sábado, 2 de agosto de 2014

PAPO COM UM AMIGO

Encontrei o meu xará, João, em um café na padaria, e ele advertiu-me veementemente. Disse que leu uma postagem minha em que eu conto parte da minha história de vida e peço o voto ao final. Achou que fui excessivamente humilde na minha abordagem e que eu deveria ser mais altivo, já que, segundo ele, a minha história é bonita e merece realce quando narrada. Em princípio eu fiquei meio estarrecido, mas na sequência fui processando a sua preocupação. É que o João está acostumado a ouvir e ver políticos que mesmo não tendo conteúdo próprio, nem instrução, nem assuntos importantes para justificarem a sua pretensão aos cargos públicos, se comportam com arrogância, batem no peito e prometem o que nem sabem direito explicar. Prometem melhorar o IDEB, mas nem sabem o que é isso; Prometem choques de gestão, mas gerenciam a coisa pública sem método e nem ciência como uma pelada de praia;  Prometem transformar a cidade e a transformam em um gueto ou uma ação entre amigos. Eu entendi o João que queria me ver roncando grosso, falando alto e prometendo ser o maior estadista de todos os tempos, e percebi que depois de tudo que ele me disse, ele concluiu: "Eu vou votar em você".
José Mojica - Presid. Uruguai
As maiores figuras da humanidade se notabilizaram pela simplicidade e humildade. Esses caracteres não diminuem o ser humano, e ao contrário o dignificam. Jesus, Madre Tereza, Tiradentes, Dom Evaristo Arns, Chico Xavier, Chico Mendes, Obama, e um exemplo recente o presidente do Uruguai José Mojica cuja foto vai ao lado. São pessoas que se notabilizaram pelo conhecimento, pela cultura, instrução e auto estima. Não precisaram bater no peito e nem falar alto para serem notadas. Sem querer me comparar a eles, mas eu acho que quem tem consciência do seu valor e da sua capacidade de ser e fazer, não precisa ser arrogante e nem tentar se impor pelo grito.
Confesso que pensei em mudar o meu comportamento depois que o João me interpelou, mas em seguida recobrei os meus sentidos e prefiro ser simples, continuar a andar na rua depois de eleito, conversar normalmente com todas as pessoas que sempre conversei e com outras que desejarem de mim se aproximar. As paredes do palácio nunca irão me separar das pessoas comuns que, cada um com seu jeito, são seres que merecem atenção. Obrigado João pela preocupação, mas eu vou continuar na minha humildade e, ao pedir o voto vou seguir afirmando que os defeitos dos outros candidatos não farão de mim uma pessoa melhor e por isso não os explorarei, e que a minha campanha será pautada nas minhas propostas de trabalho e da forma mais simples. Não terei cabos eleitorais comprados, não gastarei absurdo, não quero voto pago, não vou falar mal dos outros, e se os votos de bom agrado, espontâneos, que sobrarem dos outros candidatos me forem confiados serei eleito com folga só com as sobras e os votos sérios. Se não for assim, prefiro não ser eleito. Eu dizia nos meus programas de rádio que ainda vou ver um Brasil melhor, mais limpo e menos corrupto, e é nisso que a gente tem que acreditar para não perder as esperanças. A família é a base de toda a organização social, e nós temos que proteger essas idéias simples do brasileiro que era muito mais feliz quando tudo era mais simples, porque a vida é simples, embora alguns a queiram complicar. Certamente, o povo não quer uma estrela no poder, mas alguém que consiga administrar esse monte de dinheiro público com os olhos voltados para o ser humano e não somente para os sacos de cimento Um abraço e obrigado pela confissão de voto. 
João Lúcio- 90190- PROS- Deputado Estadual

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