sexta-feira, 30 de outubro de 2015

POLITICA NÃO BRINCADEIRA

Há alguns meses escrevi neste Blog, algo que alertava para a seriedade das militâncias das pessoas comuns, na atividade política. Não é o mesmo que o que ocorre no futebol, onde as pessoas levam na brincadeira as derrotas e vitórias, sem que isso lhes traga qualquer prejuízo moral, intelectual ou patrimonial. Em uma semana o clube vence e há festas, na outra o clube perde e há uma grande ressaca que logo passa.
Na política é diferente, porque o militante que de fato participa dos movimentos sociais, em quaisquer níveis, tem ligações mais profundas e defende as suas ideias com força e, em muitos casos, com firmeza radical.
Nós dissemos que uma possível tentativa de derrubar a presidente da república poderia desaguar em graves conflitos sociais sem limites e quem sabe em guerra civil como vem ocorrendo na Síria e em outras civilizações.
Na Síria o governo ditatorial de um mesmo grupo familiar, que dominava a política local há muitos anos, foi deposto pela força dos movimentos sociais, e o que surgiu no lugar daquele governo tido por ruim, foi muito pior, porque surgiu uma tal Estado Islâmico que vem aterrorizando o mundo, matando pessoas e provocando fuga de milhares de cidadãos espantados pelo medo, sem que haja alguma força local para reprimi-lo.  Ou seja, o que é considerado ruim pode ficar ainda muito pior.
No Brasil, existe um governo legitimamente escolhido pelo povo através o voto direto que é a melhor forma de escolha das que se tem conhecimento. Dizer que o povo é “burro” em sua maioria porque escolheu errado, é o mesmo que achar que a minoria que tenha votado contrariamente ao governante eleito, tivesse o direito de monitorar o comportamento da maioria. O governo da maioria deve prevalecer sempre, até que as minorias consigam se transformar em maioria. O menos mandar no mais é ditadura, e quem achar que a minoria é mais importante do que a maioria, está vivendo, por certo, em um país errado e deveria buscar um lugar no mundo onde ideias como as suas estejam prevalecendo, ou numa hipótese menos radical, lutar para mudar o rumo, demonstrando que o melhor não é o que se vê atualmente.
Um grupo de defensores da ideia da derrubada do governo brasileiro pelo impeachment, liderada por um jovem de 17 anos, acampou em frente ao congresso nacional em Brasília, com faixas e cartazes pedindo a derrubada do governo federal, cerca de 50 pessoas. A surpresa foi a chegada de pessoas que apoiam o governo e que defendem ideias opostas, que com certa veemência defenderam o fim do movimento pelo impeachment.

Houve violência e agressões diversas com destruição de faixas e cartazes. Isso é apenas uma   amostra do que poderia acontecer se o movimento pelo impeachment chegasse ao ponto de ameaçar de fato o governo. Se há quem seja contra o governo, há os que são a favor e a violência seria a celebração da falta de evolução social. Se há eleições deve haver tolerância e respeito ao cumprimento do mandato, a menos que haja fato grave que justifique a derrubada de um governo eleito pelo voto do povo. Golpe não tem lugar no ambiente democrático que reina hoje no Brasil.

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