terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

PRINCIPAIS PROBLEMAS DOS CANDIDATOS NESTE ANO

Tendo em vista as modificações das leis eleitorais levadas a termo em 2015 para terem validade a partir das eleições de 2016, o ponto mais delicado é o que proíbe doações de dinheiro de empresas para candidatos e partidos políticos. Tal proibição vai criar constrangimentos, e poderá impedir que candidatos eleitos de tomem posse por dificuldades com a aprovação de suas contas eleitorais. 
É de conhecimento de todos que um candidato a prefeito em uma cidade de cem mil habitantes gasta verdadeiros absurdos em suas campanhas, havendo casos de custos superiores a três ou mais milhões de reais, para ocuparem um cargo que lhes renderá em salários ou subsídios, de menos de um milhão de reais e ninguém iria pagar para ser prefeito. 
As propagandas são muito caras, os marqueteiros cobram absurdos, cabos eleitorais são remunerados e, em muitos casos, os votos são comprados.
As contas de campanhas foram sempre recheadas com milhões vindos de doações de construtoras, empresas de lixo, indústrias, mesmo que essas declarações nem fossem verdadeiras, mas eram usadas para justificar as grandes somas gastas em eleições.
Não sendo mais possível o uso de dinheiro de empresas, pode-se imaginar que as velhas raposas irão declarar números menores do que os de fato praticados, e realizarão parte das despesas pelo chamado caixa dois, que não é declarado. Pois bem, para que isso ocorra os candidatos terão que sonegar despesas e os seus "rabos de ratos" poderão ficar expostos aos olhos do gato por entre os vãos das sacas no celeiro.
O fato é que os candidatos que utilizarem altos valores terão que esconder despesas ou justificarem a origem dos valores. Se os valores forem oriundos de contas do próprio candidato poderão significar abuso de poder econômico, e se forem de amigos terão que ter a origem justificada, e ainda respeitarem aos limites da lei que estabelece teto percentual dos rendimentos pessoais. Os amigos terão medo de serem pilhados por alguma "lava jato".
Em suma, os milionários poderão ser eleitos e terem a posse impedida por fraude eleitoral nas suas contas.

Pode ser que estejamos nos aproximando de um sistema eleitoral mais justo que permita a todos os candidatos a mesma oportunidade de vitória nas eleições, em detrimento das campanhas milionárias bancadas por empresas que depois cobram de volta, com altíssimos juros, o dinheiro que ofereceram nas campanhas ou, em outra hipótese, sejam bancadas com dinheiro dos próprios candidatos que depois terão que "roubar" dos cofres públicos para reporem os seus gastos. O Brasil, que possui um dos sistemas eleitorais mais evoluídos do mundo, pode estar encontrando uma solução que o torne também um país eleitoralmente mais justo, onde o sistema de comunicação social como rádio e televisão deixem de publicar tantas bobagens e passem a ajudar a construir um país melhor para todos. Rádio e TV, que são serviços públicos, vão acabar sendo utilizados com muito mais efetividade em épocas eleitorais, quem sabe com menos novelas, e outras futilidades, para ajudarem o povo a aprender votar em candidatos verdadeiramente úteis ao "brasilianismo" hoje em baixa. Esses órgãos de comunicação são serviço público e em nome do interesse coletivo devem ser priorizados. 

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