A multa
para o motorista que estaciona em vaga de idoso ou de pessoas com deficiência
física vai mais que dobrar.
É para
ver se inibe aquelas desculpas esfarrapadas já conhecidas. Se o motorista não
respeita por consciência, cidadania e educação, agora vai ter que pensar que
isso vai pesar mais no bolso e também resultar em mais pontos na habilitação.
Leve
nunca foi, afinal, é sempre muito grave não respeitar as vagas especiais.
Em Palmas,
uma mulher para o carro na vaga para deficientes, tira uma criança, uma bolsa e
deixa o carro lá, como se a vaga fosse para ela, que não tem nenhuma
deficiência.
“É falta
de educação desse povo, não tem educação nenhuma”, queixa-se uma idosa.
Em Belo Horizonte também falta bom senso.
“Ninguém
respeita a vaga de idoso, de cadeirante, não, tanto faz como tanto fez, para
eles, encosta e acabou, não está nem aí não”, diz outro idoso.
Seu
Valdir, que mora em Belém, ouve toda hora aquela desculpa esfarrapada: “ah é só
um minutinho”...
“O velho
jeitinho brasileiro, a pessoa estaciona e fala: ‘não, eu vou aqui rapidinho, um
minutinho’, embora exista a legislação, embora exista a lei, mas assim, a
população não respeita”.
Pela lei
do trânsito, estacionar na vaga sem ser deficiente ou idoso era infração
considerada leve, dava só três pontos na carteira. Bem, era leve. Se as pessoas
não respeitavam por educação e três pontos, agora, quem sabe vão respeitar
porque vai custar bem mais caro.
A partir
de agora, o desrespeito às vagas de deficiente físico e idosos é infração grave
com cinco pontos na carteira de habilitação. E também a multa que era de R$
53,20 passa para R$ 127,69
Também
tem um outro jeito poderoso de fazer valer uma regra: chama-se constrangimento.
Na Rússia, uma ONG criou uma campanha em que um holograma de um cadeirante
aparece para assustar quem tenta parar nas vagas especiais.
Constranger
também é a estratégia de um shopping em São
Paulo. Lá, o problema com o desrespeito às vagas para idosos e
deficientes era sério. Então, o shopping criou a multa moral - um cartão que
alerta o motorista que ele está cometendo uma infração.
“Quem
para em uma vaga desse tipo já sabe que está fazendo algo errado. Então, nesses
casos, elas acabam respeitando e tirando o carro”, afirma Sérgio Nagai,
superintendente do shopping.
Em
dezembro, foram 30 multas dessas por dia. Já pelas ruas de São Paulo, de
janeiro a novembro do ano passado, a Companhia de Engenharia de Tráfego
registrou 18 mil infrações por desrespeito às vagas destinadas aos idosos e
mais de 6 mil autuações por estacionamento irregular em vagas para deficientes.
“Pouca
gente respeita, eu estou cansado de ver aí pessoas que se revoltam, porque às
vezes, a pessoa até pode ter uma deficiência, mas tem que ter a identificação”,
reclama o aposentado Francisco Rodrigues Coelho.
A
identificação é o cartão que o Seu Francisco, que é deficiente, tem e que os
idosos também devem usar para estacionar nas vagas especiais pelas ruas.
“Eu acho
que é uma questão de civilidade. Há muito desrespeito, demais, demais, demais,
eu fico indignada com isso”, afirma a aposentada Marilene de Campos Mendes.
As novas
regras passam a valer na próxima quinta-feira (7). As punições também vão
atingir quem estacionar nas vagas especiais dentro de shoppings e
supermercados. A fiscalização varia de estado para estado.
E segundo
o Detran, motoristas que transportam crianças de colo, como a mulher que
estacionou em uma vaga de deficientes em Palmas, mostrada na reportagem, não
têm vaga especial.
FONTE:G1
FONTE:G1
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