Há alguns meses escrevi neste Blog, algo que alertava para a
seriedade das militâncias das pessoas comuns, na atividade política. Não é o
mesmo que o que ocorre no futebol, onde as pessoas levam na brincadeira as
derrotas e vitórias, sem que isso lhes traga qualquer prejuízo moral, intelectual
ou patrimonial. Em uma semana o clube vence e há festas, na outra o clube perde
e há uma grande ressaca que logo passa.
Na política é diferente, porque o militante que de fato
participa dos movimentos sociais, em quaisquer níveis, tem ligações mais
profundas e defende as suas ideias com força e, em muitos casos, com firmeza
radical.
Nós dissemos que uma possível tentativa de derrubar a
presidente da república poderia desaguar em graves conflitos sociais sem
limites e quem sabe em guerra civil como vem ocorrendo na Síria e em outras
civilizações.
Na Síria o governo ditatorial de um mesmo grupo familiar,
que dominava a política local há muitos anos, foi deposto pela força dos
movimentos sociais, e o que surgiu no lugar daquele governo tido por ruim, foi
muito pior, porque surgiu uma tal Estado Islâmico que vem aterrorizando o
mundo, matando pessoas e provocando fuga de milhares de cidadãos espantados
pelo medo, sem que haja alguma força local para reprimi-lo. Ou seja, o que é considerado ruim pode ficar
ainda muito pior.
No Brasil, existe um governo legitimamente escolhido pelo
povo através o voto direto que é a melhor forma de escolha das que se tem
conhecimento. Dizer que o povo é “burro” em sua maioria porque escolheu errado,
é o mesmo que achar que a minoria que tenha votado contrariamente ao governante
eleito, tivesse o direito de monitorar o comportamento da maioria. O governo da
maioria deve prevalecer sempre, até que as minorias consigam se transformar em
maioria. O menos mandar no mais é ditadura, e quem achar que a minoria é mais importante
do que a maioria, está vivendo, por certo, em um país errado e deveria buscar
um lugar no mundo onde ideias como as suas estejam prevalecendo, ou numa
hipótese menos radical, lutar para mudar o rumo, demonstrando que o melhor não
é o que se vê atualmente.
Um grupo de defensores da ideia da derrubada do governo
brasileiro pelo impeachment, liderada por um jovem de 17 anos, acampou em
frente ao congresso nacional em Brasília, com faixas e cartazes pedindo a
derrubada do governo federal, cerca de 50 pessoas. A surpresa foi a chegada de
pessoas que apoiam o governo e que defendem ideias opostas, que com certa
veemência defenderam o fim do movimento pelo impeachment.
Houve violência e agressões diversas com destruição de
faixas e cartazes. Isso é apenas uma amostra do que poderia acontecer se o
movimento pelo impeachment chegasse ao ponto de ameaçar de fato o governo. Se
há quem seja contra o governo, há os que são a favor e a violência seria a
celebração da falta de evolução social. Se há eleições deve haver tolerância e
respeito ao cumprimento do mandato, a menos que haja fato grave que justifique a
derrubada de um governo eleito pelo voto do povo. Golpe não tem lugar no
ambiente democrático que reina hoje no Brasil.
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