sábado, 24 de maio de 2014

RELIGIÃO E MEDICINA, UM CONFLITO PERMANENTE

Uma questão pra ser pensada, é a disputa entre a medicina e os pastores evangélicos, que faz parte de quase toda a programação dos canis religiosos nos meios de comunicação social. É comum a presença de pastores sem qualquer formação acadêmica em qualquer ciência, fazendo curas ao vivo na televisão e pedindo aos fanáticos fieis para que contem alguma história de fracasso da medicina que não conseguira curá-lo, e dizem que conseguiram se livrar até de tumores depois que foram à igreja. São casos de pessoas que dizem que não conseguiam andar, e que depois de serem desenganadas pela medicina são curadas após participar de alguma sessão de cura milagrosa. A desculpa para essa prática que pode perfazer curandeirismo (crime), é que se trata de cura espiritual. Ora, se o médico trata do corpo e não da alma, não há nenhuma razão para os religiosos se referirem a possível fracasso médico, porque eles não têm formação para avaliar o trabalho do médico. O conselho de medicina pode ingressar na justiça para exigir que não sejam feitas referências ou comparações entre assuntos absolutamente diferentes. Se a fé cuida da alma, e os médicos do corpo poderia a medicina, numa espécie de reação, vir a público fazer  o que fazem os religiosos e se referir a algum fracasso de um pastor que não tenha conseguido curar algum paciente da igreja, e quem sabe, estabelecer para os pastores a mesma responsabilidade que tem um médico?
Se o pastor tratar do paciente e ele morrer porque o tratamento tenha sido ineficaz teria que atribuir a ele as responsabilidades dos médicos por negligência médica do mesmo modo que os médicos respondem em caso de erro. O médico não pode alegar que quem mata é Deus, para se eximir da culpa. Essa história de cura na igreja parece com os casos das parteiras que existiam quando a medicina era escassa. É pra se pensar se há ou não a prática “curandeirismo” que é considerado crime contra a saúde pública.

A exploração da fé não pode por em risco a vida das pessoas, como no caso específico de uma religião que não permite transfusão de sangue em seus adeptos. Proíbe que os médicos façam esse tipo de procedimento. Seria socialmente correto intervir na profissão do médico? Neste caso, a justiça tem determinado ao médico que faça o que for necessário para salvar a vida dos pacientes independentemente de sua fé.  É mais uma vez, a briga da igreja contra a ciência, como se vê na religião católica que condena a camisinha, o aborto e o uso de células tronco. Sigamos pensando, porque se trata de tema controvertido e discutido em todo o mundo moderno, tendo, alguns países, proibido certas seitas, mais precisamente na África, onde se realizavam exorcismos em pessoas sob alegação de estarem possuídas pelo demônio. As pessoas eram submetidas a algumas formas de tortura física para que fossem expulsos os seus demônios. Isso foi proibido, mesmo contrariando as reações das religiões, que alegavam interferência na liberdade religiosa.

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