quinta-feira, 29 de maio de 2014

FAMÍLIA, FAMÍLIA, OH FAMÍLIA!...


COISAS DO COTIDIANO

Família êh! Família ah!
Família!
Família êh! Família ah!
Família!
Família! Família!
Cachorro, gato, galinha
Família! Família!
Vive junto todo dia
Nunca perde essa mania

Eis um trecho da música gravada pelo Titãs, há algum tempo, e que envelheceu e caiu em desuso. A família com pai, mãe, filhos, tias, avós, galinha, cachorro, gato, e etc..., não é mais o padrão nacional.
Os filhos saem  cedo de casa, mas não perdem a mania de deixar com os pais o número da conta bancária em que deverá ser depositada a sagrada contribuição mensal, semanal e quem sabe diária.
Vão  morar fora e voltam quando a coisa aperta,  "De volta pra casa", essa do  Renato Russo, vêem  com o nariz empinado, peito estufado, exigindo comida dietética, computador  novo, internet banda bem larga, celular corporativo cuja conta vem no  nome do pai, chave do carro à disposição, e se o pai reclama porque vai usar o carro, está formado o furdúncio, e o bate boca vai encerrar com a mãe chorando e opai trêmulo de raiva.
- E a chave do carro, onde está?
- Não sei e não vou liberar.
- Porra pai!  Eu tenho um compromisso.
- Que compromisso pode ter um vagabundo?
- Não interessa.
- Então tá bom, mas vá a pé.
- Assim não dá pra se viver aqui, pai, não dá.
- Vá embora pra onde você esteve todo esse tempo.
- É isso que você quer? Me ver a pé passando vexame por ai?
- Quer que eu fale a verdade? Então ouça: Eu estou de saco cheio de você, da sua falta de juízo, de responsabilidade, de vergonha na cara e da sua folga. Não quis estudar, não quer trabalhar,  só vive nessa de internet, festa e dormir o dia todo, e ainda quer exigir  tratamento de hotel cinco estrelas.
- É obrigação de  que põe filho no mundo, tratar dos filhos.
- Isso quando são menores, mas não um marmanjo do seu tamanho.
- Tá bom, pai, então é melhor eu me matar. Tô de saco cheio do senhor e da mãe. Vocês não me entendem.
- Faça isso, porque assim nós nos livramos dos males amém. Faça isso.
Os dois deixaram a sala, um para cada quarto, e mais tarde, o filho entra no quarto do pai, o encontra trêmulo e em estado de choque, pede esculpas e em seguida pede de novo a chave do carro e algum dinheiro.
A mãe interfere e, trazendo nas mãos uma mala, duas mochilas, uma prancha de "surf" um skate e um violão, e diz sem lágrimas: Toma o dinheiro que eu guardei para a formatura da sua irmã, pega esse último donativo que nós lhe fazemos, pegue as suas coisas e vá embora.
- Embora eu não vou.
- Vai sim, porque eu consegui esta ordem do juiz para que você fique longe de nós, pelos menos um quilômetro, se não vai ser preso. Eis a cópia.
Vendo o seu pai quase infartado com as suas provocações, eu já pedi uma viatura policial que está ali fora até que você vire a esquina e desapareça.
Nós já fizemos tudo o que nos cabia, e você, meu filho, simplesmente não presta. Você não presta, e nós vamos ficar somente com o cachorro, o gato e as galinhas. Vá, e se possível, seja feliz porque a gente cuida desde pequeno e espera que os filhos nos façam felizes e sejam felizes, mas você,  não conseguiu enxergar a importância de uma família. Lavei as suas fraldas, limpei, dei banho, e agora te dou de presente o mundo. Toma, é todo seu. Vá com Deus.


Um comentário:

Rosa Maria Pinto disse...

Os pais criam seus filhos pra serem marginais, depois vê quando crescem o resultado e se tornam vitimas do filho. Vítima somos nós(sociedade) que nos tornamos reféns desse indivíduo. Pergunte a esses pais como criaram esse filho: a criança não tem responsabilidades em casa, não cuida de si, não lava uma louça pra ajudar, não cuida do cachorro, não limpa o que sujou, não lava a própria cueca, não é cobrado pra ser bom aluno, não faz as tarefas da escola, não respeita o professor, etc. A criança já mostra o que vai ser quando pequena mas os pais não tomam atitude, não educam porque isso dá mais trabalho depois reclamam que seus filhos não dão valor!
Rosa Maria