O Brasil passa por uma readaptação
da sua política econômica cujo desempenho esbarrou nos limites do próprio
modelo. Economia é ciência e não permite aventuras e nem distrações, sob pena
de o resultado ser desastroso.
A configuração do cenário mundial
é o tabuleiro e as pedras são mexidas segundo um conjunto de fatores que
equilibram ou não todo um conjunto de componentes que se somam para produzirem
o resultado final que é a conjuntura econômica de cada país.
Alguns modelos estão mais
harmônicos do que o nosso é o exemplo da China e Coreia que conseguiram melhor
adequação das suas conjunturas. A China tem hoje uma configuração parecida com
a do Brasil, com renda per capta semelhante à nossa, com a vantagem de ter se
dedicado mais profundamente à produção industrial e exportação de
manufaturados, o que lhe garante bom nível de emprego, cuja produção pode em
alguns setores ser quase que monopólio mundial, o caso dos celulares e tabletes
que a China produz cerca de 90% do que se consome no mundo.
No Brasil os juros são muito
altos ao contrário desses países em que os juros são baixos tanto para o
produtor como para o consumidor. Nós baixamos os juros e a inflação nos ameaça,
um problema que culturalmente não aflige outros países.
Temos que achar formas de reduzir
os juros bancários ao consumidor sem que isso implique em aumento excessivo de
consumo e gere inflação. Os juros da taxa SELIC encarecem as dívidas públicas,
e também precisam ser controlados. Esse é o maior entrave na nossa economia que
se encontrada a fórmula de se reduzir o custo sem gerar consumo exagerado e inflação,
teremos desvendado o segredo.
As saídas do Brasil estão
visíveis e já neste ano de 2016 a economia deverá ter um comportamento melhor
do que 2015, não que se possa festejar, mas com certeza o desempenho deverá ser
menos preocupante. O crescimento deverá ocorrer em níveis que irão tranquilizar
a nação e essa é a opinião de todos os grandes analistas nacionais. As medidas
que foram adotadas pelo governo são as mesmas que qualquer governo de direita
ou de esquerda teriam que adotar para retomar o crescimento.
O Brasil precisa é de estabelecer
melhores controles sobre os preços públicos, e os juros que são as únicas formas
encontradas até então para controlar inflação, e isso acaba por sacrificar os
meios de produção e conter o consumo que deveria ser incentivado e não
reprimido por conta de possível perigo de inflação. O ideal seria que o consumo
provocasse maior produção e mais vendas e assim, o sistema passaria a oferecer
mais empregos, mais arrecadação e o crescimento natural e auto sustentável da
economia como um todo. Se a procura por um produto aumenta o produtor aumenta o
preço, e é essa a regra na livre iniciativa que nos rege e nela não se pode
intervir a não ser com cultura e educação de consumo. Quando os fatores não
estão alinhados um acaba prejudicando o outro. Na China os preços da energia, água,
e outros preços públicos não são tão altos, e o cidadão acaba podendo poupar
mais do que o brasileiro. Verdade que a poupança chinesa chega a 50% do que se
ganha, enquanto que no Brasil não chega a 15%. Verdade também que os chineses
precisam poupar mais do que o brasileiro porque lá ainda não existe um sistema
previdenciário e sem aposentadoria e saúde pública satisfatórias, os cidadãos
precisam garantir o seu futuro e por isso poupam mais que o brasileiro. O
Brasil já tem alguns institutos que outros países em desenvolvimento não têm
como sindicatos e previdência universal, aposentadoria social, seguro
desemprego, e outros que tornam o custo do país mais alto. Os salários no
brasil, nos últimos tempos, cresceram mais que os preços em geral o que aumenta
o poder de compra mas torna a produção mais custosa. Alguns desses componentes
serão implementados na China por que o sistema trabalhista irá cobrar isso. Por
fim a corrupção que também encarece a economia pública vem encontrando limites
e isso pode ser bom para se acreditar mais na nação e a confiança tanto de
brasileiros como de estrangeiros vai gerar mais investimentos e a economia irá
agradecer.
Assim, a saída do Brasil da crise
é questão de tempo, mas não se há de pensar que o crescimento será o mesmo de
alguns anos atrás porque o mundo todo quer o mesmo, e nos restará saber crescer
apenas o necessário para que não haja crises e nem desenvolvimento pirotécnico.
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