A feira de artesanato é
realizada, no município de Caraguatatuba, na praça Diógenes Ribeiro de Lima, no
centro da cidade, evento tradicional que teve a sua concepção na necessidade de
se organizar os artesãos locais, cuja arte é tida como forma de preservação de
elementos culturais regionais, e objeto de demanda pelos turistas que ilustram
as suas viagens comprando lembranças, geralmente de cunho cultural, está em nova crise.
O município de Caraguatatuba
organizou uma feira permanente na Praça Diógenes Ribeiro de Lima, através de
uma associação que assumiu o encargo de decidir internamente sobre os critérios
de admissão dos seus participantes e sobre a disciplina interna do grupo, tudo
com base em estatuto.
O fato é que ultimamente tem acontecido
reclamações dos próprios associados sobre a presença de artesãos que não
produzem as suas peças e, ao contrário, adquirem os produtos de fabricantes de
grande escala, situados fora da cidade, que fornecem produtos prontos para que
os “barraqueiros” comercializem como se fosse artesanato local.
Esses desentendimentos internos
não conseguem impedir a presença de produtos comprados, por conta de ingerências
externas de padrinhos políticos que protegem os infratores do estatuto.
Se a feira fora fundada para
proteger os artesãos locais e preservar a arte regional, não seria correto
admitir-se a venda de pulseiras, anéis, brincos, e outros acessórios fabricados
por empresas do tipo atacadista, e de fora da
cidade, afirma um dos dirigentes da associação.
A surpresa dos últimos dias,
ficou por conta da justiça que atendendo a uma petição subscrita por cerca de
30 pessoas concedeu uma liminar que permite que outras pessoas de fora da
associação possam também trabalhar na feira do artesanato sem que passem pelo
crivo do conselho e do próprio município.
O fato gerou grande convulsão no
ambiente e vai exigir intervenção do município para regulamentar o uso do
espaço público, já que esse é um tema de interesse do município que detém o
poder discricionário de regular o uso de espaço público de propriedade da municipalidade. A praça terá que ter limites que permitam cuidados com a higiene e comodidade tanto dos artesãos como dos visitantes.Há notícia de que pessoas que trabalham no local, não estariam desarmando as barracas que ficam permanentemente no local, descumprindo a convenção e prejudicando a limpeza. Há até, segundo um dos dirigentes da associação, pessoas que dormem nas próprias barracas. Esse não é o objetivo da feira do artesanato cujas barracas deveriam ser desarmadas e removidas do local sempre que terminado o expediente cujo horário é previamente estabelecido. A bola está com o prefeito.
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