quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

DILMA SE AFASTA DA INFLUÊNCIA DO LULA

As nomeações de ministros para o seu segundo período de governo mostra que Dilma está dando sinais de que vai se afastar das influências do Lula e da tendência partidária interna do PT, a CNB- Construindo um Novo Brasil, que tem grande influência na organização petista. Dos novos ministros nomeados, alguns são da Democracia Socialista outra tendência de porte no PT, o que tem causado alguns constrangimentos nas urbes da estrelinha vermelha.
O fato é que o primeiro governo de quatro anos não foi suficientemente bom para a Dilma na avaliação popular e quase lhe rendeu uma "deseleição" em 2014, já que a vitória nas urnas foi suada mesmo tendo como adversário um político de pouca consistência eleitoral a nível de Brasil, mas que conseguiu crescer diante da dificuldade apresentada pela candidata Dilma que, dona da máquina estatal tinha que gozar de situação politicamente mais confortável. Ou seja, a Dilma quase perdeu a eleição de presidente da república pra si mesma, ainda que detivesse a máquina nas mãos.
Certamente, vai tentar construir uma imagem mais eficaz como gestora e assim buscar fortalecer a possibilidade de eleger o sucessor, o que é fundamental para as pretensões de todos os petistas.
O PT, visto por dentro, tem as suas divisões que são denominadas de tendências, cerca de três, considerando somente as principais, como CNB- Construindo um novo Brasil (Zé Dirceu), Democracia Socialista e Mensagem ao Partido (Zé Eduardo Cardozo), mas todas com tendência, ao menos na teoria, para alguma forma de socialismo. Toda a sua base tem origem nas lutas operárias, na igreja e noutros movimentos sociais proletariados.
São organizações tradicionais com raízes em escolas políticas consagradas tendo como exemplo a convergência socialista, e todas conscientemente organizadas sob os auspícios da sigla PT que sempre predomina sobre os interesses particulares de cada uma das tendências. Quem conhece o PT sabe que as tendências têm identidades próprias, mas não têm vida própria porque se submetem à predominância da sigla PT que quer significar a ideia de consenso sempre que os debates chegam ao fim. Algumas ainda pregam a luta armada, outras já aceitam a busca do poder pelo voto e assim vão convivendo em relativa harmonia.
A Dilma  terá que conviver com tudo isso e ainda negociar com os partidos políticos da base para conseguir governar um país que não vai tão bem nos últimos tempos.
O socialismo defendido pelas tendências petistas não tem forma definida já que todas as tendências acham que o Brasil vai encontrar uma forma brasileira de se organizar politicamente neste mundo complicado que se desenha atualmente. A economia é fator importante, mas a produtividade que vai dar sustento à economia tem encontrado limites no mundo globalizado, onde países de mão de obra barata estão entrando no mercado e criando dificuldades para outros países já estabilizados ou em vias de estabilização.
A missão da Dilma não é simples porque tem na sua casa, o PT, vários interesses a serem administrados, no governo um monte de partidos que exigem participação, e no mundo uma economia complicada.
Cabe aos brasileiros torcer para que a Dilma seja capaz de encontrar o caminho que leve o Brasil a uma situação mais confortável. É voz geral a ideia de que o governo federal só vai bem quando a economia vai bem, diferente das prefeituras que têm outras referências. O governo municipal vai bem quando a cidade está limpa e bem cuidada.
Resta-nos desejar um Feliz Ano Novo  à presidente Dilma e ao seu ministério e pedir ao universo que os ilumine para que a democracia seja plena e a felicidade seja geral.
João Lúcio Teixeira

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