Encontrei uma pessoa ligada ao processo de
educação pública, mulher aparentemente preparada que atua no setor da inclusão
social na educação. Falamos sobre os problemas que andam prejudicando o
aprendizado na escola pública e a conversa ficou interessante no final. A
pessoa que é profissionalmente engajada, confessou que também é contra a
progressão continuada que permite que alunos que não aprendem sejam aprovados e
promovidos às séries seguintes. Ponderei afirmando que um aluno que não
aprendeu a matemática de uma série jamais conseguirá acompanhar o aprendizado
das series seguintes. Matemática é uma ciência que exige no aprendizado de uma
parte da ciência que a pessoa tenha entendido as lições anteriores. É pois, uma
ciência que tem lógica e sequência no seu conteúdo. O aluno que não conhece
trigonometria básica, desde os princípios que surgem do círculo de raio
unitário, nunca irão entender as teorias da geometria que dão base a todo o
conhecimento matemático. Assim, quem perde uma fase, não consegue acompanhar as
seguintes. Isso vale também para o aprendizado da língua portuguesa e para
outras ciências do tipo sequencial. A base é que dá suporte ao prosseguimento
do aprendizado.
A progressão continuada, continuamos nós
no nosso diálogo, é um problema sério porque manda seguir em frente quem não
aprendeu a matéria que já deveria ter sido assimilada.
A conversa foi boa porque eu, na condição
de observador questionei a interlocutora sobre vários pontos delicados e ela
respondia com sabedoria prática as questões que nos parecem além da prática.
Chegamos à conclusão de que a educação
precisa passar por uma reciclagem imediata, que possas permitir que o aluno que
tem facilidade de aprender, não seja prejudicado pelo aluno que tem
dificuldades e os que têm dificuldades tenham soluções específicas para as suas
limitações, sem prejuízo dos mais avançados. A inclusão social do aluno com
deficiências também foi objeto da discussão e a conclusão foi de que alunos que
consigam acompanhar o processo de ensino devam ser mantidos nas salas de aulas
regulares, mas os problemas mais graves devem merecer ambientes e tratamentos diferenciados.
O aluno gênio deve merecer sala especial para gênios como prevê a lei de
diretrizes e base que norteia o ensino público não Brasil, o que não vem
ocorrendo. Atualmente uma criança que poderia estar numa série bem avançada
permanece na vala comum da criança que traz, por exemplo, um histórico de pai
drogado, mãe alcoólica e família desestruturada. O gênio que poderia contribuir
com a sociedade acaba desestimulado.
Não se trata de sacrificar os menos
aquinhoados, mas de não sacrificar inteligências.
Há quem defenda o nivelamento por baixo,
mas há bastante hipocrisia nessas teorias que consideram igualdade o nivelamento
pela média que é baixa.
A realidade é que o ensino público custa
caro demais ao estado e o resultado é pior do que se poderia esperar de tão
vultoso investimento. O ideal é abrir uma grande discussão sobre o tema,
incluindo professores, pais e alunos, para que se possa estabelecer alguma
forma de premiação ao mérito. O aluno tem que ir à escola, estudar e aprender,
enquanto que o professor tem que sair da escola com a sensação do dever
cumprido, ao ver que seus alunos, de fato, aprenderam as lições.
Já existem métodos modernos de ministração
de aulas, que envolvem tecnologia de primeiro mundo como lousas virtuais,
projeções em vídeos, que podem contribuir para que o professor ministre aulas
menos chatas e desagradáveis, através o giz branco, uma lousa negra e um
apagador. A questão é de vontade política dos gestores públicos que preferem
investir em construção civil porque rende propina e visibilidade imediata.
Foi bom conversar com a moça da educação
cuja identidade prefiro omitir tendo em vista que o prefeito não autoriza
ninguém a dar entrevistas sobre assuntos de sua gestão.
Valeu, e é claro que sempre vale a pena a
gente falar sobre coisas importantes.
3 comentários:
Eugênio
Não é nada disso, você precisa estudar a fundo o que significa "Educação Continuada". Pra não passar vergonha, entendeu. Seu conhecimento sobre o assunto é superficial!
abç
Eugênio
Meu caro, pena que você não tenha contribuído com o debate. Escreva o seu ponto de vista como eu fiz e ele será publicado sem restrições. A sua defesa da progressão continuada pode ter fundamentos, mas pode também não ter e, segundo já falamos por aqui, o importante é a gente saber conviver pacificamente com as diferenças. Quem pensa diferente de nós não pode ser considerado menos capaz. Eu sigo achando como alguns professores que ouvi, que a progressão continuada precsia ser revista, o professor precisa voltar a ser mais importante do que o aluno e, a escola pública prcisa ser ums instituição onde o professor ensina e o aluno aprende. Os problemas sociais devem ser resolvidos na secretaria social que existe não somente para entregar cestas básicas. Bom seria que você expressasse as suas indéias e não apenas se insurgisse contra as ideias das outras pessoas. Vamos ao debate e se vc tiver razões eu me curvarei sem problemas. Seja bem vindo ao mundo da democracia. Por identifique-se e assine o seu escrito. Abraços.
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