Brasileiras na corte Interamericana de Direitos do Homem – da Organização dos
Estados Americanos – OEA. Desta feita se fizeram representar pela Associação de
Distribuidores dos Produtos AMBEV de São Paulo e da região Nordeste – ADISC –
SP.
Alegam que as autoridades
nacionais praticam a jurisprudência defensiva, qual seja, primam do formalismo
excessivo para não julgar o mérito da causa e com a demora excessiva do sistema
judiciário nacional, impedem que os brasileiros tenham de fato acesso a
justiça.
Dentre as várias
reivindicações existentes na ação pedem o pagamento de indenizações devidas a
todos os Distribuidores da rede AMBEV, que distribuíram os produtos antes e
durante o processo de fusão, bem como aqueles que distribuem hoje com enormes
custos e prejuízos.
Esta semana os
ex-distribuidores estiveram em Brasília para protocolar a ação no STF e se
reuniram com parlamentares no Congresso Nacional onde receberam apoio.
Outras informações:
Maristéla Basso
011 – 3057-1663
mbasso@maristelabasso.adv.br
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