O Brasil está doente,
enfraquecido, e submetido a uma espécie de tratamento quimioterápico para
combater enormes tumores que atingem a vários órgãos importantes do seu corpo
agora fragilizado. Um Brasil doente e os seus filhos, ao invés de estarem
orando juntos para que ele se recupere estão discutindo em volta do leio de
morte, quem vai ficar com que na hora de uma possível partilha do poder. Mal
comparando, é como se um rico senhor idoso estivesse sendo precipitadamente velado
pelos seus herdeiros em volta do seu leito de morte. Essas pessoas não imaginam
a possibilidade de que o doente esteja ouvindo tudo sem conseguir se mexer, e
nem pensam na possibilidade de que o doente possa se recuperar e depois da sua
alta hospitalar, resolva tomar a iniciativa de deserdar a todos os que desejaram
a sua morte.
O Brasil já vê alguns políticos
profissionais querendo derrubar o governo para ocupar o espaço, e são os mesmos
políticos que enrolam o próprio rabo sujo, sentam sobre ele e acusam a sujeira
do rabo do governante.
O povo ainda inocente na sua
grande maioria, se distrai nos papéis do contra e do a favor, como se se
tratasse de um espetáculo esportivo, sem conseguir ingressar na profundidade do
debate, onde se encontra a essência dessa tal ciência política que mexe nos
nossos destinos.
Nas ruas começam a aparecer os
primeiros sintomas de que a derrubada do governo não será assim tão simples
porque há setores que apoiam o atual sistema democrático e sentem medo de
possível desestabilização do país, assim como há pessoas que têm convicção e
sonham com a possibilidade de se instalarem no país governos de vocação mais
social do que econômica. De um lado os que sonham com a tal republica de fins
sociais e do outro lado os que sonham com políticas econômicas que possam
produzir mais riquezas. As duas vertentes são santigas e podem ser as
principais formas de se entender a história dos conflitos políticos em grande
parte do mundo, exceção feita aos países onde os conflitos são de natureza
religiosa. Fora estes, o resto do mundo gira entre o capitalismo e o
trabalhismo, onde o capitalista, dono do dinheiro acha que ele deve mandar e o
resto obedecer. Do outro lado o trabalhador que acha que sua mão-de-obra é tão
importante quanto o capital e por isso tem o direito de participar dos resultados
e de influir nas decisões sobre os rumos do negócio. Partindo desta premissa em
que capital e trabalho se confrontam, chegaremos ao estágio atual em que se
encontra o Brasil, onde os capitalistas sempre governaram até que um partido de
trabalhadores chegasse ao poder, o que afronta a tradição nacional do “quem tem
dinheiro manda e quem tem juízo obedece”. Os movimentos de rua, tanto os contra
como os a favor do governo já começam a ensaiar os primeiros enfrentamentos
públicos, dando sinais de que seja possível a ampliação dos combates em praças
públicas se não houver lideranças capazes de controlar as massas. A força
armada, se utilizada, poderá transformar em sangrenta uma batalha que se mostra
iniciada, com enfrentamentos entre grupos estudantis, ontem 21 de março de
2016, em frente à PUC – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, embate
controlado pela polícia que fez uso de armas como balas de borracha, bombas de
efeito moral, e outras formas de controle dos grupos contra e a favor do
governo. Por ser uma pequena mostra do que pode acontecer não foi difícil o seu
controle. A doença brasileira, é
resultado de uma proliferação de um vírus perigoso derivado do voto popular
direto e de má qualidade, que, como os pneus velhos em lixões contribuem para a
procriação desse vírus perigoso da dengue. Assim, como não se pode proibir a fabricação
e pneus para evitar o vírus da dengue, não se poderá erradicar o voto direto
para corrigir os erros da política nacional. A solução seria produzir um pneu
com inseticida na sua composição, ou, noutro lado, o voto direto de qualidade
que nunca mais elegesse políticos de má qualidade. Lá em Brasília, se cair a
Dilma que preside o país, a linha de sucessão mostra o Michel Temer, como
primeiro sucessor, e o Eduardo Cunha como segundo sucessor, e isso mostra que
tirar um e colocar outro, não será suficiente para curar as doenças do Brasil,
porque são todos da mesma escola política do toma lá dá cá.
Se o Brasil sair bem nesse
tratamento de quimioterapia e extirpar os seus tumores, como corrupção e
impunidade, certamente vai deserdar todos aqueles que em volta do seu leito
torciam para a sua morte. Daí pra frente, seremos uma potência respeitada e
quem sabe estaremos no podium com a bandeira verde e amarela junto ás mais
importantes bandeiras do mundo. O importante agora é o combate à corrupção e à
impunidade.
João Lúcio Teixeira
Jornalista
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