Há uma semana o prefeito de Caraguatatuba,
Antônio Carlos da Silva, que governa o município há 15 anos, prometeu que vai
renunciar ao seu mandato e irá governar a cidade somente até abril de 2016,
cerca de seis meses antes da eleição de outubro que vai eleger um novo
prefeito. As especulações em torno do assunto, indicam que ele não gostaria de
deixar a cidade onde se tornou um homem muito rico e onde exerceu o poder de
forma intensa.
Algumas hipóteses podem ser consideradas
em decorrência dessa decisão de sair do cargo e levar consigo o filho que é o
seu vice prefeito.
Porquê sair e levar o filho?
Há quem diga que o prefeito estaria
arquitetando alguma forma de conseguir burlar a lei eleitoral e dar uma volta
por cima para conseguir indicar o mesmo filho como possível candidato a
prefeito em 2016.
Há, na legislação algumas possíveis brechas,
mas à primeira vista, nenhuma delas permite que filho possa suceder ao pai no
exercício de cargo executivo como o de prefeito, governador ou presidente da
república. O fato de o filho ser o vice já tem que ser observado com atenção,
porque uma coisa é substituir em caso de ausência temporária e outra é suceder
definitivamente o pai, seja como vice ou como candidato.
Sabe-se que o prefeito é tinhoso, e faz
qualquer coisa para conseguir realizar os seus desejos, que se for o de prosseguir
mandando na cidade, poderá mesmo buscar impor o filho, até porque a sua
personalidade excessivamente forte, não deixa crescer qualquer liderança à sua
volta. Antônio Carlos não deixa ninguém crescer ao seu redor.
Da outra vez em que saiu do cargo,
conseguiu eleger o Aguilar como sucessor, mas em seguida perdeu o controle da
situação e afastou-se do poder municipal para ser deputado de pouquíssima expressão,
já que o legislativo não é a mesma coisa que uma prefeitura onde o mandatário
independe dos outros para sobreviver. Lá tudo é discutido e dividido nas
bancadas, o que não agrada aos políticos personalistas.
Depois da experiência com o Aguilar o
prefeito tem dificuldades para acreditar que alguém possa ser por ele indicado e,
se eleito irá obedecer a sua orientação ou governar segundo a sua supervisão.
Isso é muito importante para quem quer mandar e ser obedecido.
Ao que parece, o prefeito pode estar
tentando, com a renúncia seis meses antes do fim do mandato, buscar alguma brecha
para indicar o seu filho ou algum outro parente seu para o cargo de prefeito em
2016.
Os entendidos de legislação eleitoral
acham que a ideia, se for tentada, vai esbarrar nas limitações da lei e da
constituição. Que o cara é audacioso, não há dúvida, e certamente irá tentar.
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