quinta-feira, 22 de maio de 2014

SOBRE O HOSPITAL STELA MARIS

O Blogdojoaolucio tem acompanhado com atenção e isenção de ânimos a negociação entre prefeitura de Caraguatatuba e a Irmandade Religiosa proprietária do nosocômio que foi objeto de intervenção levada a termo pelo prefeito Antônio Carlos da Silva, do PSDB. Há cerca de um ano o prefeito aproveitou o anúncio dos funcionários da saúde daquele hospital, que estavam alegando falta de pagamento de salários, perincipalmente os médicos, e resolveu fazer uma verdadeira aventura de alto risco ao decretar calamidade pública na saúde local, e promoveu a intervenção no hospital alegando que as freiras não tinham condições de prosseguir no encargo. Contratou a empresa Bandeirantes de São Paulo para cuidar do pronto atendimento e do pronto socorro que logo retirou do prédio do hospital e instalou no novo prédio da saúde, junto à delegacia de policia civil no Jardim Primavera. Esta ação foi um desastre de grandes proporções já que o prédio não comporta o volume de serviço e a empresa a que fora confiada a missão suportou a carga por um ano e depois pediu pra sair que nem no filme "Tropa de Elite". Foi substituída pela empresa "Corpore", que segundo comentários, também já pediu pra sair antes de completar cindo meses na cidade.
A população andou representando ao Ministério Público em razão do mau atendimento a que vem sendo submetida, pela total falta de condições de realizarem-se os serviço de pronto atendimento com mais de 500 consultas por dia e as internações de emergência que inclui acidentados, enfartados e outros casos emergenciais.
O promotor intimou o prefeito e apresentou o ultimato de não mais poder permitir que continuem as coisas do jeito que estão. O prefeito resolveu ceder, finalmente, e decidiu devolver o hospital às freiras. De início queria a tal da gestão compartilhada entre a prefeitura e as irmãs, o que foi de pronto rechaçado por elas que sabem que dirigir hospital não é coisa de político, e que a ingerência da prefeitura vai trazer mais complicações politicas do que soluções técnicas. Não aceitaram. O prefeito se dispôs entregar o hospital sem mais nem menos detalhes, mas as irmãs já perceberam que a situação da instituição está pior do que era quando a prefeitura assumiu. Há preocupações com recolhimentos tributários, incluindo FGTS, e há preocupações com as condições técnicas dos equipamentos, alguns de valor altíssimo que podem estar avariados ou necessitando de manutenção. Assim, as negociações ainda prosseguem, esperando-se que a qualquer momento sejam concluídas com a aceitação da irmas em receber de volta o hospital, mas irão exigir de volta os serviços de pronto atendimento e pronto socorro, do jeito que era antes, e a garantia de que se aparecerem débitos pendentes ou equipamentos avariados a prefeitura se encarregue de ressarcir as despesas.
Essa solução parece a mais ajuizada por ora, já que a irmandade vai cuidar do que é seu, e que vinha funcionando bem ou mal, há mais de 60 anos. Resta saber se o prefeito vai repassar verbas suficientes para que os serviços sejam de boa qualidade. A prefeitura tem o poder de fiscalizar os gastos, e garantir ao povo uma gestão eficiente numa área extremamente sensível.
A sensatez deve orientar os atos públicos.

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